O lendário Ney Ferreira

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Por Marcísio Bahia

Foto: Edna Nolasco
Foto: Edna Nolasco

O que se perdeu no jeito conquistense de ser, nas últimas décadas, é algo irreparável. As resenhas nas rodinhas de conversa e as “invencionices” sobre mitos criados pelo povo eram como uma marca registrada do catingueiro morador de um planalto frio, em meio à aridez do sertão baiano. Um desses arretados e populares, o ex-vereador Ney Ferreira, acaba de nos deixar em um último ato de glória, ao ter seu corpo velado no Plenário da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista.

Fica explícito que as novas gerações não puderam ter o privilégio do contato com essa lenda tremedalense que militou com honradez e honestidade na política local, com suas frases de efeito que ecoavam, décadas atrás, na boca do povo. A ele se atribuía citações que talvez nunca tenha proferido em algum discurso, sobre empenadas carrocerias de caminhões usados como palcos em comícios de outrora.

Defensor das liberdades democráticas, da qual hoje desfrutamos, contudo, deixado no ostracismo, esquecida sua contribuição valorosa, principalmente na defesa do morador da zona rural, e na generosidade de um político que fica difícil, ou quase impossível, achar um similar hoje em dia.

Capaz de abrir mão do patrimônio pessoal e familiar para beneficiar a cidade. Os mais jovens, com certeza, não sabem do que ele fez por Conquista, entretanto é certa sua permanência na memória de todos aqueles que tiveram o privilégio de sua amizade.

Então, fica pouco apenas o título de fundador do distrito de Bate-pé, a vereança em três mandatos, o amigo fiel de Jadiel Matos, além das inúmeras frases que povoam a mente dos mais velhos. Vamos logo nomear o distrito com seu nome, resgatar sua história de vida como exemplo a ser seguido pela juventude que pretende adentrar nos caminhos da política.



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