Guerra dos sexos: bandeiras de gêneros ou reflexões sobre comportamento?

mundo vet

Por *Vilmar Rocha

Vilmar Rocha é colaborador do Blog do Rodrigo Ferraz
Vilmar Rocha é colaborador do Blog do Rodrigo Ferraz

De certo, o assunto mais comentado dessa semana é o Enem. O Exame Nacional do Ensino Médio, aplicado em todo país e que, para muitos, significa a porta de entrada para a Universidade trouxe à tona um tema em sua proposta de redação que chamou atenção: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira.

Alguns estão encarando como o apogeu de uma luta de décadas. Outros acham que trata-se da evidência do feminismo e enxergam até como provocação, já que a distinção de papeis sociais de gêneros está um pouco confusa ultimamente. É fato que o velho ditado ‘lugar de mulher é na cozinha’ é rebatido pela antagônica fala ‘lugar de mulher é onde ela quiser’.

A professora Vera Menezes, da UFMG, publicou na sua página em uma rede social que o tema da redação do Enem deu oportunidade a muitos jovens de refletirem sobre a violência contra as mulheres até em suas famílias. A professora enumera vários tipos de violência, como física, sexual, de opinião e de abandono.

A própria Maria da Penha esteve na mídia novamente comentando a temática, já que a lei que protege os diretos da mulher, assegura a sua integridade e aumenta o rigor das punições sobre crimes domésticos leva o nome dela.

Vale lembrar que não somente o tema proposto para a redação do Enem citava a mulher, mas também, aparecia em outros pontos da prova, como na questão que trazia o seguinte enunciado: ‘Ninguém nasce mulher, torna-se mulher’.

Essa frase foi motivação para a criação de vários memes que circularam pelas redes sociais e que, de forma bem-humorada, faziam alusão aos transgêneros. O fato é que especialistas afirmam que o tema é atual e relevante e só há um posicionamento a ser tomado: o de ir contra à violência.

Por isso, é de se pensar: afinal, qual seria a proposta do tema da redação do Enem? Colocar a mulher em evidência e incitar uma batalha de gêneros ou será que a ideia central da temática é a violência e o consequente estímulo de se posicionar contra ela?

*Vilmar é Administrador e Especialista em Gestão Empresarial. Trabalha na gestão de contratos e já desenvolveu projetos socioambientais. Licenciado em Letras, possui diversas experiências em sala de aula no ensino da Língua Portuguesa como idioma vernáculo e do Inglês como Língua Adicional. É pós-graduando em Ensino de Línguas Mediado Por Computador pela UFMG e Aluno Especial do Mestrado em Letras, Cultura, Educação e Linguagens da Uesb.



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Comentário(s)


17 responses to “Guerra dos sexos: bandeiras de gêneros ou reflexões sobre comportamento?

  1. De fato muito reflexivo o tema abordado como proposta para redação do ENEM, a persistência à violência contra a mulher na sociedade brasileira, e o que me chama atenção não é o tema em si mas o enfoque meio subjetivo da palavra “persistência”. A partir desse ponto vem à tona a resistência da sociedade perante ào explicito tema: Violência contra a mulher. Como os brasileiros ainda são tão intolerantes às campanhas de combate a violência e abusos contra as mulheres mesmo estas amparadas por uma lei, a Maria da Penha?
    Numa visão geral a lei não proteje ninguém, pois se de fato cumprisse como devia não havia homicídios, tráfico ou corrupção, por exemplo, porque também existe lei que coíbe estes atos. O que deve haver para resolução de uma ocorrência é ação conjunta de população, proteção a pessoas e estado, a população denuncia, o estado investe em policia e equipes especializadas e estes investigam e radicalizam o problema. Enquanto não conciliar estes parâmetros não acontece solução de nenhum tipo de crime, seja ele contra a mulher, o idoso ou a ceriança. Só se resolve o problema da criminalidade dessa forma : Ação conjunta. Vamos cobrar segurança aos chefes de estado, mas vamos tambem dar respaldo, vamos denunciar.

    1. Olá, Igor!
      Seria tão bom se somente a leis protegessem a todos, não é mesmo?
      Obrigado pelo seu comentário.
      Um abraço!

