Por Marcísio Bahia
Inacreditável!!! O tresloucado repórter da TV Record de Aracaju/SE tentou entrevistar um “presunto” cravejado de balas! Os filhos da pauta deste País rasgaram o Código de Ética do Jornalismo, publicado há 28 anos. Com raríssimas exceções, alguns membros do “Quarto Poder” conseguem equilíbrio nos assuntos que se derramam como enxurrada lamacenta durante o dilúvio, principalmente sobre a epidêmica violência urbana.
A imagem romântica do Jornalismo desenha nos repórteres um tipo de árbitro social e porta-voz da opinião pública, contudo, em regra quase geral, os veículos de informação sobrevivem mesmo é para atender os interesses da empresa comercial que recorre a qualquer meio para chamar a atenção e multiplicar suas vendas, sobretudo com a intromissão em vidas privadas e a dimensão exagerada concedida a notícias escandalosas e policiais.
A expressão de desamparo do repórter da TV Atalaia, emissora sergipana afiliada da Record, seja talvez a verdadeira face do descaminho da sagrada função do Jornalismo para toda malha social. Na política do “quanto pior, melhor”, o sensacionalismo de programas tais o “Tolerância Zero”, onde a inusitada entrevista com o defunto foi ao ar ontem, 28 de maio, atende a vários interesses, menos ao que edificam a Ética e a Verdade.
Recorremos aos colegas CHRISTOFOLETTI, KARAM, KUCINSKI e BELTRÃO para poder afirmar que o pior de tudo é a doença crônica, instalada nesses programas, contaminar um público passivo, que também adoece e fica viciado nas matérias que narram tragédias individuais ou familiares, nas que transbordam sangue e cenas chocantes, e nas que pintam um cenário de horror, como se as “portas do inferno” estivessem definitivamente abertas.
Em nível nacional, uma matéria jornalística deve ser do interesse de, pelo menos, 500 mil pessoas, dita o consagrado (apenas no papel) código de ética da Rede Globo. Então, a quem interessa noticiar as pequenas tragédias, insignificantes dentro da conjuntura nacional, porém impactantes pela agressividade das cenas e brutalidade desmedida de alguns indivíduos?
