Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb
“O mal é sempre lembrado, o bem é tão facilmente esquecido“. Essa frase foi proferida no episódio final de “Spectreman” pelo vilão do seriado, o (vejam só) símio Dr. Gori. Essa visão pessimista faz parte do DNA deste “Planeta dos Macacos – O Confronto”, novo filme da franquia iniciada pelo livro de Pierre Boulle, lançado em 1963.
Assim como no original literário, a arte de imitação dos nossos primos evolutivos é parte importantíssima da trama, escrita por Mark Bomback, Rick Jaffa e Amanda Silver. Mas tal importância não está explícita no filme, mas pode ser lida nas entrelinhas da obra. O diretor Matt Reeves fez um belo trabalho na composição visual da produção e na imposição de um clima crescente de tensão que nos acompanha durante toda a projeção.
Para aqueles já familiarizados com a franquia, irraízada na cultura pop mundial há mais de cinco décadas, não há grande surpresa sobre o desenrolar dos acontecimentos. Já é sabido qual será o destino final da humanidade ao final da história maior que está nova série iniciada por“Planeta dos Macacos – A Origem“ está por contar. A atração aqui é no desenrolar trágico desta narrativa.
Uma década após a humanidade ser dizimada pelo vírus que deu a faísca de sapiência aos símios (o “espírito”, como insistia Boulle em seu livro), o líder dos macacos, César (Andy Serkis) guia seu povo em paz, até que um agrupamento humano cruza o seu caminho, buscando reativar uma usina hidroelétrica que necessitam para recuperar ao menos parte de sua destroçada civilização.