Tome Nota: Caetano Veloso, Rua Chile a polêmica do Aquarius Gourmet e muito mais…

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Por Mariana Kaoos

Hello, my friends! Tudo bem com vocês? Comigo vai tudo como tem que ser: Divino, maravilhoso. Tenho tido dias calcados na qualidade S da coisa: recheados de surpresas, saudades e sorrisos. Mas não só. Nesse outono irregular, que mais anda se mascarando de verão, tamanho sol e calor que pairam todos os dias, decidi revisitar algumas obras do passado. Digo, não tão bem do passado, já que elas ainda possuem a capacidade de traduzir o instante preciso.  Uma dessas obras, em especial, pertence ao meu querido, amado, idolatrado, salve salve,  Caetano Veloso.

É um disco do ano de 1977, intitulado Muitos Carnavais. E como o título sugere, ou melhor, como o título explicita de maneira escancarada, Muitos Carnavais é um compilado, uma coletânea de marchinhas, sambinhas, frevos e composições saborosas acerca do universo carnavalesco baiano. Com exceção de duas faixas, Hora da Razão ( J. Luna, Batatinha) e Guarde Seu Conselho (Luis de França, Alcebíades Nogueira), todas as músicas tem um dedinho delicia de Caê no meio. Algumas delas foram fortemente consagradas e difundidas. Ora, quem nunca cantarolou por aí Chuva, Suor e Cerveja, A Filha da Chiquita Bacana e Atrás do Trio Elétrico? Certamente, só quem já morreu!

De todas as músicas pertencentes ao Muitos Carnavais, uma das minhas preferidas se chama Deus e o Diabo. Uma marchinha bem cremosa que fala da vinda do carnaval na Bahia e no Rio de Janeiro. Em determinado trecho da canção, Caetano faz uma referência direta a um dos lugares, alias, ouso dizer que ao lugar mais importante do carnaval baiano (na década de 1970). Construindo uma métrica e narrativa sagaz, ele coloca esse tão importante lugar como a Passargada para Manuel e Itapuã para Vinicius, ou seja, como o espaço em que tudo é possível já que ele é a própria consumação do paraíso. A fim de tranquilizar a todos nós, amantes do carnaval, Caetano nos afirma em acalanto: “Não se grile, a Rua Chile sempre chega pra quem quer”.

Não entendeu? Qual é, qual é, qual é, qual é. Para quem não sabe, a Rua Chile já o foi berço cultural da nossa Cidade da Bahia. Ela fica ali, bem pertinho da Praça da Sé. Seus prédios, antigos e charmosos, já viram muita, mas muita coisa mesmo, ao longo de todos esses anos. O melhor do carnaval acontecia por ali. Era o desbunde, o deboche, a fantasia, a alegria, os encontros. Também pudera! A Rua Chile liga a Praça Castro Alves até a Praça da Sé, lugares por onde os trios elétricos passavam na década de 1970. Quem é dessa época, sempre fala de uma maneira saudosa e apaixonada das apresentações de Moraes Moreira, do desfile dos Filhos de Gandhy, do encontro de figuras, artistas e sons.

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Mas não só, viu?! Certamente que não foi apenas pelo carnaval que a Rua Chile se consagrou. Foi por ali que nasceu a Sloper, primeira loja de departamento com escadas rolantes em Salvador. Foi lá também que os pais de Glauber Rocha abriram uma loja de roupas, intitulada O Adamastor. Ainda na Rua Chile ficava a sede do A Tarde, jornal de maior prestigio no estado. Perto de lá também se encontravam os cines Tamoio e Guarani, além do bar O Cacique.


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Opinião: Impedimento da cultura? Fecharam o Aquariuus

Por Vilmar Rocha – Colunista do Blog do Rodrigo Ferraz

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É noticiado na imprensa local que o Aquariuus Gourmet, que fica na rua Chile, foi novamente interditado. A interdição foi motivada por denúncias do Movimento Contra a Morte Prematura, apesar de cumprimento das medidas do TAC (Termo de Ajuste de Conduta), segundo a Revista Gambiarra.

Bom, vamos ao que tenho a escrever:

Sou um típico libriano e, por isso, detesto baixaria. Me sinto bem em Aquariuus justamente pelo viés requintado, pela comida com história e pela leveza do lugar. Já estiveram lá? Repararam na decoração? Tudo colocado com muito cuidado e (des)harmoniosamente disposto: o vintage misturado ao contemporâneo. Reclinar-se sobre a decoração ao som da música que eles oferecem é igualmente fazê-lo sobre uma obra de arte.

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Sobre as acomodações, tenho a dizer que você pode se sentir em um restaurante e sentar-se à mesa ou ainda impregnar a ideia de um bar e sentar-se no balcão. Ele fica do lado de fora e o bar em si não está ali, mas você sente como se estivesse.

É fato que, como em qualquer lugar, as pessoas ficam na calçada e ocupam parte da rua, mas, pelo que tenho visto, ficam ali na frente do bar. Faz parte da cultura do lugar, os clientes e amigos transitarem em uma entra e sai no intuito de socializar e se divertir. Lembro: sem baixaria. Amizades são feitas na fila do banheiro que é respeitosamente obedecida.


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Conquista: Veja como foi o Saint Patrick´s Day no Café Society Bar

Por Celso Rios

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Uma noite de tradições irlandesas, assim foi o Saint Patrick´s Day, evento realizado nesta quinta-feira (17), no Café Society Bar, em Vitória da Conquista. A celebração faz parte do calendário irlandês e também de muitos países que falam a língua inglesa. Apesar disso, esse dia tem se espalhado por outros lugares devido ao clima animado e festivo que é característico da data.

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Noite de muita música com a banda Duendes por Cerveja, um som característico com banjo, violino e violão, uma atração a parte para quem esteve presente ao evento. Além disso muita cerveja e iguarias típicas da culinária irlandesa.

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Quem foi Saint Patrick ou São Patrício?

Era um padre conhecido pelo seu trabalho de evangelização na Irlanda e responsável por difundir a doutrina católica no país. Tinha como marca registrada explicar a doutrina da Santíssima Trindade com um trevo de três folhas. Daí uma das razões de se ter adotado a cor verde para as festividades do dia de São Patrício.

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Patrick, santo padroeiro da Irlanda, era na verdade Maewyn Succat, após se tornar padre, o santo modificou seu nome para Patricius, que significa “figura de pai”.

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A primeira cor associada à festividade era o azul, mas foi oficializado o verde como forma de homenagear os soldados da Rebelião Irlandesa de 1798, daí a adoção de trajes verdes e o trevo  que faz referência a forma como São Patrício explica a doutrina e também usado na lapela do uniforme dos soldados.

