Faleceu na tarde de ontem (quarta-feira), no Hospital de Base de Vitória da Conquista, a pequena Anna Lis, de apenas 4 meses, natural da cidade de Mirante.
A pequena Anna Lis estava internada na unidade desde o fim do mês de junho e aguardava transferência para São Paulo, onde iria receber um atendimento de especialista.
Anna Lis Souza foi diagnosticada com a síndrome de Pierre Robin. O caso teve grande repercussão na imprensa.
Saiba mais sobre a doença:
A síndrome de Pierre Robin é descrita na literatura médica como uma tríade de anomalias, que se caracteriza pela presença de micrognatia, glossoptose e fissura palatina, sendo que esta última não está presente em todos os casos da síndrome.
Foi descrita pela primeira vez no ano de 1891, por Lannelongue e Menard. Em 1926, Pierre Robin publicou o caso de uma criança que apresentava a sintomatologia completa da síndrome. Na década de 70, esta patologia já era conhecida pelo nome de síndrome de Pierre Robin.
Até o momento, a causa desta patologia não foi elucidada. Sabe-se que a mandíbula do feto cresce lentamente durante o período gestacional, continuando a se desenvolver lentamente também após o nascimento.
As manifestações clínicas presentes nesta síndrome envolvem:
- Mandíbula muito pequena (micrognatia) e queixo recuado;
- Retração da língua (glossoptose);
- Severa dificuldade respiratória em decorrência da presença da micrognatia e da glossoptose;
- Fenda no palato mole, geralmente em formato de U (80% dos casos) e em formato de V;
- Úvula bífida em certos casos ou com uma fissura submucosa oculta;
- Palato ogival;
- Copiosas infecções de ouvido, que pode resultar em perda da audição (60% dos casos);
- Deformidades nasais (raras);
- Malformações dentárias (ocorre em um terço dos casos);
- Refluxo gástrico e esofagite;
- Problemas cardiovasculares;
- Alterações do Sistema Nervoso Central, como atraso da linguagem, epilepsia, atraso no desenvolvimento mental, hipotonia e hidrcefalia.
- Anomalias músculo-esqueléticas, como sindactilia, falanges displásicas, polidactilia, articulações hiperflexíveis, dentre outras.
O diagnóstico dessa síndrome geralmente é feito após o nascimento, por meio de um exame físico.
O tratamento pode ser de dois tipos: conservador ou cirúrgico. O primeiro geralmente leva a resultados positivos, gerindo a obstrução das vias aéreas por meio de medidas conservadoras, bem como as dificuldades de alimentação. Já o tratamento cirúrgico deve ser realizado em crianças com acentuado desconforto respiratório, através de diferentes procedimentos cirúrgicos, selecionado de acordo com o caso. Juntamente com essa cirurgia, pode optar-se por corrigir a perda auditiva e prevenir futuras complicações na orelha média.