Conquista: Prefeita reafirma compromisso de investimentos para comunidades quilombolas

Nesta quinta-feira (2), a prefeita Sheila Lemos concedeu audiência a diversas lideranças comunitárias e representantes de órgãos públicos e entidades que atuam no auxílio às 32 comunidades quilombolas oficialmente reconhecidas de Vitória da Conquista. A gestora estava acompanhada do secretário municipal de Desenvolvimento Rural (SMDR), Luís Paulo Souza; do coordenador de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria de Desenvolvimento Social (Semdes), Ricardo Alves, e da coordenadora de Abastecimento de Água da SMDR, Joana D’Arc Cardoso.

A maioria das solicitações está relacionada à necessidade de melhorias da distribuição de água potável por caminhões-pipa na zona rural; à infraestrutura das estradas rurais,= e a ajustes no atendimento feito por escolas e postos de saúde nas regiões onde vivem os remanescentes dos quilombos.

Sheila relembrou a decisão tomada pelo Governo Municipal em 2021, quando foi providenciada a contratação emergencial de dez caminhões extras para abastecer as comunidades carentes de água , para viabilizar essa medida, houve a necessidade de realocar recursos que seriam destinados à recuperação de estradas.

“Na questão da água,  vocês podem ter certeza de que a gente faz o possível e o impossível”, garantiu Sheila. “Ninguém aqui fica de braços cruzados, nem com equipamentos parados”, afirmou a gestora.

Sobre as estradas, a prefeita explicou que a zona rural é muito extensa e que a Prefeitura não dispões de máquinas e recursos financeiros suficientes para atender todas. A gestora mencionou, ainda, o agravante do excesso de chuva nos últimos dois anos. “Recuperamos 600 quilômetros de estradas em 2021, mas choveu muito no final do ano. Por isso, em vez de avançar ainda mais, tivemos que refazer tudo”, contou.

Segundo a chefe do Executivo Municipal, a recuperação das vias rurais não para, na medida em que essa continuidade é possível. “Desde que assumi, esse serviço não parou. Mas são 3.500 quilômetros de estradas e nós não temos braço para fazer tudo de uma vez. Nós fizemos, primeiro, as principais, e, depois, as vicinais. E com prioridade para o transporte escolar”, explicou a gestora.

A prefeita Sheila Lemos, a coordenadora de Abastecimento, Joana D’Arc Cardoso, e a assessora da Fetag-BA, Nildma Ribeiro

Construindo políticas públicas

A prefeita mencionou o encaminhamento de várias demandas da zona rural, inclusive de comunidades quilombolas, a exemplo de pendências registradas nas localidades rurais de Laranjeiras e Sinzoca, ambas na região de José Gonçalves, e do Beco de Dola, considerado o primeiro quilombo urbano de Vitória da Conquista – cujo processo de reconhecimento está em andamento na Fundação Palmares. As solicitações foram devidamente encaminhadas aos setores responsáveis.

A advogada Juliana Gonçalves, líder comunitária que representa os moradores da região de Batalha, enumerou necessidades registradas em sua comunidade e destacou a importância de os povos tradicionais participarem das discussões que lhes dizem respeito. “Nós, os quilombolas, somos pessoas acostumadas a ter resiliência e à necessidade de sobreviver”, disse. “Estamos aqui para construir políticas que sejam, de fato, políticas públicas”, reforçou.

Boa representatividade

A coordenadora da comunidade do Beco de Dola, Laiz Gonçalves, avaliou a reunião de forma positiva. “Tivemos a avaliação de que as demandas serão resolvidas. A prefeita nos deu algumas informações que a gente não sabia, de que alguns processos já estavam em andamento. Senti que foi uma reunião muito boa, com pautas bem colocadas e também a devolutiva dela, que foi muito boa”, declarou Laiz.

A responsável por intermediar o contato entre o Governo Municipal e as representações quilombolas, ex-vereadora Nildma Ribeiro, também considerou as respostas satisfatórias. “Foi uma importante reunião, com muita representatividade. Creio que o diálogo é a forma mais importante de tratarmos essas questões de inserção das políticas públicas, tanto na zona rural quanto na zona urbana”, avaliou Nildma, que é assessora da Fetag-BA e diretora da UMVC.

Além das representações das comunidades, participaram pessoas ligadas a instituições como o Conselho Municipal da Igualdade Racial, a Comissão de Igualdade Racial da seção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura no Estado da Bahia (Fetag-BA), a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), a União das Mulheres de Vitória da Conquista (UMVC), a Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA) e o Levante Popular da Juventude.



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