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Tome Nota: Glauber Rocha, St. Patrick’s Day e o que vem por aí na cena conquistense

Por Mariana Kaoos

Tudo mega bom, giga bom, terá bom:

Barravento é um filme baiano do ano de 1962, dirigido pelo cineasta Glauber Rocha. Ele foi filmado em Salvador, mais precisamente em Itapoã. Sua narrativa gira em torno de um universo já conhecido, cantado e escrito outrora por figuras como Dorival Caimmy e Jorge Amado. Sim, é isso mesmo que você está pensando: Barravento retrata a vida perto do mar, o simbolismo e a representação de Iemanjá, bem como o dialogo com o Candomblé, e a relação do homem pescador. A grande sacada é que, no filme em questão, a relação homem x pescado traz, ainda que de maneira sutil, um cunho político social, de subsistência, e não apenas aquela visão romantizada da coisa.

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Todo em preto e branco, e recheado de plano sequência, Barravento foi o primeiro e, para mim, o mais incrível filme de Glauber Rocha. Lembro-me como se fosse hoje o dia em que o assisti pela primeira vez. Fiquei anestesiada porque era diferente de absolutamente tudo que eu já tinha visto. O pouco diálogo em detrimento da profusão de imagens, a música centrada nas religiões de matrizes africanas, a nuance de cores sempre voltada muito para o cinza, a intensidade dos gestos e expressões dos personagens, o confronto com a realidade da pobreza e da falta de condições básicas para uma sobrevivência digna.

Tudo isso me causou espanto e admiração. Foi a primeira vez que um recorte da realidade brasileira transcrito em forma de arte mexeu comigo e com as minhas certezas e percepções de existência. Posteriormente, eu assisti a outros tantos filmes de Glauber e achei, acho, todos intensos, vorazes e precisos. Porém nenhum tão impactante como Barravento. Na época, quando Glauber dirigiu esse filme, ele tinha apenas 23 anos de idade. Em 1962 tínhamos ainda um Brasil conservador, com João Goulart no comando da presidência da república, o título de bicampeão da copa de futebol e o primeiro filme brasileiro (O Pagador De Promessas) a ganhar a Palma de Ouro, no Festival de Cannes.


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Cultura conquistense: Uma noite especial no Café Society com ‘Belchior Elétrico’

Por Mariana Kaoos

Foto: Maiêeh Sousa
Foto: Maiêeh Sousa

Meus pais estão envelhecendo. Não digo isso como algo ruim, afinal é o caminho natural e inevitável da existência humana. Meu pai já não realiza os campeonatos de surf como fazia antigamente e minha mãe já não tem a mesma disposição de alimentar a vida social que tinha. Atualmente, para meu pai seu maior prazer são suas profundas e intensas leituras. Foulcaut, Baktin, teorias mil sobre a produção de notícias. Minha mãe, por sua vez, adquiriu uma simplicidade e leveza sem tamanho. Ela gosta de experimentar novas receitas na cozinha e cuidar, com extrema devoção, de minha avó e de embrulhar a coberta até a cabeça quando se deita. Ambos dormem cedo e acordam mais cedo ainda. Ambos se chamam de apelidos carinhosos e engraçados. E ambos, apesar de reclamarem das minhas falhas a todo instante, possuem um amor e uma admiração sem limites por mim.

Tivemos fases difíceis no nosso relacionamento como toda família tem. No entanto, hoje, ainda que de forma velada, existe um respeito e uma compreensão mútua sobre os defeitos e qualidades de nós três. Aos vinte e seis anos de idade me vejo cada vez mais parecida com meus pais. Em valores, em posturas, até mesmo em chatices. Gosto de beijar cangotes alheios, perco a paciência para pessoas efusivas e criei um mundo meu, introspectivo, por vezes até mesmo autista, como meus pais também criaram. Só escuto Tom Jobim para dormir (assim como meu pai) e estou viciada em programas de receitas culinárias (assim como minha mãe). Quando olho para eles, me reconheço e me sinto feliz. Acredito que eles também.

Foto: Maiêeh Sousa
Foto: Maiêeh Sousa

Foi exatamente nessas questões e outras mil que comecei a pensar quando ouvi, na noite de ontem, 14, Ítalo Silva interpretando Como Nossos Pais, no Café Society. Junto com Euri Meira e outros músicos convidados para o projeto, Ítalo apresentou no espaço mais uma edição do Belchior Elétrico. E aqui não preciso nem relatar o saldo final da noite, porque já é de se imaginar: Apaixonante, intenso, febril.

O projeto Belchior Elétrico tem sido uma das melhores coisas que vem sendo apresentada em Vitória da Conquista nos últimos tempos. Primeiro pelo repertório riquíssimo em qualidade e segundo pelo absoluto profissionalismo e respeito que os músicos têm como o público. Diferente das outras edições, na noite de ontem não houve atraso e nem defeito algum. Às 21horas e 20 minutos, todos subiram ao palco e deram inicio ao show que dessa vez contou com mais uma participação especial: Alexandrina Santana. E, fazendo uma breve e precisa descrição, tudo começou mais ou menos assim…

Foto: Maiêeh Sousa
Foto: Maiêeh Sousa

Quando chegamos no Café ele já estava com 90% das mesas ocupadas. O público, distinto, parecia estar curioso para assistir à apresentação da noite. Muitos casais tomando vinho, bem como muitos grupos (acredito que de amigos) compartilhando cerveja e os petiscos da noite. No palco, além dos já habituais instrumentos havia diversos aviões, uns de papel e outros em brinquedo, e a capa de um disco de Belchior. Na capa a foto era em preto e branco e ele estava sentado, segurando um charuto na mão.


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Conquista: Fim de semana promete ser agitado; confira a agenda cultural e divirta-se

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Por Gilmar Dantas – Especial para o Blog do Rodrigo Ferraz

Vivendo do Ócio é uma das atrações do Veraneio, no próximo domingo
Vivendo do Ócio é uma das atrações do Veraneio, no próximo domingo

Primeira agenda de 2016 e já começamos com excelentes opções. Várias mesmo! Um final de semana muito legal pra música de Vitória da Conquista. Tem Paulinho Pedra Azul, CAIM, Jammil, Vicendo do Ócio, Coletivo NozmozKada e mais uma porção de atrações legais. Os destaques ficam por conta do evento “Dia de Feira” e do Veraneio. Ambos trazem propostas totalmente diferenciadas. Confira a agenda da semana:

 

Dia 14/01 – quinta

 

Evento: Som da Mata

Atrações: The Outsiders

Local:Cervejaria Mata Branca – Rua Oscar Silva, 07 – Candeias

Horário: 18:30h

Classificação: ★★★

 

Evento: Samba a Tr3s

Atrações: Marlua

Local: Copacabana Beer – Av Frei Bejamim – Bairro Brasil

Horário: 19:30h

Classificação: ★

 

Evento: Show ao vivo

Atrações: Lucas Novais e Aline Britto

Local: Conveniência Bar – Av Itabuna, 3152 B – Ibirapuera

Horário: 20h

Classificação: ★

 

