Vitória da Conquista – 175 anos: Declaração de Amor

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Por Marcísio Bahia

Marcísio Bahia é colaborador do Blog do Rodrigo Ferraz
Marcísio Bahia é colaborador do Blog do Rodrigo Ferraz

Fecho os olhos e abro os braços, no topo da Serra, para rememorar momentos que vivi contigo, e outros que apenas imagino. A Terra que nasci e finquei meu coração é uma menina, no vigor dos seus 175 anos, e deles menos de um terço fui testemunha ocular, mas pelo coração enxergo a sua saga bravia e tumultuada, a que nos edificou como ponto de referência desta parte de sertão, suas ambiguidades, seus feitos, suas famílias de sobrenomes, sua resistência e sua pujança.

Abrindo o álbum de recordações de um povo, vejo fotos de Ymborés e Pataxós com seus corpos pintados para a luta; as jazidas de preciosas; o gado pastoreando e as comitivas volumosas indo e vindo em sentidos norte e sul. Vejo e ouço os poetas e as poesias que nos definem, pois, numa ressaca de sentidos, edificamos nossa história sobre o sangue derramado, o debate de ideias, a luta por ideais, além de nossa reconhecida resistência a tudo aquilo que vem de encontro ao coração do homem sertanejo, e sua liberdade de viver o sentido de ser caatingueiro.

Celeiro de vida e de arte, onde ainda ecoam os sons das batalhas, dos banquetes letais, e da luta pela terra, pela água e pelo espaço. Quem por aqui se aporta, e não conhece nossas origens, jamais imaginaria a Vila Imperial se transformando nessa metrópole enriquecida pela força de seus comerciantes, de seus agropecuaristas, de seus educadores, de seus médicos cientistas, de seus pensadores; e, na “cereja do bolo”, seus artistas e seus trabalhos geniais.

É uma declaração de amor e a eterna paixão por uma Cidade, seus acertos e contradições, porém um amado pedaço de chão, ornando como uma rosa o topo do planalto, onde se enxerga do alto a paisagem nordestina, onde transitam diferentes rostos, sotaques diferentes, mas tudo ingredientes de uma conquista, de sobrevivência, de fascínio e envolvimento amoroso, da lágrima escorrida na face por aqueles que partiram para o alto, sem despedidas.

Não existe apenas uma Conquista, existem várias, e tentamos provar a banda doce do limão misturado na xícara com café. Estilos variados no som e nas telas embotadas de lamento,honra e glória, pois somos, antes de tudo, um povo forte, com o lombo que não geme com o açoite da chibata.



Artigos, Política, Vitória da Conquista

Comentário(s)


2 responses to “Vitória da Conquista – 175 anos: Declaração de Amor

  1. Nunca existiu indio Pataxó em Conquista, aqui sempre foi terra dos Mongoios. Se algum indio se pintou para a guerra foi para a guerra entre indios, os mansos Mongoios contra os violentos Imborés.

    1. Cara, sua “guerra” não deve ser travada com o texto lírico, e sim com texto do “historiador” que nutriu o texto do site da PMVC. De acordo alguns historiadores,os Pataxós fugiram para o Sul da Bahia, justamente do Sertão da Ressaca. Agradeço a crítica, contudo achei que a “verdade dos fatos” devem ser discutidas com quem as afirmou no passado.

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