A crise do coronavírus agrava ainda mais as vulnerabilidades sociais de quem vivia à margem do sistema mesmo antes da pandemia. Entre travestis e transexuais, 90% dessa população, de acordo com Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), já se encontrava dependente da prostituição como complemento ou fonte principal de renda, um mercado que também sofreu gravemente com as medidas de distanciamento social impostas pela covid-19.
Além da queda na clientela, a própria natureza da prostituição oferece risco de contágio por um vírus que é transmitido pelo contato e pelas vias respiratórias. Ao mesmo tempo, muitas dessas profissionais não têm acesso às parcelas de R$ 600 do auxílio emergencial, nem recebem INSS, seguro-desemprego, Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou nenhum outro benefício estatal. Aqui em Vitória da Conquista, o Coletivo Finas e a Patrulha Solidária da Polícia Militar tem trabalhado na arrecadação de donativos para a população trans da cidade como forma de minimizar o impacto socioeconômico desta crise. Umas dessas iniciativas solidárias é a entrega de materiais de limpeza, alimentos e cobertores à população, provenientes das doações voluntárias.
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