As sessões da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista retornaram nesta quarta-feira (03). Como acontece todos os anos, o prefeito Guilherme Menezes (PT) levou a tradicional mensagem do executivo ao legislativo da capital do Sudoeste baiano.
Em quase 1 hora de fala, o gestor prestou contas desses quase 16 anos a frente da prefeitura da terceira maior cidade da Bahia, destacando obras como o novo aeroporto, esgotamento sanitário, dentre outras intervenções realizadas em parceria com Governo Estadual e Federal.
Ao fim do discurso, o prefeito condenou a ‘cultura do ódio’ que, segundo ele, tem sido disseminada na classe política e nos meios de comunicação.
Ao condenar a “cultura do ódio” caberia ao prefeito uma auto-análise e pedidos de desculpas, uma vez que os líderes do partido ao qual pertence, o PT, ao chegarem ao poder fomentaram ao longo dos anos o discurso do “nós” contra “eles” em toda e qualquer situação quando criticados ou postos à prova nas questões que diziam respeito à condução da coisa pública.
Agora que levaram o país à bancarrota econômica e moral, agora que as lideranças do PT notadamente são vistas como atores principais envolvidos em grandes esquemas de corrupção e traição dos genuínos bens do país, o truque da vez, contido no pronunciamento do prefeito e nas recentes propagandas do PT na televisão, é condenar a “cultura do ódio” como se ela não tivesse sido estimulada pelos membros do PT, enquanto comportamento corriqueiro sufocante junto à classe política e enquanto discurso de poder ostentatório estrategicamente divulgado de forma maciça através da mídia.
Condenar a “cultura do ódio” sem pedir desculpas pelos erros cometidos no exercício do jogo político é reafirmar sorrateiramente a crença do PT no bordão do “nós” contra “eles, porque ilusoriamente se dá como pressuposto que ela, a “cultura do ódio”, é uma prática apenas dos partidos de oposição.