Evento: Show ao vivo

Atrações: Isack Lima

Local: Lyndhus Bar – Av Serrinha – Bairro Brasil

Horário: 20h

Classificação: ★

 

Evento: Show ao vivo

Atrações: Dalto Camargo

Local: Lila’s Bar – Av Guanambi – Bairro Brasil

Horário: 20:30h

Classificação: ★

 

Evento: Belchior Elétrico

Atrações: Hotel Mambembe e Ítalo Silva

Local: Café Society -Rua João Abuchidid, 276 A – Candeias

Horário: 21h

Classificação: ★★★

 

Evento: Show ao vivo

Atrações: The New Old Joes

Local: Candieiro Bar – Rua Siqueira Campos

Horário: 20:30h

Classificação: ★

 

Evento: Clube da Viola

Atrações: Igor Sousa e Jake Brasil

Local: Fuso Horário – Av dos Expedicionários, 616

Horário: 23h

Classificação: ★

 

Dia 15/01 – sexta

 

Evento: Som da Mata

Atrações: Beto Martins Quarteto

Local:Cervejaria Mata Branca – Rua Oscar Silva, 07 – Candeias

Horário: 18:30h

Classificação: ★★★

 

Evento: Show ao vivo

Atrações: Andréa Christian

Local: Lila’s Bar -Av Guanambi – Bairro Brasil

Horário: 20:30h

Classificação: ★

 

Evento: Show ao vivo

Atrações: Paulinho Pedra Azul

Local: Café Society – Rua João Abuchidid, 276 A – Candeias

Horário: 21h

Classificação: ★★★★

 

Evento: Show ao vivo

Atrações: Shau & Os Anéis de Saturno

Local: Costinhas Chopp Bar -Praça Gerson Sales, Alto Maron

Horário: 22h

Classificação: ★

 

Evento: Show ao vivo

Atrações: Isack Lima

Local: Cana Café – Caminho 2 – Urbis V

Horário: 23h

Classificação: ★

 

Evento: Show ao vivo

Atrações: Joab Kened e Geovane Mendes

Local: Gimba Jardim – Av Yolando Fonseca, 10

Horário: 23h

Classificação: ★★

 

Dia 16/01 – sábado

 

Evento: Dia de Feira

Atrações: Dost, Rafha, Loro Voodoo

Local: Praça da Independência – Av Olívia Flores

Horário: 11h

Classificação: ★★★★★


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Tome Nota: A cultura e esquerda conquistense em questão

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Por Mariana Kaoos

Coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz:

Veja bem, meu bem: Se tem um tipo de literatura extremamente profunda e reflexiva, são as fábulas infantis. Ao contrário de outros gêneros da ficção, as fábulas apresentam ideologias e valores através de uma escrita sutil, sempre se utilizando de elementos como a magia e o poder da crença. É a maneira mais forte e inteligente de prender o público alvo em questão.

Dentro desse universo mágico, existem duas histórias muito bonitas e extremamente impactantes. A primeira é a de Peter Pan, o menino que nunca crescia e vivia suas mais diversas aventuras na Terra do Nunca. Peter é um personagem que apareceu pela primeira vez numa peça de teatro do dramaturgo J. M. Barrie, em 1911. Isso aconteceu em Londres e foi um sucesso total. Posteriormente, rolaram varias adaptações para o cinema mundial.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Já a segunda fábula é conhecida como A História Sem Fim, do escritor alemão Michal Ende. O livro foi publicado pela primeira vez em 1979 e, na década de 1980, ganhou duas adaptações para o cinema (A História Sem Fim 1 e 2). Colocando aqui uma sinopse bem ligeira, a obra narra a história de Bastian, um menino que rouba um livro de uma pequena livraria e começa a lê-lo. E, ao assim fazê-lo, Bastian descobre que o livro está vivo e precisa dele para salvar o reino de Fantasia e a Imperatriz Menina. A partir daí ele entra na história e vive as mais diversas aventuras ao lado de Atreyu e Fuchur, um dragão branco gigante (para quem assistiu aos filmes, ele parece mais um cachorro voador).

Resolvi falar dessas duas histórias porque ambas possuem em comum um valor muito interessante de ser praticado nessa nossa atual conjuntura política e cultural: a crença. Em Peter Pan, toda vez que alguém diz que fadas não existem, uma fada morre. Em A História Sem Fim, pela falta do habito da leitura e, com isso, da descrença na fé e na imaginação, o Nada vai consumindo toda Fantasia e suas terras, até que tudo se acabe no vazio. Ora bolas, apesar desse conceito estar impresso em obras de ficção, ele pode ser visto como um reflexo desses nossos dias, não pode não?

Ao que tudo indica, o poder público municipal de Vitória da Conquista, parece não ter muita crença na nossa cultura local. Sim, você pode me dizer que ele oferece algumas coisas como o concurso Por Isso É Que Eu Canto (que por sinal começa hoje), o Natal da Cidade, o Festival Da Juventude e o Forró Pé de Serra do Periperi. Mas, tirando esses eventos vitrine, e que objetivam muito mais a presença de grupos (bandas, cantores, artistas em geral) nacionais do que muncipais, nada mais há. Aqui não acontece muito estímulo para a produção de cultura local. Porque olha, sem uma política de editais que contemplem os mais diversos eixos culturais, sem um apoio financeiro aos grupos de teatro, dança, música e cinema e sem a estrutura necessária para a apresentação dos mesmos, fica complicado, fica difícil e, por vezes, até inviável pensar e apresentar ao público qualquer produção que não seja nessas datas específicas dos grandes eventos da cidade. Será que é a ameaça do Nada que anda devastando as nossas terras do sertão? Será que, assim como em Fantasia, o vazio vai tomar conta?

Outro setor que parece já não ter mais fé nem imaginação, tampouco crença, é o da nossa esquerda conquistense. Digo isso porque a militância esquerdista é muito precisa: lutamos contra o patriarcado, o machismo, a homofobia, o racismo e assim por diante. Lutamos pela democracia e abolimos qualquer tentativa de retrocesso aos direitos do cidadão, seja a partir da aprovação de novas leis que ferem diretamente a vida das pessoas, seja através de tentativas de golpes. E assim sendo, sendo assim, eu torno a repetir, meu amor: ai ai ai.

Há pouco mais de duas semanas o Coletivo Orgasmaravalha foi impedido de realizar uma festa numa loja maçônica da cidade por homofobia dos proprietários. Na quarta feira passada, dia dois de dezembro, o deputado federal Eduardo Cunha aprovou o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Diversos veículos de comunicação relataram que isso ocorreu porque o PT anunciou votar contra Cunha, dando continuidade ao processo de cassação do deputado, a partir do Conselho de Ética. Esses dois episódios ferem diretamente os ideais de esquerda. Aqui na cidade temos um bando de organizações políticas de esquerda. Mas cadê elas para se posicionarem sobre esses dois episódios? E olha, eu não estou nem pedindo o famoso beijaço* na porta da maçonaria, muito menos manifestação nas ruas. Uma operação lambe lambe*, uma notinha de repúdio para viralizar nas redes sociais já seria alguma coisa. Já seria uma forma de dizer “oi, estamos presentes e vamos berrar a favor do que acreditamos”. Mas nada disso, absolutamente nada disso foi feito. A esquerda deixou de acreditar? O Nada também vem engolindo seus ideais? Será que o fato de nada estar sendo feito as fadas (que aqui são as ideologias) estão morrendo, assim como na Terra do Nunca?

