Vitória da Conquista – 179 anos sob Chuva, Sol e Estrelas

Por Paulo Pires

Quem anda pela estrada da Rio-Bahia e gosta de encontrar timbres e sabores alvissareiros, dá  de frente, surpreendentemente, com um belo portal no primeiro Planalto do Nordeste Brasileiro.

Esse belo portal iluminado tem nas encostas da Serra do Peri Peri cantos de assum preto, pardais e juritis, mas repousa sua sonoridade de catingueiro no seu cantador maior Elomar de Mello, quase Figueiro. E esse canta como os grandes toureiros, que foge da fúria dos Miuras da

Andaluzia em seu dourado e plangente vocábulo suscitado pelo belo canto de primeiro. Há também sinais em suas ruas, de focos de luz, Pedras e Tochas, são lembranças das Pedras- Pedrais-Glauber-Rocha, mais que preciosos, grandes Metais eclodiram como a Flor que ao tempo certo Desabrocha. Pela Francisco Santos caminhantes apressados não contemplam o gargalo da Rua que oferece os primeiros Acordes de um discreto Azul, sobrevoando o Alto da Serra quilômetros à frente, numa clara evidência de se estar na América do Sul.

Eis que hoje amanhecemos e já nos pontos de ônibus e terminais, falamos dos sonhos que não sonhamos no Henriqueta Prates, Jardim das Borboletas, Palmeiras Imperiais, mas avançamos como guerreiros que vencem a guerra e ao final de cada dia vê tudo como normais.

Nesses dias clareados pela primavera é possível notar como a Cidade é gentil; ela nos dá o leite, o pão e a sombra mansa, como se ainda estivéssemos na Pequena Vila Imperial ou algum lugar de Pequeno Pastoril. Seus habitantes se somam em todos os esforços para que as graças do trabalho ajudem-na a ser feliz. Compartilha-se com grandeza e delicadeza o cardápio das coisas enormes e pequenas e se divide o néctar de suas flores diferentemente do que fazem as falenas.

Esta cidade de Vitória da Conquista com quase 400 mil habitantes, Alma Grande, Espírito Generoso, acolhe indistintamente e com delicadeza a todos que aqui chegam como retirantes, suas veias de mini-métropole são águas dos bons rios, que fluem léguas e mais léguas, com a mansidão das contidas correntezas. Pássaros de aço sobrevoam a Cidade e neles um vai-e-vem constante de gente, são daqui e de fora indo e vindo, como transeuntes aéreos no Batente; conquistenses, miguelenses, emboabas e anageenses, pitukos e pipitos de várias tribos, a crescerem aqui dentro como em seus ninhos.
Esplendor e brilho em várias direções, carnavais e festas em diversas tribos e corações. 179 anos quase 180 a nos acolher fraterno-maternalmente, fazendo dos seus filhos naturais sangue de todos, paixões gerais, com o mesmo afeto que nos abraçam os íntimos, nos transformando pela essência na decência de irmãos e Pais. Por tudo que nos oferece, pelo amor que tem para cada um, somos gratos a Ti, Conquista, Amada do Coração e te desejamos o máximo em tua História, como sempre te desejaram teus filhos de outrora, nos tempos em que eras apenas Vila Imperial. Hoje já na condição de metrópole regional, continuas nos abençoando com oportunidades e nos contemplando com as sementes de tua Bondade Seminal.

CONGRATULAÇÕES A VITÓRIA DA CONQUISTA, CIDADE DE ROSAS, AMOR E PAZ.



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