Por Vilmar Rocha
Muitos profissionais, estudantes e amantes das Letras e das Linguagens estão certamente entristecidos com o incêndio que, na última segunda-feira, destruiu o Museu da Língua Portuguesa, na Luz, em São Paulo. Os dois andares superiores do prédio foram completamente tomados pelas chamas, que foram causadas ao que parece, por um curto-circuito. Logo, nada sobrou, além de escombros carbonizados.
O museu foi inaugurado em 2006 e abrigava exposições permanentes e temporárias, painéis e todo um sistema digital dedicados a retratar a história, a influência e as modificações que a Língua Portuguesa sofreu durante séculos.
No meio dessa triste ocorrência, consideramos boas notícias as afirmações do Secretário de Cultura de São Paulo e da Curadora do Museu que dizem que o acervo não está perdido, visto que há cópias em outros lugares. Então, penso que dos males, o menor, pois já que o patrimônio imaterial está a salvo, resta a reconstrução do patrimônio material, que ainda assim, lamento o dano.
O prédio que abrigava o museu é uma construção do século XIX, inspirado na arquitetura inglesa e que já sofreu um grande incêndio em 1946. Ou seja, não é a primeira vez que essa edificação sofre com esse mal; e se foi reconstruída uma vez, pode ser novamente, afinal, ‘vaso ruim não quebra fácil’ e lembremo-nos da Fênix, que ressurge das cinzas.
Diante disso, espero que essa reconstrução não demore a acontecer que a obra seja materializada de forma lícita e honesta. Roguemos para que a memória do nosso idioma permaneça preservada e que fique ilesa de propinodutos, que tanto temos visto nos noticiários.
Que as chamas da língua, em seu contexto sociohistórico e cultural, permaneçam acesas no sentido de servir de luz para os seus falantes e amantes.