Por *Edwaldo Alves
Cada vez admiro mais a sabedoria contida nos ditos populares. Aquele que dá título a esse artigo parece nos indicar quais resultados poderão advir da atual crise política brasileira. Não nego a minha preocupação, quando, entre os diversos pedidos de impeachment de Dilma Roussef, um mereceu mais atenção porque um de seus signatários era um homem de passado limpo e honrado, apesar de sua provecta idade. Hélio Bicudo assinou o pedido mesmo à custa da insatisfação de parte de sua família. Mas, no momento em que a solicitação do impeachment foi acolhida e instrumentalizada pelas mãos sujas e desonradas de Eduardo Cunha mais nada restou de seriedade na petição.
O ainda presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, sabe da inconstitucionalidade, da inocência de Dilma Roussef e da impossibilidade política de obedecendo-se aos ritos processuais definidos pelo STF ocorrer qualquer ameaça ao mandato da presidenta ou a anulação da verdade do pleito eleitoral de 2014. Dessa forma, o processo de impedimento ameaça descambar para o perigoso terreno da galhofa, como diria o saudoso e gozador Sergio Porto. Mas, então, o que move e inunda a mídia que não para de criar factóides sobre o assunto?
Primeiramente, não podemos esquecer as mudanças que estão ocorrendo no campo internacional. A atual crise do sistema internacional do capitalismo, iniciada em 2008, incitou os países que dominam a economia mundial a barrar e reverter o surgimento de países que não aceitam passivamente a dominação imperialista, principalmente na América do Sul. Uma onda direitista e conservadora, por meio institucionais ou ilegais, não mediu esforços para derrotar ou neutralizar países que não se alinham automaticamente com o centro do império. A crise internacional em 2008 logo foi acompanhada de golpe militar em Honduras em 2009; em 2012, destituição ilegal do Presidente Lugo no Paraguai; campanha política e midiática contra os governos da Venezuela e da Argentina que influíram decisivamente nos resultados eleitorais daqueles países. No Brasil, o inconformismo com a vitória de Dilma em 2014, desencadeou uma campanha que atinge níveis inimagináveis.