Onde as fadas sobrevivem e a Fantasia é fértil:

Foto: Maiêeh Sousa
Foto: Maiêeh Sousa

Bom, a notícia boa é que existe sempre outro lado das coisas e é fundamental que possamos enxerga-lo também. Esse outro lado, muito bonito, vem se consolidando aqui na cidade muitas vezes por força de uma atitude pessoal. Quem voa e canta que nem passarinho, e transforma em real suas mais diversas ideias que provém da sua imaginação é o fotografo Sabiá. Semana passada, por exemplo, mais especificamente na quinta feira (03) ele propôs uma noite de degustação de um típico produto regional de altíssima qualidade: a cachaça. Na verdade foram três, a Cravinho do Sertão, Adeus às Pernas e Motor de Arranque. Cada uma com suas especificidades e sabores exóticos. Para completar, ele ainda convidou a cantora Jeh Oliveira para fazer um som maneiríssimo. Achou pouco? Ainda tem mais: Em determinado momento da noite, Sabiá e seu amigo e convidado especial, Landro , subiram ao palco e nos deram uma aula sobre como fazer, como guardar, como misturar os ingredientes e como beber cachaça. Foi uma noite embriagante e cheia de aprendizados.

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Foto: Maiêeh Sousa

Quem também tem fé e crença e pratica seus sonhos é Rafael Flores e Ana Paula Marques. Nesse fim de semana eles promoveram o Festival Gambiarra de Música Brasileira. A proposta era de realizar um festival independente só com artistas autorais. E foi bem o que rolou. No sábado, 05, Luiza Audaz, Dost, Grão Bordô e Tabuleiro Musiquim passaram por lá e ofertaram muita música de qualidade ao público.

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O segundo dia do festival seria ontem, domingo, 6 de dezembro, contudo, devido a chuva, ele foi transferido para o próximo domingo, 13 de dezembro.  Isso é de uma importância extrema para a cultura de Vitória da Conquista porque mostra que existem pessoas preocupadas com ela e a fim de remexer, misturar, sacolejar, produzir e apresentar novos formatos e novas ideias.

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Politicamente falando, também há quem se movimente. Após o término da Primeira Escola de Formação Feminista Maria Rogaciana, as meninas do núcleo da Marcha Mundial das Mulheres continuaram com todo o gás. Semana passada teve reunião e, dela, diversas demandas para serem construídas e apresentadas na cidade. Rolou oficina de fanzine, confecção de varal-denuncia e até oficina do Teatro do Oprimido. Nesse sábado, algumas representantes da Marcha compareceram ao colégio Adélia Teixeira para um debate sobre o parto humanizado. Iguais a rapadura, as meninas aqui são doces, mas não são moles não. Tudo indica que essa semana haverá mais algumas intervenções em pontos da cidade a fim de sensibilizar as pessoas quanto aos ideais feministas e suas batalhas. São mulheres fortes, empoderadas e cheias de certezas de si mesmas. O trabalho que elas vêm realizando em Vitória da Conquista é fértil e preciso. Certamente que é muito por elas que “as fadas” continuam a existir.

E tem muito mais. Temos guerreiros e guerreiras que lutam diariamente contra o Nada, a fim de entrar em confronto com o vazio e sair da batalha vitoriosos. Temos André Cairo, Euri Meira, a produção da Xcania, Ítalo Silva, Larissa Caldeira, Marlua, Trio Curimã, Rodrigo Freire, George Neri, Maieh Sousa, Luiza Audaz, Fillipe Sampaio, Saulo Silva. Temos Maria Eduarda Carvalho, Eleuza Câmara, Dani Libarino, Igor Barros, banda Crua, Dona Iracema, Dost, Pedro Ivo, Gilmar Dantas, Complexo Ragga. Temos Gilsergio Botelho, Rudival Maturano, Alexandre Xandó, Guilherme Ribeiro, Joice Caires, Bruno Leituga, Arisson Sena, Esmon Primo, Otávio Henrique, Rodrigo Ferraz, Paulo Mascena, Vinicius Gil, Jeanne Marrie, Rogério Luiz, Alberto Marlon e vários outros que “no centro da própria engrenagem inventam a contra-mola que resiste”.

Na História Sem Fim, Bastian nos mostra que o grande segredo de manter as coisas vivas, que o poder de cura está na imaginação e, portanto, é preciso exercita-la, estimula-la para que, através dela, novas percepções, novas ideias possam brotar. Em Peter Pan, o menino que nunca cresce nos ensina do poder que é acreditar em nossos sonhos e em nós mesmos. E, uma vez crendo, é possível voar, é possível transformar tudo ao nosso redor e preencher o vazio, o nada, com ideais, sensações, provocações, questionamentos e valores imprescindíveis para a existência humana. Que os protagonistas e que os consumidores da cultura e da política de Vitória da Conquista possam, cada vez mais, desejar, imaginar, crer no poder de transformação que esses dois aparelhos proporcionam. Que essas mesmas pessoas possam, acima de tudo, lutar por isso, ocupar, revolucionar, trazer a responsabilidade para si, a fim de que o Nada não passe a vigorar nessas nossas terras do sertão. Eu, Mariana Kaoos, acredito em fadas!


Cultura, Política, Vitória da Conquista

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Conquista: Mais de 15 mil pessoas foram às ruas na Marcha para Jesus

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Fazendo parte da programação do aniversário de 175 anos de Vitória da Conquista, mais de 15 mil pessoas percorreram várias ruas da cidade na tarde de ontem (segunda-feira) em mais uma edição da Marcha para Jesus.

O evento terminou em grande estilo na Praça Barão do Rio Branco, com show do cantor Irmão Lázaro.

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“Graças a Deus foi a melhor Marcha para Jesus e Semana de Cultura Evangélica de todos os tempos em nossa cidade”, comemorou o Pastor Orlando Filho, um dos organizadores da iniciativa.


Cultura, Vitória da Conquista

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Conquista: Show de Irmão Lázaro lota a Praça Barão do Rio Branco

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Uma multidão de pessoas acompanhou o show do cantor Irmão Lázaro na noite de ontem (segunda-feira), encerrando em alto estilo a Semana da Cultura Evangélica de Vitória da Conquista.

O cantor, atualmente com mandato de deputado federal e ex-cantor da banda Olodum, mostrou que tem intimidade com o público da capital do Sudoeste baiano e parabenizou à todos pelos 175 anoa de emancipação política de Conquista.

