Mostra Cinema Conquista encerra com curta-metragem em homenagem a André Cairo

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Fotos:  Micael Aquillah e Suzy Almeida.
Fotos: Micael Aquillah e Suzy Almeida.

Missão cumprida. O sexto e último dia de Mostra Cinema Conquista – Ano 11 reforçou o papel do evento em difundir e promover reflexões em torno da atual realidade cinematográfica do país, em seus mais diversos aspectos, e deixou gostinho de quero mais.

A conferência “Uma discussão sobre tecnologias e modelos para uma Rede Brasileira de Cinemas Digitais” deu início às atividades dessa sexta, 9, destacando a interdisciplinaridade ao trazer o  diretor do Centro de Informática e pesquisador do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (Lavid) da Universidade Federal da Paraíba, Guido Lemos. Ele apresentou o projeto que já está em andamento no Ministério da Cultura e tem o objetivo de levar cinema à cerca de 60 milhões de brasileiros que não têm acesso à sétima arte. A previsão de prazo para o projeto é 2018. Até lá esses cidadãos, tipicamente usuários do Programa Bolsa Família, irão receber receptores com aplicativos de vídeo e um conjunto de filmes já instalados. Animado com a perspectiva de um canal público de distribuição, Guido Lemos trabalha no projeto e explicou que a compra dos receptores será realizada com recurso proveniente do leilão, já realizado, do espectro resultante do fim do analógico. Para ele, a iniciativa tem um potencial gigantesco e precisa ser pensada, discutida e cobrada, por todos que compõem a estrutura, desde a área da tecnologia, à qual faz parte, até a área de cinema.

Fotos:  Micael Aquillah e Suzy Almeida.
Fotos: Micael Aquillah e Suzy Almeida.

Nós vivemos em mundos diferentes, temos pouca comunicação e isso é uma falha. Eu sinto muita falta desse tipo de contato, de diálogo. Temos que estimular mais essa interação entre quem está pensando e fazendo tecnologia e quem está pensando e produzindo conteúdo, para abrir um pouco a cabeça, pensar um pouco no futuro, saber quais são as perspectivas. Então é bastante louvável essa iniciativa da Mostra, de promover esse encontro.

 

Depois da conferência que possibilitou muitas discussões, aconteceu, também no Teatro Glauber Rocha, o último Papo de Cinema. Participaram os realizadores Eryk Rocha, Amanda Moleta, Glauber Lacerda, L. H. Girard e Marcus Curvelo, além do mediador, Marcelo Miranda, curador da Mostra. Para Glauber Lacerda, professor do curso de Cinema e Audiovisual da Uesb e responsável pelo curta exibido às 18 horas, “A rosa púrpura de André Cairo”, ter a Mostra para divulgar o trabalho produzido na cidade, e no curso, é uma oportunidade especial. “É muito importante ter essa vitrine para as produções locais, com a presença de personalidades do mundo do cinema, que vem de todo o país participar da Mostra”. Durante a tarde, foi momento de despedir das oficinas. Os participantes avaliaram positivamente as atividades, sobretudo,pelo contato com nomes importantes de cada área.

O que me trouxe à oficina foi a discussão do analógico e do digital dentro dos arquivos, que é bem pertinente no Laboratório. Em termos de discussão foi ótimo, primeiro porque tive contato com pessoas de outras áreas, e principalmente, com uma pessoa que trabalha diretamente com acervo digital gigantesco, que é o da TV Cultura. E dentro disso, ele trouxe a discussão prática de como conservar e como restaurar determinados objetos físicos, então foi muito válido.

Camila Dantas (Pesquisadora do Laboratório de História Social do Trabalho da Uesb) participou da oficinacom o jornalista, radialista e restaurador José Maria

Optei pela oficina para aumentar a bagagem de conhecimento, e ampliar isso com a visão de uma pessoa que já está no mercado há muito tempo, já tem uma experiência e uma bagagem maior.No fim, foi muito interessante e teve dinamismo. Ele explorou as questões teóricas, e um pouco da parte técnica, mas toda a bagagem didática supriu e deixou a abertura para uma próxima vez.

Diego Batista (estudante do curso de Cinema e Audiovisual da Uesb) participou da oficina com o professor João Godoy

Pela nossa localização, sabemos que inicialmente é difícil fazer uma produção com grande investimento. Então é muito interessante você saber em relação a equipamentos, a como trabalhar, principalmente em relação a soluções. A gente começa a fazer produções pequenas, mas quer que cresça e tenha um alcance cada vez maior. OCavi tem uma grande experiência, e trouxe isso pra gente, apresentou algumas das suas produções e nos falou sobre as soluções que buscou para fazê-las.

Murilo Nogueira (estudante do curso de Cinema e Audiovisual da Uesb) participou da oficina com o produtor e diretor Cavi Borges.

Neste ano, além das exibições em dez distritos de Vitória da Conquista, a Mostra somou à região uma programação em parceria com o Centro de Cultura Fedele Sarno, em Poções, e a Prefeitura do município. Na cidade, a Mostra Paralela realizou a exibição do projeto “A Linguagem do Cinema”, nessa sexta, que contou com a participação do cineasta Geraldo Sarno, responsável pela iniciativa, e Eryk Rocha, que exibiu seu filme “Campo de Jogo”.

A Mostra Cinema Conquista é uma das formas fundamentais do desenvolvimento do cinema, que tem hoje muita importância. Alinguagem cinematográfica é matriz da linguagem audiovisual e essa é a linguagem contemporânea do mundo. É preciso atentar muito pra ela, para o uso que está se fazendo hoje. Essa linguagem é um instrumento também de exercício do poder, de uma imposição de temas, do controle social. É preciso alfabetizar a humanidade no conhecimento da linguagem do cinema, do audiovisual. A Mostra, além de ser um estímuloà produção de qualidade e à busca desseconhecimento, também exerce o papel educativo de juntar pessoas e gerações.

Geraldo Sarno, cineasta

No Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, as exibições foram marcadas por um dos longas mais esperados da programação, “O Sal da Terra”, de Win Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, e o curta baiano Mãe D’água, de Lamonier Ângelo, às 15 horas. Já na sessão das 18 horas, além do curta do conquistense Glauber Lacerda sobre André Cairo, com a presença do cineasta e do personagem, foi exibido o longa “Amor, plástico e barulho”, de Renata Pinheiro. Encerrando, com sucesso de público, a programação da Mostra Cinema Conquista- Ano 11, a sessão das 20 horas exibiu o curta “Até a China”, de Marão e o longa “Sangue Azul”, de Lírio Ferreira. De acordo com a organização, a média de público da Mostra girou em torno de 200 pessoas por sessão.



Cultura, Vitória da Conquista

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One response to “Mostra Cinema Conquista encerra com curta-metragem em homenagem a André Cairo

  1. É possível a gente ter acesso aos curtas e longas apresentadas durante a Mostra Cinema Conquista – Ano 11?

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