Prêmio Paradoxal

parque logistico

Por Marcísio Bahia

Marcísio Bahia é colaborador do Blog do Rodrigo Ferraz
Marcísio Bahia é colaborador do Blog do Rodrigo Ferraz

As comemorações do centenário do mestre Dorival chegam ao seu ápice com o Prêmio Caymmi de Música, e a cerimônia de premiação acontece no dia 30 de abril de 2015, prometendo ser um marco inesquecível no cenário cultural da Bahia. A missão da iniciativa é reconhecer, premiar e fortalecer as novas produções de todo o Estado, resgatando a tradição dos festivais e, como ficou explícita na extensa lista de indicados neste ano, valorizar a diversidade e o acesso dos artistas interioranos aos holofotes da capital. Antagonicamente à proposta dos organizadores, para que o artista do interior seja lembrado nas indicações tem, por obrigação, de ir se apresentar lá na capital, como é o exemplo dos concorrentes dessa edição com raízes em Vitória da Conquista –Álisson Menezes, Léo Brasileiro e Caim.

O evento é considerado o “Oscar” da música baiana, contudo, mesmo com a inserção de tantos artistas com raízes interioranas, tem seus tentáculos de busca de novidades limitados à região metropolitana da capital. Claro que é um ponto de vista de quem observa do prisma conquistense, e não necessariamente a verdade absoluta, porém a análise da observação nos leva afirmar que se o artista interiorano não arrumar as malas e for fazer seu show pelas bandas de Salvador, as chances dele ser indicado chegam a quase 0%.

A intenção não é fazer uma crítica opositora aos métodos do prêmio. Pelo contrário, é para extravasar a alegria de ver esses nomes, acima citados, concorrendo ao Caymmi e levando um pouco ou um tanto de nossa esperança junto à bagagem, representando esse pedaço de chão que transpira música de altíssima qualidade.

O bairrismo soteropolitano é um dos maiores entraves para a produção cultural interiorana, e se torna necessária a nossa informação e ação observadora sobre tudo que acontece em relação à cultura artística na Bahia, tomando conhecimento de como as verbas públicas para o setor estão sendo distribuídas, rejeitando toda e qualquer forma de “separatismo”, pois a máxima é de que todos nós somos baianos e temos o mesmo direito aos “holofotes”, ou seja, à luz do sol.



Artigos, Bahia, Brasil, Cultura, Vitória da Conquista

Comentário(s)