Por Mariana Kaoos

Se tem uma coisa que o Café Society sabe fazer é promover encontros bacanas. Encontros bacanas entre pessoas legais. Porque diferentemente de outros bares de Vitória da Conquista, no Café o álcool não é o único protagonista do ambiente. Muito pelo contrário. Pelo meu ponto de vista, o que impera por lá é o consumo de cultura, em todas as suas possíveis esferas. E consumir cultura também quer dizer trocar, dialogar, debater, exercitar através da dialética o poder do acréscimo intelectual e da análise critica acerca da realidade que nos cerca. Então, sendo assim e assim sendo, no Café Society as pessoas se observam, se conhecem, se encontram, se surpreendem umas com as outras e essa é a grande magia de lá.

Eu, por exemplo, fiquei encantada com algumas pessoas na noite de ontem, 27. A primeira delas, uma figura boníssima de nome Leo Tavares. Para quem não sabe, como até então eu não sabia, Leo é blogueiro e radialista na cidade. Junto com mais alguns parceiros ele mantem o site Buteco 512 e um programa na Mega Rádio de mesmo nome. Ele é formado em administração, mas, pelo que percebi, sua área é outra. Leo é fera no que diz respeito ao universo gastronômico e etílico. Etílico, principalmente se o papo for sobre whisky ou cerveja. Em se tratando da segunda opção, ele bebe, ou melhor, degusta cervejas artesanais e importadas há mais ou menos dois anos. Foi durante esse período que, além de saborear e apurar o paladar, Leo se informou, leu, procurou saber mais e mais e mais sobre a origem da bebida e suas particularidades.

Na noite de ontem, Leo nos deu o prazer, a mim e a Rodrigo Ferraz, de sentar-se conosco num evento que, para mim, foi o melhor que o Café Society já promoveu: a Degustação Harmonizada com o sommelier em cerveja Vinicio Carvalho. E é aqui que começo a falar do meu segundo encanto noturno. Vinicio é especialista em cerveja. Saca de T-U-D-O. Já tem um tempinho, Otávio Henrique, dono do Café, teve uma sacada incrível e trouxe Vinicio de Salvador para cá. Agora é ele quem está estruturando essa questão da bebida, aliada à gastronomia, no bar.

E falando agora da degustação, ela foi mais ou menos assim: Uma grande e deliciosa orgia etílica gastronômica.  Apenas trinta vagas foram abertas num valor de oitenta reais cada. Vinicio apresentou quatro pratos da casa (bolinho de bacalhau, bruschetta de atum, calabresa ao curry e Amado, cocada coberta por sorvete de coco e farofa de tapioca) aliados a quatro cervejas (Matilda, Euforia, Red Ale e Mississipi). A grande magia é que o gosto da comida, atrelado a bebida, se harmonizava. Um realçava o sabor do outro e proporcionava uma explosão de prazer na boca de quem experimentava a mistura. Mas não só. A degustação também contou com uma “aula” pratico-teórica sobre o universo cervejeiro. Numa explicação curiosa e interessante, Vinicio nos falou da origem da cerveja, das suas famílias, peculiaridades e etc. Todos que estavam lá ouviram atentos aos ensinamentos do mestre.

E isso acabou sendo divino, maravilhoso. Porque olha, pra que coisa mais legal que você saber o que está bebendo, como está bebendo e o porquê de estar bebendo?! Se durante muito tempo o vinho foi o rei da cocada preta, agora é a vez da cerveja. Pelo menos aqui em Vitória da Conquista. Nós já contamos com casas que trazem o catálogo de rótulos de cerveja como carro chefe, sem falar dos pequenos microempreendedores que vem produzindo cervejas artesanais e gostosérrimas. É claro e evidente que a proliferação de botecos na cidade é exorbitante e que neles o que impera é a cerveja comercial e com intuito único e exclusivo da bebedeira pela bebedeira. Contudo, outro universo vem se descortinando e atraindo pessoas por aqui. Pelo menos ontem, a plateia estava excitada com a degustação. Foi possível observar expressões contestes e satisfatórias no rosto dos presentes.

E, cá pra nós, pensando aqui com meus botões, eu acredito que as expressões contentes e satisfatórias provinham não só da degustação, e sim do ambiente como um todo, tá sabendo?! De maneira intensa e escancarada, o meu terceiro encanto da noite foi pelos garçons do Café Society. Jéssica e companhia limitada são seres humanos extremamente profissionais. Ela, bem como o restante dos meninos, são de uma atenção delicadíssima para com os clientes do Café. Todos eles estavam muito educados e ágeis durante a degustação. O que me fez concluir que para que um ambiente se destaque e eu queira voltar a frequenta-lo é necessário respeito, aconchego e troca de delicadezas entre clientes e funcionários. Para mim alguns lugares aqui em Vitória da Conquista se destacam nesse quesito. Dentre eles os bares Cinco Continentes, Aquárius Gourmet, Café Society e Canto do Sabiá.

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