O pastor Orlando Filho e toda a equipe organizaram com brilho mais uma edição da Semana da Cultura Evangélica.


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Conquista: 11ª Semana da Cultura Evangélica começa amanhã

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Iniciando amanhã, dia 2/11 com o corridão na Avenida Olívia Flores, a  Semana da Cultura Evangélica de Vitória da Conquista deste ano vem com o Lema PELA PAZ EM CONQUISTA, a qual em todos os mais de 10 eventos que ocorrerão em 7 dias, levando a bandeira através de atividades esportivas, ações sociais e de serviços de saúde, teatro, música, seminário para jovens e adolescentes, ceia entre pastores e igrejas, apresentações na Praça Barão e a Marcha para Jesus, que acontece no dia 09 (segunda-feira) aniversário de 175 anos de Conquista. Na oportunidade os Cristãos sairão pelas ruas da cidade proclamando a Paz de Jesus sobre ela. A Saída da Marcha será às 14h na Praça Vitor Brito e a Concentração na Praça Barão do Rio Branco, às 18h.

Este ano,  organização da Semana da Cultura Evangélica, além de valorizar como sempre fez bandas da cidade, tendo já participado ao longo de 10 anos mais de 180 ministérios de teatro e música, estará trazendo o cantor Eli Soares de Belo Horizonte(06), estando entre os mais escutados na atualidade e o Irmão Lázaro(09), que teve muitas de suas músicas entre as primeiras mais tocadas no Brasil por um bom tempo, além  do Seminário Eu Escolhi Esperar, que acontecerá na Igreja Betânia dia 07 com a equipe de Vitória, do Espírito Santo,  palestrando, tendo eles milhões de seguidores nas redes sociais.


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Tome Nota – Um giro pela cena cultural conquistense e o que vem por aí!!

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Por Mariana Kaoos

“Família unida, champanhe pros irmão”:

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Hibridismo é uma palavra da língua portuguesa cujo significado transita em termos como união, soma, combinação, criação de novas formas a partir da mistura. De acordo com a gramática, hibridismo é um substantivo masculino e a sua definição se dá da seguinte maneira: “língua ou palavra resultante da mistura dos vocabulários de duas ou mais línguas e/ou da interpenetração de sintaxes provenientes de línguas distintas”. A palavra é empregada como conceito dentro do universo da biologia, bem como da antropologia e das ciências sociais. Direcionando para seu uso dentro das ciências sociais, tem um cara muito bom que, através de estudos culturais, analisa de maneira profunda a sociedade pós moderna e o hibridismo social que dela resulta. Seu nome é Stuart Hall, uma das maiores cabeças da Escola de Birmigham, seguidor da Nova Esquerda, integrante dos Estudos Culturais da década de 1950, na Inglaterra.

Stuart acredita que a nossa contemporaneidade resulta de uma mistura de referências, das vivências/experiências coletivas e individuais de cada um e do alto consumo, nos mais distintos níveis, dos produtos culturais. Para o sujeito pós moderno, dotado de múltiplas identidades e constituído dentro do hibridismo, é possível transitar aqui e ali, se inserir dentro de diferentes grupos sociais e culturais e se sentir pertencente ao mesmo, ainda que por instantes ou de maneira fulgaz.

Na noite de sábado, 17, foi possível observar um público extremamente hibrido, cheio de referências culturais expostas através de suas roupas e posturas, na Praça da Juventude. O que rolou por lá foi uma edição do Rap Bahia, que anda circulando em algumas boas cidades do estado. Quem tá à frente do projeto é o Mc soteropolitano DaGanja que, para a edição ocorrida aqui, convidou Complexo Ragga, Dj Guerrero, Do Rebento Clan e ainda promoveu uma batalha de mc’s. Como esperado, a nossa edição do Rap Bahia foi maravilhosa, de excelentíssima qualidade, deixando o público com aquele gostinho na boca de quero mais.

Pessoas. Pessoas de todos os tipos, todas as cores e todas as classes sociais. Usando um dialeto específico do universo do rap, tava todo mundo reunido, na humildade, chegando junto. As punanys mostrando como é que se dança o dancehall e os rudyboys agitando, botando pra cima, espancando no som. Na Batalha de Mc’s a galera colou perto, vibrando a cada freestyle feito pelos competidores. Na hora que o Do Rebento Clan tocou, da mesma maneira. Os meninos estão mandando bem demais e apresentaram algumas músicas do seu novo disco, ainda em fase de produção, Falindo os Cassinos. Contudo, quem, mais uma vez, fez a galera pular foi o Complexo Ragga. Na apresentação deles, como de costume, todo mundo marcou presença. E foi lindo. Loro Voodo, Supremo Mc e Jhonny Ranks conseguem mostrar o seu amadurecimento musical a cada nova música apresentada. Loro tem se superado nas batidas e os meninos nas composições.

Mais uma vez o público conquistense mostrou que sabe e pode ocupar os mais distintos espaços culturais, desde que os seus produtos sejam de qualidade e respeito. Foi de uma sensação etérea poder observar a Praça da Juventude cheia e pessoas dos mais diferentes nichos sociais subindo ao palco, cantando, apresentando sua rima e mostrando que a arte está na rua. Que venham mais!

“Outras notas vão entrar, mas a base é uma só”:

davi

Quando a gente encontra pessoas com menos de quarenta anos de idade que gostam e cantam e vibram com a obra musical de Tom Jobim, a gente faz o que? Levanta os braços e diz amém. Sim, porque veja só, Tom teve Radamés Gnatalli como professor de piano, foi um dos principais nomes da bossa nova, compôs canções riquíssimas em letra e melodia. Ele também possuía uma sensibilidade extrema para com a natureza (seus últimos discos são praticamente todos voltados para canções temáticas), apresentou para todo o mundo como se faz e o que era a cultura musical do país, gravou um disco com Frank Sinatra (dica de canção: escutar Baubles, Bangles and Beads), foi parceiro de copo e de vida de Vinicius de Moraes, criou um novo jeito de se tocar piano, contribuiu para o processo evolutivo da música popular brasileira. Enfim, dá para escrever uma reportagem inteira sobre a genialidade de Tom Jobim que foi e ainda é um dos mais importantes nomes dentro do universo musical que temos nesse país.

