Por Juraci Santana
O primeiro caso suspeito da febre chikungunya em Vitória da Conquista foi registrado há quase três semanas, mas virou assunto somente esta semana. De acordo com a coordenadora de Endemias do município, Poliana Gusmão, não há motivos para pânico na cidade, apesar da demora para receber os resultados dos exames do paciente – não teve identidade revelada. “Nós recebemos há 20 dias na rede de saúde esse caso suspeito, já fizemos os exames e agora a gente está aguardando os resultados, mas não temos previsão”, disse Poliana.
De acordo com a coordenadora, são poucos os laboratórios no país que dão o diagnóstico para a doença, assim como ocorre no caso do vírus ebola, e talvez por isso haja a demora para a entrega do resultado.
A febre
A febre chikungunya é uma doença ocasionada por um vírus do gênero Alphavirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, assim como o Aedes Aegypti, transmissor da dengue. Além da forma de transmissão, os sintomas das duas doenças são bem parecidos: dor no corpo, dor nas articulações e febre, porém ocorre de forma mais dolorosa na chikungunya. O nome chikungunya vem do idioma africano makonde, e significa “aqueles que se dobram”, característica dos pacientes ao enfrentarem as dores causadas pela doença.
Na Bahia, já são 572 casos confirmados da doença, segundo dados divulgados, hoje, pela Secretaria de Saúde do estado. Feira de Santana concentra o maior número: 419. Há o registro também em Salvador, Amélia Rodrigues, Cachoeira e Alagoinhas.
Alerta para o Aedes Aegypti
Na terça-feira (4), nós divulgamos em primeira mão a lista das 29 cidades da Bahia que estão em alerta ou risco para uma epidemia de dengue. O número é resultado de um levantamento feito pelo Ministério da Saúde. Vitória da Conquista aparece na lista com um índice de 1,3% de larvas nos mosquitos nos imóveis pesquisados. O índice voltou a subir depois de uma queda considerável. Em 2012, o índice de infestação era 2,96%, e caiu para 1,2% em 2013. Apesar do aumento ser pequeno, o município ainda está na lista das cidades que devem ficar em alerta para uma epidemia da doença. Segundo a coordenadora de Endemias, o Governo Municipal está fazendo a sua parte para diminuir o índice e tirar da Conquista da lista de cidades em alerta – o ideal, segundo o Ministério da Saúde, é que o índice não ultrapasse 1%.
“É preciso que a população também faça a sua parte, pois o maior problema está nas residências. Qualquer recipiente em local inadequado pode juntar água e virar criadouro do mosquito, então é preciso que a comunidade esteja envolvida e não deixe o vírus da dengue se proliferar”, finalizou
