Uma matéria publicada no dia 31 de janeiro deste ano no site do jornal El País (maior jornal da Espanha) destaca o trote do curso de Agronomia da Uesb, ocorrido a quase 1 ano, em 26 de abril de 2013, em que uma aluna de 22 anos, do 1º semestre do curso teria sido obrigada a chupar testículos de boi.
Na matéria, assinada pela jornalista María Martín, são citados também vários casos de trotes violentos de universidades brasileiras como o caso do estudante de Medicina da USP, Edison Tsung Chi Hsueh, que apareceu afogado em uma piscina após uma noite intensa de trotes.
Procurada pela nossa equipe para comentar sobre a relação entre o nome da Uesb e os trotes violentos ocorridos no Brasil, a assessoria de comunicação da universidade se limitou a enviar a Resolução Consu Nº 07/2008, que trata da proibição da prática do trote na instituição. A resolução prevê de “suspensão por 100 dias letivos (equivalente a um semestre)” ao “desligamento dos quadros da UESB” para quem praticar o trote. A assessoria foi questionada, mas não informou nada quanto aos resultados da sindicância instalada para apurar a realização do trote. A sindicância foi aberta em 9 de maio e tinha 30 dias úteis para apresentar o relatório final.
Repercussão do trote – Após a divulgação do trote nos principais veículos de comunicação da cidade e do país, vários movimentos sociais se posicionaram frente ao caso. A Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Adusb) declarou, através de documento enviado em 13 de maio de 2013 ao reitor da Uesb, Paulo Roberto Pinto Santos, que “o fato ocorrido com a estudante de Agronomia expressa a banalização da violência, o machismo e o sexismo”. Segundo nota divulgada na época pela Marcha Mundial das Mulheres – Núcleo de Vitória da Conquista, “apesar dos trotes serem proibidos na Uesb desde 2008, infelizmente, esse episódio repete-se todos os semestres explicitamente na universidade, e nada é feito para responsabilizar os culpados”.
A universidade realizou, em 2013, uma campanha contra o trote através de outdoor, releases e banners no site oficial da instituição. Texto: Guilherme Barbosa
Agora tem o troféu Status Vergonha Internacional.