Encontrar pessoas que se identifiquem e reconheçam isso é uma delicia. E encontrar pessoas que toquem suas canções é sublime. Ontem à noite, 18, quem fez isso de maneira ímpar foi o Trio Curimã, grupo instrumental formado pelos músicos Davi Brandão, Eric Lopo e Kayque Donatto. Mas não só, viu?! O repertório dos meninos perpassou por outros nomes de altíssima qualidade como Novos Baianos e Bob Marley. O Trio Curimã possui um requinte e, ao mesmo tempo, uma simplicidade como poucos grupos da cidade o tem. Ainda que seja apenas instrumental, aliás, acredito que justamente por ser apenas instrumental, eles conseguem captar a essência de cada melodia e passar isso ao público com muito respeito e qualidade.

show grupo

Mesmo que rápida, a apresentação do Trio na noite de ontem foi arrebatadora. Um presente para os nossos olhos e ouvidos. Na verdade, vamos contextualizar aqui um pouco… Ontem rolou a segunda edição do projeto Tribos Musicais, no bar Ice Drink. A entrada estava num valor de cinco reais e muita gente boa se apresentou por lá: Thainan Varges, o grupo Crua, Trio Curimã, The Outsiders Country e o grupo Grão Bordô. Se inicialmente o local estava meio entediante, ao longo da noite o Ice lotou de pessoas interessantíssimas e muito bate papo, regados a um som de qualidade, aconteceram.

Outro destaque do evento foi a banda Crua. Os meninos são novíssimos, mas já mostram uma composição de palco extremamente fértil. O repertório não poderia ser melhor: Lamento Sertanejo, Negro Gato, Hora do Chá e Nós foram algumas das músicas apresentadas. Igor Barros mandou ver no violão, assim como Rafael Gomes, tomando conta da percussão. E os vocalistas da Crua, olha, o que eram os vocalistas da crua, pelo amor de Deus!? Chico Ramalho extremamente carismático, de voz imponente. Thaís Damacena linda, sensual e segura de si. Por fim, Vanessa Oliveira, diferente de tudo, absolutamente tudo que já ouvi nos últimos tempos. Vanessa é negra, de cabelo black (ainda curtinho), maravilhosa, estonteante e, tenho certeza, a mais nova promessa musical de Vitória da Conquista. Sua voz é uma mistura de Ângela Rorô com Marina Lima e Elza Soares. Ela em palco cresce, fica gigante, intimida e, ao mesmo tempo, enfeitiça com sua voz toda a plateia. É com muita felicidade que falo sobre o Crua, porque tinha era tempo que não havia um grupo tão heterogêneo e cúmplice em palco como eles.

As outras apresentações também foram bacanérrimas e a iniciativa de reunir esse tanto de gente dentro de um só projeto foi muito válida. Na certa, grande parte dos presentes que foram conferir o Tribos Musicais na noite de ontem já estão à espera da próxima edição. Se o Trio Curimã e o Crua estiverem presentes, melhor ainda!

Rapidinho é mais gostoso…

“Vou aprender a ler pra ensinar meus camaradas”

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Passar pela vida de alguém com o propósito de educar, ensinar do mundo a essa pessoa e, de alguma maneira, modificar a sua existência, é algo valioso e que poucos conseguem fazer. Jarbas Lacerda da Silva, ou Jarbão, como era conhecido, foi muito mais que um professor de matemática: ele foi amigo, companheiro, confidente de seus alunos e trocou com todos eles conhecimento e vida. Que nesse momento a sua família possa se reconfortar e encontrar paz e que Jarbão possa ser amparado por espíritos de luz. Todos nós, que fomos seus alunos, estamos aqui felizes e honrados por ter tido o prazer de conviver com alguém como ele.

O Rádio, a moça e a voz:

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Essa semana tem programação cultural de qualidade absoluta. Adivinha onde vai ser? Óbvio que no Café Society. É, nessa quinta feira, dia 22 de outubro, Larissa Caldeira e banda irão se apresenta no Café com o show intitulado Rádio Canção. A proposta é rememorar os grandes artistas do rádio, através de um repertório vasto e com novos arranjos musicais. O valor da mesa, com quatro cadeiras, está a sessenta reais, o que não sai caro para cada um, já que Rádio Canção nasceu com o propósito inovador de um estudo da cultura musical brasileira e promete ser uma proposta inusitada. A partir das 21:30h. Nos vemos lá?

Lindo e eu me sinto enfeitiçada, menino bonito:

italo

Para a alegria dos fãs, quem está de volta ao palco nesse fim de semana é Ítalo Silva. E tem novidade: serão dois dias na sequencia. Seu show, Viva O Povo Brasileiro, será apresentado nos dias 24 e 25 de outubro, a partir das 19:30h. O valor do ingresso ainda não foi divulgado, mas ítalo sempre cobra um preço popular para que todos possam comparecer, então, de qualquer maneira, já dá para marcar na agendinha a data do show. Viva O Povo Brasileiro vai contar a nossa história através do cancioneiro popular. A ideia é genial e extremamente precisa. E quem bom que estamos prosperando em produções nesses últimos tempos. Sexta e sábado vamos todos para o teatro, ver Ítalo cantar e consumir cultura de qualidade!


Cultura, Vitória da Conquista

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Tome Nota – Um giro pela cena cultural conquistense e o que vem por aí!!

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Por Mariana Kaoos

Vadeia, Cosme:

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Finalmente chegou o mês mais esperado de todos. Esperado não apenas porque é nele em que as flores começam a desabrochar para a vida, e sim porque também é nele que os gêmeos mais amados do Brasil fazem aniversário. Mesmo ainda sendo lá pro dia 27, a expectativa já é grande. Passa ano entra ano, setembro é tempo de fazer caruru e vatapá para Cosme e Damião. Os santos surgiram através da igreja católica, mas também são cultuados em outros segmentos religiosos como o candomblé. De acordo com a doutrina de matriz africana, eles representam os Ibejis (divindades) que, em troca de brinquedos e doces resolviam os problemas levados a eles. Também são associados aos Erês (entidades infantis). Existe uma lenda curiosa que diz que um deles morreu afogado e o outro, muito triste, pediu ao Deus Supremo que o levasse também. De acordo com a tradição, uma imagem dos dois juntos foi deixada na Terra e, nela, eles não poderiam nunca se separar. Quando acharam essa imagem de Cosme e Damião passaram a fazer promessas para ela e, em troca, oferecer os doces e os brinquedos. Outras lendas acerca da história deles também são contadas por aí, mas precisaríamos de, no mínimo, uma grande reportagem para poder falar de todas elas. Bom, o que importa é que o 27 de setembro é dia de comer caruru e essa jornalista que vos fala já se encontra aberta para receber convites maravilhosos relacionados com a data em questão. Dizem que ofertando os doces e clamando com fé os meninos realmente atendem aos pedidos sinceros. Então PRE-PA-RA porque tá valendo desde já!

