Opinião e Copa do Mundo: A Fifa e a Violência – por Luiz Nova

colegio opcao

por Luiz Nova, no Facebook

luiznova

Apesar da minha paixão por futebol, traço da cultura vivenciada. Apesar de nunca ter adotado a agitação política do “Não vai ter Copa!”. Entendo que a crítica ao lazer, em geral, não é um instrumento efetivo de luta social. Por achar, ainda, que o “Não vai ter Copa!” não é uma precipitação nova e inusitada do movimento social e que, por isso, teria um efeito tão estreito, quanto teve a repetição do “Fora Sarney!”, em outros governos. Sendo assim, não adotei a atual, por entender a ineficiência da anterior.

Apesar, ainda, de querer participar da emoção de ser hexacampeão. Apesar de achar que só em ditaduras a intenção de manipular o futebol, para interesses políticos, tem algum efeito maior – 70 (BR) 78 (AR). Apesar de achar que esta é uma excelente Copa, pelos jogos que têm ocorrido. Portanto, mais uma vez a mídia tradicional e ideológica, do mercado, foi desmoralizada. Apesar de achar que foram intencionais, as faltas do lateral colombiano, em Neymar e, antes, em Hulk.

Isto, no entanto, não significa que credite a ele, um sentimento desonesto. É o senso comum do ambiente e da prática do futebol, que é machista. São as regras Fifa de deixar o jogo correr, que impõem aceitar muitos lances que não deveriam ser aceitos. É que o espetáculo não pode ser monótono, pois assim vende mais.

Apesar de todos os apesares, procuro sempre abordar este processo com certa complacência, pois o que a manipulação de uma paixão massificada mais produz é o reforço ao conservadorismo e ao atraso. Nas ditaduras, reforça o discurso passional e excludente do “ame-o ou deixe-o” (sentença da ditadura brasileira contra seus opositores, onde “amar”, era apoiá-la). Por outro lado, nas democracias liberais, o efeito desta paixão massificada é reforçar a irracionalidade da violência pessoal, de onda saem linchamentos e assassinatos.

 

Por isso, lamento a saída de Neymar, pode enfraquecer o time (mas pode ser trabalhado para o efeito de tropa que o Felipão gosta e tem dado resultado, em desafios de curta duração – 2 jogos). Lamento o juiz não ter posto o jogador colombiano pra fora, estimulou mais violência, subproduto da arte do futebol. Mas, é bom parar por aí! Qualquer outra iniciativa, até mesmo verbal, é irresponsável. Que a Fifa puna o colombiano, como puniu o uruguaio ou até reduza um pouco a pena dos dois. Fora daí é estimular linchamentos verbais, simbólicos ou físicos. É ser irresponsável! 



Artigos, Bahia, Brasil, Esporte, Internacional, Vitória da Conquista

Comentário(s)