Na última sexta-feira (6) o jornalista conquistense *Marcísio Bahia lançou o seu livro, intitulado ‘Alma Nua’. Na oportunidade, o profissional foi recebido pelo prefeito da cidade, Guilherme Menezes. Logo depois, na Praça Tancredo Neves, em frente ao Memorial Régis Pacheco, Marcísio reuniu amigos em uma noite cultural.
Marcísio criou uma trama passada na primeira década do século 20, quando a abolição do regime escravista era ainda algo recente e não totalmente absorvido pela sociedade. A história acontece em três cidades diferentes: Rio de Janeiro, Salvador e Vitória da Conquista. Autor do prefácio do livro, Esechias Araújo chega a comparar o estilo narrativo de Marcísio com alguns elementos das obras de Jorge Amado e Machado de Assis – absorvendo deste o “talho psicológico”, e daquele, o pendor para contar histórias “apimentadas e intrigantes”. Para inserir a questão do racismo na narrativa, Marcísio disse ter buscado inspiração entre seus próprios antepassados.
“Dentro da minha família teve uma história dessas, com meu bisavô. Eu me aproveitei do mote real para fazer o fictício. Mas a história do livro é fictícia e tem alguns valores a serem questionados. Por isso é que o nome é ‘Alma nua’”, contou. No entanto, há muito mais do que antigas memórias familiares na trama do livro. Houve lugar, por exemplo, para que autor ousasse inserir ali seus próprios dramas particulares. “Eu já tive muitos desníveis, muitas subidas e descidas na minha vida. Vi a vida de vários pontos. Então, toda essa carga dramática passou para a ficção, através da minha forma de escrever”, explicou Marcísio, que, das tais “subidas e descidas”, garante ter guardado apenas a inspiração para a literatura – hábito que ele descreveu como “um vício altamente saudável”.