Opinião: Dilma, o brasileiro está de olho!

Por Juraci Santana – Jornalista

Juraci Santana é jornalista formado pela Uesb
Juraci Santana é jornalista formado pela Uesb

Foi por pouco. De maneira precisa, 3,28% a diferença entre Dilma e Aécio (51,63% e 48,36%, respectivamente) na disputa presidencial. O resultado do segundo turno das eleições foi de acordo com tudo que ocorreu ao longo dos últimos meses, desde a morte de Eduardo Campos, a ascensão de Marina Silva ao posto de segundo lugar na disputa e até o resultado inesperado de primeiro turno. Mas, apesar do PT ficar no poder por mais 4 anos, não podemos dizer que o partido venceu, de fato. O resultado das urnas simboliza um sentimento de insatisfação de grande parte da população brasileira em relação ao atual governo, sabendo-se que quase metade dos eleitores aptos – com exceção de brancos e nulos –  votou no candidato de oposição. E poderia muito bem ter sido Marina Silva, por que não? Não, não poderia ter sido Marina. O PT usou da astúcia de João Santana – marqueteiro vencedor de 7 eleições presidenciais Brasil afora – para desconstruir Marina Silva.

Enquanto os eleitores do PT foram seguros de seu voto em Dilma e os do PSDB foram seguros em Aécio, quem estava depositando em Marina seu voto era um eleitor que se aventurada no novo, numa nova possibilidade, mas não tinha a mesma segurança no seu candidato do que os eleitores dos outros dois partidos. Enquanto o PT “surrava” a candidata pelo PSB, Aécio fazia o tradicional “morde e assopra”, alegando que a candidata tinha boas intenções, mas faltava preparo, tinha origem no PT, não tinha posicionamento firme (…). Então, não era astúcia. A sede de enfraquecer a principal ameaça à manutenção do poder fez com que o PT olhasse apenas para uma direção: a própria Marina Silva.

Quem se aventurava na candidata teve que rever seu voto, optando, de acordo com o resultado do dia 06 de outubro, por Aécio Neves. Era mais precisamente um voto para que o candidato oposto não vencesse a eleição. Na disputa de segundo turno, o candidato tucano reuniu diversas forças, sendo Marina Silva a principal delas. Além das figuras políticas, outra força importante para os dois candidatos neste segundo turno foi a militância. Provavelmente, este foi o pleito eleitoral em que os militantes políticos estiveram tão presentes e engajados em prol de um nome ou partido desde as eleições de 1989, segundo analistas, onde duelavam Lula e Collor ao cargo máximo do executivo no país.

E se você, militante ou não, enraiveceu-se, engajou-se ou animou-se em 2014, prepare seu psicológico, pois 2018 promete uma disputa bem mais quente: há indícios da volta de Lula; Marina criará seu partido, a Rede, e provavelmente disputará as próximas eleições; Aécio, fortalecido em 2014, deve ser o nome do PSDB para o próximo pleito; por último, o PMDB, maior aliado do PT, articula-se para lançar uma candidatura própria. Enquanto não chega 2018, vamos acompanhar o segundo governo de Dilma e o quarto do PT – nesta eleição, o recorde de partido que mais tempo ficou no poder. E, Dilma, o brasileiro está de olho. Agora, mais do que nunca.



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Comentário(s)


2 responses to “Opinião: Dilma, o brasileiro está de olho!

  1. Caro Juraci,

    Parabenizo-o pela análise do cenário político atual do Brasil e pela coragem de exercer o seu direito democrático de emitir sua opinião para o público leitor.

    Boa sorte e que Deus lhe ilumine nessa caminhada.

    Um grande abraço,

    Dirceu Góes – Coordenador do Curso de Comunicação/Jornalismo da Uesb

  2. Parabéns conseguiu expressar muito bem a leitura política. Foi uma nova etapa na política brasileira. Aqui em. Vitoria da. Conquista fiquei assustado com tantos militantes tucanos sem interesse de cargos políticos com a blusa da pátria amada, em busca de uma tão sonhada mudança.

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