A contra mola que resiste:

centro

Nos últimos dias, Vitória da Conquista tem fervilhado em todos os sentidos. Os dias estão lindos e quentes, provocando muito suor na moçada e exigindo altas doses de cerveja. O caldeirão cultural também não para de borbulhar. Ouve-se música aqui e ali, cores em festivais e expectativa para o que virá. Na verdade a palavra do momento é burburinho. Um deles chegou antes do inicio da primavera, mas já está florindo na boca do povo. Bom, pelo menos na boca dos produtores, consumidores e simpatizantes da cultura local. É, o assunto do momento gira em torno do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima. Nessa quinta-feira, dia dezessete de setembro de 2015, a partir das 19 horas, haverá uma audiência pública para discutir a situação em que o Centro de Cultura se encontra. Desde 2013 que ele fechou para reforma e reforma que é bom não se conclui. Ou melhor, reforma que é bom, sequer se vê. Diversas peças teatrais, bem como shows, festivais e afins deixaram de ocorrer na cidade por falta de espaço adequado. Não que o Centro de Cultura tenha estrutura para comportar tudo, mas sem ele é ainda pior. Por isso, é imprescindível que a população local questione, pense e proponha soluções para esse impasse. Tá, tudo bem! Já sabemos que a Mostra Cinema Conquista esse ano vai ser realizada por lá, mas mesmo assim será nos anexos e na lateral. Já é um começo? Com toda certeza. Mas queremos mais. Queremos muito mais, porque o Centro de Cultura é nosso e a gente deve, pode e precisa ocupa-lo com arte. Então, vamos todos na quinta-feira?

Ciranda do Incentivo:

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E aí vida boa, anda reclamado do cenário cultural da Bahia? Acha que não tá rolando nada? Que poderia melhorar? Sabe qual é a solução? Levantar dessa cadeira e tomar iniciativa. Agora você pode. Você pode porque Secretaria de Cultura do Estado da Bahia abriu um edital quente e delícia pra que novas propostas culturais possam surgir e se consolidar. Intitulado Agitação Cultural: Edital de Dinamização em Espaços Culturais, o projeto tem como objetivo investir quinze milhões de reais (isso mesmo, quinze milhões de reais!) em ações de qualquer segmento cultural que tenham uma frequência mínima de uma vez por mês. Cada proposta enviada pode pedir até 150 mil reais e terá que ser realizada pelo período de três a seis meses. Como qualquer pessoa, física e jurídica, pode se inscrever, então já sabe, né? Vamos sentar, pensar e colocar no papel (ou no email) várias ideias geniais para movimentar esse cenário cultural do nosso estado que a gente vive dizendo que quase não existe. As inscrições vão rolar até o dia 30 de setembro. A hora é essa e quem não aproveitar perdeu! Quer saber mais informações? Clica aqui, ó: http://www.fundacaocultural.ba.gov.br/noticias/secultba-abre-inscricoes-para-o-agitacao-cultural-edital-de-dinamizacao-em-espacos-culturais

A gente vai deixar de amar e vai chover:

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Calma, calma, não se assustem! A frase título dessa notinha é apenas uma licença poética para falar de uma super novidade que vem por aí. Ainda está longe, mas já é bom passar a informação adiante, a fim de que todo mundo se programe logo. Em novembro, mais precisamente no dia sete, o talentisíssimo Fillipe Sampaio fará uma apresentação totalmente autoral, lá no Teatro Municipal Carlos Jehovah. Intitulado Primitivo, o show tem como objetivo mostrar através da música a questão instintiva humana em quatro estágios diferentes: nascimento, sexualidade, espiritualidade e morte. Fillipe, que ganhou o concurso municipal Por Isso É Que Eu Canto no ano passado e, atualmente, vem se apresentando (para nossa alegria!) em diversos barzinhos da cidade, já está em processo artístico de criação, compondo com muito carinho uma série de canções para o show. Quem assina a direção musical é Isadora Oliveira. A produção fica por conta de Maria Eduarda Carvalho. Assumindo a fotografia, Maiêeh Souza promete chegar com tudo e Ully Flores já anda pensando num cenário inovador e cheio de surpresas. Ao que tudo indica, a gente vai amar, vai chover, sorrir, se emocionar e ainda pedir bis. Então escreve logo na agendinha que dia 7 de novembro a qualidade e a diversão já são coisas garantidas!


Cultura, Vitória da Conquista

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Política conquistense: No 07 de setembro, prefeito Guilherme volta a criticar a imprensa

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Durante entrevista concedida a jornalistas no desfile do 07 de setembro, na manhã de hoje (segunda-feira), o prefeito de Vitória da Conquista, Guilherme Menezes (PT), comentou sobre o tema do evento esse ano: “Celebrar a Independência: proclamando uma cultura de paz e não violência”.

Segundo o gestor, parte da imprensa atualmente tem criado a ‘cultura do ódio’, que muitas vezes é aceita por quem consome a informação.

“Então por isso a gente trouxe esse tema, celebrar a paz, a cultura da paz e dizer um basta dessa violência”, disse.


Política, Vitória da Conquista

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Retorno da Miconquista: Para secretário de cultura, ‘tudo’ precisa ser esclarecido

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Por Mário Bittencourt 

Foto: Blog do Rodrigo Ferraz
Foto: Blog do Rodrigo Ferraz

Sepultada em 2008, sem quase ninguém no enterro, a micareta de Vitória da Conquista, que projetou a cidade nacionalmente no início da década de 1990, poderá ser ressuscitada em 2015.

A tentativa de milagre vem sendo capitaneada pelo empresário e produtor de eventos Pedro Alexandre Massinha, dono de um dos maiores blocos de micareta da Bahia, o Massicas.

Massinha lidera um grupo de empresários que também já foram donos de blocos de rua e que estão acendendo velas para trazer a festa do além.

A intensão, diz Massinha, é fazer um evento privado, com o folião pipoca, mas em local público (sendo o mais provável o Bosque da Paquera), onde os acessos seriam controlados. A festa ocorreria no mês de abril de 2015.

“O retorno da micareta é inarredável. Evidentemente, não é unânime. Mas nós temos uma turma jovem em Conquista, que é um polo universitário, e essa turma tem buscado conhecer a micareta. Não só aqueles que viam a festa com seus pais, mas também os estudantes de fora que estão aqui”, declarou.

Outros horizontes

Com o fim da micareta, em 2008, quando, já em decadência, ela foi realizada no Bosque da Paquera, sem trios na rua, apenas com três palcos – um principal, um do rock e outro do forró -, a prefeitura de Vitória da Conquista passou a investir em três eventos: Natal da Cidade, São João Forró Pé de Serra do Periperi e Festival da Juventude.

Estes eventos têm atraído grande público – não tão quando as micaretas, que reuniam de 100 a 150 mil pessoas -, e vem sendo elogiados por terem um caráter mais cultural, com grande atrações nacionais e voltados para o lazer da família.

A micareta, por outro lado, é lembrada do ponto de vista negativo pelo aumento da violência.
Massinha, contudo, não tem dúvida: “Com todo respeito aos outros eventos, a micareta é a grande festa da cidade de Conquista”.

Do contra

Secretário de Cultura à época que a micareta morreu, Gildelson Felício, que também foi dono de bloco de rua por dez anos, discorda de Massinha.

Para Felício, os eventos que a Prefeitura realiza atualmente já estão consolidados no calendário artístico e cultural da cidade.

“Conquista já aprovou estes eventos”, declarou ele, sem querer afirmar diretamente que é contra a volta da micareta, evento em que o poder público local investia por ano de R$ 800.000 a R$ 1,5 milhão. Segundo Felício, quem acabou com a micareta local foram as bandas de axé, que passaram a cobrar alto demais pelo cachê.

