Por Marcísio Bahia
Existem notícias nas páginas policiais que condenam mesmo antes do juiz bater o martelo. Em cartaz atual um suspeito de aliciar menores, inclusive uma com “problemas mentais”. É o tipo de problema para um cronista sensato se calar e não ser mal interpretado, mas não sou do tipo de ficar calado quando algo me incomoda.
É preciso esclarecer que abomino qualquer forma de “agressão” aos nossos “indefesos” menores, contudo há de se tirar a mordaça e o tapa olho da hipocrisia social e enxergar a sociedade com o olho clínico, e constatar que temos um país com leis avançadas na defesa da criança e do adolescente, mas com as bases corroídas pelos desmantelos que já perduram 515 anos.
A eterna busca por culpados descarrega em um funcionário público a culpa pela desgraça de adolescentes que perambulam pelas ruas, mendigando algum dinheirinho, oferecendo seus corpos e se insinuando atrás de uma vantagem de qualquer espécie. Então, a máscara hipócrita social deixa o farol aceso em cima dos efeitos e, propositalmente, escondem as causas que corroem os alicerces das famílias, de uma convivência valorosa e honrosa.
Não será a primeira e nem a última vez que tento abrir os olhos da sociedade para a omissão de pais que esquecem sua responsabilidade divina de proteger a prole e deixam seus filhos à mercê da sorte das ruas, praticando um estilo de vida que atenta contra valores morais e costumes. Espalhados em todas as classes, tem um contingente menor de 18 anos que leva uma vida desregrada, e se tornam indefesos pelos vícios adquiridos na mais tenra idade, mais ainda se andam perambulando por lugares onde seus “pais” não fazem questão de ter conhecimento, não se esforçam para exercer um controle mínimo sobre ações de uma faixa etária onde é inerente a irresponsabilidade.
No caso do bancário, vou esperar a decisão dos magistrados para tomar algum juízo de valor, mas a respeito da desorientação da juventude em relação ao que não presta fica explícita e se torna urgente a necessidade de acionar os pais desses menores, e perguntá-los porque seus filhos conduzem suas vidas como se não tivessem pessoas responsáveis por elas, para frear seus impulsos que os conduzem para o “mau caminho”.