Por Mariana Kaoos
Dias desses eu estava cá, pensando com meus botões, sobre algumas questões relacionadas a determinadas obras musicais e seu eco em nossa existência humana. Não o eco da melodia, da composição, mas sim o eco da qualidade sonora. Digo, existem certos artistas, certos álbuns, certas músicas que nos acompanham a vida toda. Passa dia, passa noite, entra ano, sai ano e eles continuam ali, vivos, sempre na espera do nosso play.
Não estou me referindo aos hits da nossa infância que, quando tocam em alguma festinha, nos fazem se descabelar em nostalgia, riso e dança. Na verdade eu estou evocando um outro tipo de “hit”. Estou evocando aqueles que estão tão presentes, tão engendrados em tudo, que não traduzem apenas um recorte espaço temporal da nossa jornada, e sim ela quase que por inteira.
É claro que novos nomes (maravilhosos) pintam na cena e que, vez ou outra, nos apaixonamos perdidamente e só queremos saber deles. Logo quando conheci a obra de Karina Buhr, por exemplo, fiquei apocopada com a genialidade daquela mulher. Eu passava tardes e mais tardes estourando plástico bolha, pensando em colocar o disco na lei de incentivo a cultura, sendo uma pessoa má e mentindo pra você e assumindo diversas outras personagens e características que suas musicas apregoam.