A dentista Heloisa Onaga Kawachiya, flagrada cometendo crime de injúria racial neste sábado (6), na padaria Bonjour, na Rua São Paulo, na Pituba, em Salvador, humilhava funcionários negros do estabelecimento há meses, segundo informaram os trabalhadores da delicatessen ao Varela Notícias.
Daniel Pereira da Silva, de 23 anos, que trabalha na padaria há três anos, explicou à reportagem que o fato já era rotina, mas, desta vez, após uma cliente presenciar a cena e confrontar Heloísa, o gerente do local, Paulo Sérgio, chamou a polícia.
Em depoimento, os funcionários ainda disseram que, além do crime de injúria racial, a dentista era racista e “não queria ser atendida por pretos”. Ela exigia que apenas pessoas de pele clara a atendesse, de acordo com Ubiratan Santos Souza, 22, outro funcionário do local. Segundo ele, quando um funcionário negro se aproximava para atendê-la, Heloísa fazia de conta que não tinha ninguém por perto. Apenas quando pessoas de pele clara se aproximavam, ela aceitava o atendimento.
A dentista Heloísa Onaga Kawachiya tem um consultório na Avenida Antônio Carlos Magalhães, no Itaigara, e trabalha como especialista em radiologia odontológica. A equipe de reportagem do VN tentou conversar com ela, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve sucesso.
Liberdade provisória
Heloísa foi liberada neste domingo (07), após audiência de custódia. A dentista estava detida na Central de Flagrantes desde a tarde de sábado (06), quando foi denunciada pelo gerente do local e por populares.
Segundo o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), por ser ré primária e não apresentar antecedentes criminais, a liberdade provisória de Heloísa foi concedida. Na decisão da juíza Luciana Amorim, divulgada à imprensa, consta que a defesa alegou que a dentista sofre de transtorno mental de natureza incurável. A polícia quer entender como Heloísa sofre de doença mental incurável e, ainda assim, exerce a profissão em um consultório do Itaigara. O argumento da defesa, no entanto, deve ser comprovado por um laudo médico psiquiátrico em, no máximo, 60 dias.
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