O custo de antigamente, porém, é menor do que o investimento nos atuais três eventos que a Prefeitura passou a realizar depois do fim da micareta: R$ 1,78 milhões, segundo informou o secretário de Cultura, Nagib Barroso, músico e velho conhecido das micaretas.


Cultura, Vitória da Conquista

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Tome Nota – Um giro pela cena cultural conquistense e o que vem por aí!!

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Por Mariana Kaoos

Mostra Cinema Conquista

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A notícia é quente e está saindo em primeiríssima mão: Esse ano, o homenageado da Mostra Cinema Conquista será o ator conquistense Paulo Tiago, que faleceu no ano passado. Paulo pertencia a uma família inteira de artistas. Sônia Leite, sua mãe, é atriz. Seu pai, Gildásio Leite, ator e diretor. Seus irmãos, Gabriela e João Gabriel, cineastas e, sua outra irmã, Pauline, produtora. Todos, de certa maneira, foram nomes de extrema importância para a produção e consolidação do cenário cênico em Vitória da Conquista. Paulo, por exemplo, escreveu, atuou e dirigiu a peça intitulada Tragédia do Tamanduá, que, posteriormente, virou também filme. Quem assina a curadoria da homenagem é o fotógrafo Vinicius Gil, mais conhecido como Purki. Luiza Audaz entra, junto com ele, na produção. Os dois estão viajando hoje, inclusive, para Salvador, a fim de conversar com a família de Paulo e reunir material para a exposição. Ainda sobre a Mostra, essa será a sua 11ª edição e ocorrerá entre os dias quatro e nove de outubro. Outra grande novidade, é que ela vai ser realizada no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, na parte do anexo e na concha acústica. Desde o ano de 2013 o Centro de Cultura estava fechado para reforma. Tudo indica que último evento que ocorreu por lá, inclusive, foi a própria Mostra e, agora, ela que irá reinaugura-lo. Parece que esse ano a Mostra Cinema Conquista vai dar muito o que falar. E que bom! Notícia boa ou não é?

Não mexe comigo, que eu não ando só

nao mexe comigo

Já pensou em atrelar a cultura e a arte às pautas sociais que rondam o nosso cotidiano? Não seria maravilhoso degustar um produto artístico e, ao mesmo tempo, refletir através dele sobre a nossa conjuntura social? Então, tem um grupo de mulheres, fortes, destemidas e empoderadas que estão propondo justamente isso, lá em Salvador. Vindas das mais diferentes vivências culturais, elas se uniram em torno de um objetivo: montar uma peça, cujo nome será “Somos Todas Clandestinas”, que trará como tema o universo das mulheres que realizam o aborto no Brasil. As meninas já estão em fase de montagem do roteiro e, ao que tudo indica, alguns pontos chaves estarão incutidos no espetáculo, como a legalização e descriminalização do aborto, os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e o papel do Estado e dos homens nisso tudo. Essa é uma temática que precisa ser discutida, pensada e objetivada em ações com extrema urgência dentro da nossa sociedade. O legal do “Somos Todas Clandestinas” é que, além de ser uma peça pontual, o público (você mesmo aí!) também pode contribuir com ela. Na verdade, a equipe de produção lançou o projeto na plataforma web Benfeitoria. Nessa plataforma, inúmeros grupos podem apresentar projetos para a captação de recursos. Claro que oferecendo algo em troca ao público. A peça em questão tem como objetivo conseguir o financiamento necessário para custear a produção e, em contrapartida, realizar uma temporada de dez apresentações gratuitas. Será esse o tão esperado momento de começar a mudar as nossas vidas através da arte? Acredito que sim. Para quem quiser contribuir ou até mesmo conhecer um pouco mais do projeto, é só dar um clique: https://beta.benfeitoria.com/somostodasclandestinas. A captação de recursos vai até o dia 29 de setembro.


Cultura, Vitória da Conquista

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Segunda edição do Quintal do Groove animou o dia de domingo em Vitória da Conquista

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Por Mariana Kaoos

Foto: Maieh Sousa
Foto: Maieh Sousa

Uma hora da tarde de domingo. O astro rei estava fixo no céu, reluzente, com aquele ar imponente, imperial. Seus raios solares iluminavam toda a cidade e fazia com que tudo tivesse mais cor, mais vida. O azul turquesa contrastava com as pouquíssimas nuvens, brancas e de algodão, que se encontravam esparsas, pelo céu. Fazia calor. Não daquele tipo insuportável de calor, mas do tipo excitante. Aquele em que você sente e, prontamente, quer tomar uma cerveja, sair de casa, ver o que o dia pode lhe proporcionar.

E o dia de ontem, 23, realmente proporcionou muita coisa para os que saíram de casa e foram conferir a segunda edição do Quintal do Groove, lá no Canto do Sabiá. A proposta da festa era mais ou menos assim: estipulou-se um valor para o ingresso mais um quilo de alimento não perecível por pessoa. Os alimentos, posteriormente, iriam ser doados para alguma instituição de caridade de Vitória da Conquista. Ao entrar no Groove, cada pessoa também tinha direito a uma feijoada (que, por sinal, estava deliciosa). Já a parte artística contou com uma exposição dos desenhos de Ully Flores e muita música. Durante a tarde, iria ocorrer a apresentação de três grupos autorais de Vitória da Conquista (Fillipe Sampaio e banda, Luiza Audaz e Trio Curimã e a Hendrix Armorial). Já ao por do sol, quem entraria com tudo para esquentar a pista de dança seriam os djs CangaSoul, CNKS, Dorgo B e Sig Sazonal.

Foto: Maieh Sousa
Foto: Maieh Sousa

E foi mais ou menos assim que aconteceu. A produção da festa (assinada por Dorgi Barros, Luiza Audaz e André Saimon) colocou toldos e mesas na parte externa do bar, para que o público pudesse sentar e comer a feijoada. Por volta das 14 horas, Fillipe subiu em palco para mostrar um pouco do seu mais novo show, intitulado “Instinto Primitivo”.

Foto: Maieh Sousa
Foto: Maieh Sousa

Fillipe é solar. Irreverente. Na tarde de ontem, vestia uma saia indiana verde e num óculos de grau, redondo, enorme. Contudo, o melhor assessório que usou, sem sombra de dúvidas, foi a sua voz. Ele, que é do signo de câncer, carrega na sua performance artística diversos contrastes: calmaria e tempestade, pressa e mansidão, suavidade e fúria. Tudo isso pode ser observado ontem, quanto cantou suas próprias canções e interpretou algumas músicas de outros artistas, como, por exemplo, da também conquistense, Ana Barroso. Seu show, inclusive, foi em homenagem a ela, que fez aniversário essa semana e é uma de suas maiores inspirações musicais.


Cultura, Vitória da Conquista

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