Nos últimos meses o Brasil tem acompanhado o crescimento alarmante da violência ligada a facções criminosas. Uma das maiores preocupações tem sido a apropriação de marcas e gestos cotidianos que tem levado inocentes a perderem suas vidas ao serem confundidos com membros de facções.
Em 18 de dezembro, Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, foi encontrado morto na Vila de Jericoacoara. Ele estava em uma viagem com o pai, Danilo Martins, quando membros de um grupo criminoso acreditaram que ele fazia parte de um grupo rival, após olhar fotos no celular do adolescente. Henrique tirou fotos em que destacava três dedos nas mãos (polegar, indicador e dedo médio). O pai do jovem afirmou que o filho não tinha conhecimento do significado do símbolo.
Gestos como “V de Vitória” ou cortes na sobrancelha estão sendo usados como marca de pertencimento e controle de territórios. O diretor regional da Polícia Civil do sul e sudoeste, Roberto Júnior, explica como esses símbolos são usados. “ As facções aqui em Conquista, e em outros lugares, se identificam com o número 2 e 3. Os criminosos tiram fotos usando os dedos para sinalizar a qual grupo pertencem e às vezes as pessoas fazem o gesto sem necessariamente estar fazendo referência, e acabam sendo confundidas com integrantes e em alguns casos, sendo vítimas de homicídio”.
Por: Carol Souzza
