Sobre a Suíça Baiana e suas perífrases

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Por Celino Souza – Jornalista

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De que adianta sermos conhecidos lá fora como a “Suíça Baiana”, numa perífrase que nos remete ao frio dos Alpes suíços, se não lutamos para desmistificar o estereótipo de “Baixada Fluminense baiana”, quando o assunto são os recorrentes assassinatos a sangue-frio em plena luz do dia?

Adianta esse rótulo charmoso de primeiro mundo suíço se ainda convivemos com a “Índia baiana” uma alusão ao caótico, desordenado e criminoso trânsito urbano e periférico nas rodovias que margeiam a cidade?

Que felicidade temos de estarmos no friozinho da “Suíça baiana”, se estamos vendo centenas perderem o emprego, debandada em massa, lojas fecharem as portas, jovens e adultos disputando vaga no mercado de trabalho e milhares de aposentados desrespeitados em seus direitos na alquebrada “Grécia baiana”?

Podemos nos orgulhar dessa falsa condição de primeiro mundo no frio, se estamos em plena “Etiópia baiana”, cercados de pessoas famintas à cata de restos de comida e frutas e verduras podres nos contêineres de lixo do Ceasa?

Somos mesmo a “Suíça baiana” ou dividimos essa condição com a “São Paulo baiana”, na cracolândia da Rio-Bahia, em pleno trecho urbano? Deixemos de ser falsos franceses, como se a “Riviera baiana” fosse na prainha de Anagé ou nos botequins de elite nas redondezas da Avenida Olívia Flores.

Questões que merecem reflexões profundas, com a participação de todos nós. Vamos repensar Vitória da Conquista como “Vitória da Conquista baiana”, sem retoques, sem maquiagem, sem perífrases. A realidade é essa.



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