  2. A Lei Maria da Penha, assim como outras Leis, é apenas mais uma regra de conduta estabelecida que não é 100% cumprida, como também não é cumprido o julgamento (justo), as punições etc.
    Nosso País a cada dia que passa estimula a violência, a corrupção e falta de ética.
    Por que comentar sobre a violência contra mulher??? se todos os dias, independente de sexo e idade, somos violentados fisicamente e/ou moralmente pela falta de educação, valores morais etc?
    Penso que o problema é outro, a violência é apenas uma consequência.

    1. Olá, Marlene!
      Que tal se nos unirmos contra qualquer tipo de violência? Temos que estimular todas as gerações a ser mais tolerantes.
      Obrigado pelo seu comentário.
      Um abraço.

    1. Olá, Jôsi!
      Obrigado por te apreciado o texto. Em breve, tem mais sim. 🙂
      Obrigado também pelo seu comentário.
      Um abraço.

  3. Parabéns pela abordagem do Tema que de fato foi um dos mais comentados da semana.
    E Parabéns pelo texto tão bem elaborado e que nos convida a uma cuidadosa reflexão. Acredito também, que não só a violência contra as mulheres merece a nossa atenção, precisamos nos atentar para a violência de um modo amplo.
    Esta matéria nos estimula a isso. Vamos Refletir!
    Um abraço e aguardo a próxima edição.

    1. Olá, Vanessa!
      Fico feliz em saber que o texto instigou a reflexão. Em breve, tem mais,
      Obrigado pelo seu comentário.
      Um abraço.

  4. Esse tema é cada vez mais importante para nossa sociedade! Um dos mais comentados nessa semana com certeza, e foi muito bem resumido nesse texto! parabéns.

    1. Olá, Gabriel!
      Que bom que apreciou o texto. Todo mundo falou disso, não foi?
      Obrigado pelo seu comentário.
      Um abraço.

  5. Muito instigante seu texto, Vilmar. Achei interessantes seus pontos de vista. Só não concordo com essa posição sobre os dizeres da prova de Humanas, que, a meu ver, pelo contexto em que foi produzida, refere-se apenas às batalhas que foram empreendidas pelas mulheres para conquistar seu papel na sociedade. Não sei se cabe esse questionamento sobre uma batalha de gêneros; muito pelo contrário, estamos falando em igualdade e não em duelos.

    1. Olá, Barbara.
      Sempre criam polêmicas de temas relevantes e se viu incitar, na internet, essa “guerra dos sexos”. Acredito também na igualdade de direitos e de deveres. Teríamos assim, uma sociedade mais justa e humanitária.
      Obrigado pelo seu comentário.
      Um abraço.

  6. Muito bom o texto! Gostei bastante dessa parte “Por isso, é de se pensar: afinal, qual seria a proposta do tema da redação do Enem? Colocar a mulher em evidência e incitar uma batalha de gêneros ou será que a ideia central da temática é a violência e o consequente estímulo de se posicionar contra ela?” Em que nos faz refletir sobre o ponto de vista da violência, visto que é atípico alguém ser a favor de tal ato, e que caso dissertado na redação de maneira a favor da violência estaria indo de contra várias leis.

    1. Olá Hebert!
      Que bom que gostou do trecho em que justamente convido o leitor para a reflexão. Fico igualmente feliz com a socialização da sua opinião a respeito. Creio que a reflexão deva ser diária e incessante.
      Obrigado pelo seu comentário!
      Um abraço.

  7. Excelente texto, sua sensibilidade é comovente.
    Em gênero, número e grau, concordo: “só há um posicionamento a ser tomado: o de ir contra à violência.”
    É agressão para todo lado: física e verbal. Já deu mesmo.
    Ótima reflexão!!!!
    Abraço, querido!

    1. Olá, Mirelle!
      Sim! Já mais que deu. Penso que devemos nos opor a qualquer tipo me violência, seja ela qual for ou contra quem for. Agradeço pelas considerações e pela sensibilidade com que o leu o texto.
      Obrigado pelo seu comentário.
      Um abraço.
      Vilmar

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