Opinião: Padrões de comportamento. Impressões sobre Xcania 4

Por *Vilmar Rocha- Colunista do Blog do Rodrigo Ferraz

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Há alguns dias, escrevi sobre os padrões de comportamento, aliás, sobre a diversidade estar cada vez mais individualizada nos sujeitos e a mistura de cores e tons em um mesmo ambiente. Escrevo aqui, então, a vivência de uma noite que comprova essa afirmação.

Foto: Letícia Portela
Foto: Letícia Portela

Pois bem, é digno quando se fala nos eventos culturais de Vitória da Conquista. Quem faz isso muito bem é a minha querida Mariana Kaaos, a quem peço licença mui respeitosamente para opinar acerca do evento que intitula esta coluna.

Começo como a pronúncia da produção cultural: ouço muita gente dizer ‘Xiscania’, mas acredito que, como nos sanduíches, fica sonoramente mais agradável ‘Ekscania’. Obviamente, me apropriei da representação gráfica para transcrever foneticamente, pois a transcrição em si não faria sentido nestes escritos.

Foto: Letícia Portela
Foto: Letícia Portela

A quarta edição aconteceu neste fim de semana, na Janela Cajaíba, local que eu não havia estado ainda e que pude, enfim, conhecer. A escolha do local, creio eu, foi feliz por parte dos organizadores, visto que o evento tem atraído um público maciço, que é levado pelo viés alternativo embebecido de cultura e diversidade. O ambiente da Xcania se faz em acolhedor e propício ao convívio daqueles que um dia fizeram parte dos guetos (novamente, lembro que desconstruí esse conceito de guetos, uma vez que o padrão agora é individual).

No que diz respeito à música, ela foi da mais diversificada, o que agradou espartanos e troianos. O evento apresentou uma seleção de DJs do contexto municipal que fizeram a galera se divertir, dançar e extravasar. Outro ponto positivo da festa foi a pacificidade. O ambiente não registrou brigas, nem desentendimentos. Muito pelo contrário, as pessoas queriam notoriamente socializar e se amar. Novamente retomo a coluna que me referi acima, visto que a finalizei com a expressão: harmonize-se! E foi justamente o que aconteceu.

Houve, então, de fato, um crescimento substancial da produção desde a sua última edição, o que fez com que o público se sentisse feliz e animado. Contudo, houve alguns pontos em que os organizadores devam repensar para a próxima edição. O banheiro (ou a falta dele) é um dos principais tópicos.

Ocorreu que os pagantes ficavam demasiado tempo na fila do banheiro, o que trouxe insatisfação aos que apostam no evento, pois parte da festa ficava no vácuo, enquanto se perdia tempo na fila. Havia apenas um banheiro masculino e outro feminino, o que não atendeu a demanda e trouxe constrangimentos aos que estavam lá. Uma das soluções alternativas encontradas aos mais desinibidos foi fazer xixi ali no muro mesmo, pertinho do portão, já que não se podia sair (no intuito de se tentar outras alternativas) para retornar depois à festa.

Presenciei algumas desavenças entre o público e os seguranças contratados para controlar a entrada e a saída de pessoal, tendo que a própria produção deliberar acerca do caso, o que, obviamente, foi tratado com dois pesos e duas medidas. Diante desse fato e em conversa com a produção, recebemos os pedidos de desculpas pelo constrangimento, mas que esse ponto fica como falho para tratamento de forma especial em reunião do grupo.

Por fim, mesmo com esse ponto desabonador, continuamos acreditando no cenário alternativo de Conquista e que a Xcania tem muito mais a contribuir para esse contexto e proporcionar entretenimento aos conquistenses e para os que não são daqui. Veremos o que virá por aí.

*Vilmar é licenciado em Letras pela Uneb e professor de português, como idioma vernáculo e inglês, como língua adicional. É pós-graduando em Ensino de Línguas Mediado Por Computador pela UFMG e Mestrando em Letras: Cultura, Educação e Linguagens na Uesb. Também é Administrador e Especialista em Gestão Empresarial. Já trabalhou na gestão de contratos e desenvolveu projetos socioambientais.



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