Caps AD de Vitória da Conquista receberá, ainda no primeiro trimestre do ano, atendimento 24 horas

Segundo Ellen Freitas, enfermeira, o usuário pode procurar o serviço a partir do momento em que percebe que o hábito de beber está causando prejuízos físicos, mas também psicológicos e sociais
Segundo Ellen Freitas, enfermeira, o usuário pode procurar o serviço a partir do momento em que percebe que o hábito de beber está causando prejuízos físicos, mas também psicológicos e sociais

O alcoolismo nunca foi um problema exclusivo do mundo dos adultos, muito pelo contrário: muitos adolescentes entram têm contato com a bebida por uma questão de achar que o álcool é coisa “de gente grande” ou por aceitação em um determinado grupo social. Um estudo divulgado realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012 mostrou que mais da metade (50,3%) dos jovens já tomou ao menos uma dose de bebida alcoólica – o que corresponde a uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de cachaça ou uísque. A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) entrevistou 109.104 estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental (antiga 8ª série), de um universo de 3.153.314, grupo no qual 86% dos integrantes têm entre 13 e 15 anos. As meninas são maioria na hora de experimentar: 51,7%, ante 48,7% entre os meninos. Os pesquisadores perguntaram, apenas aos entrevistados com 15 anos, quando havia sido a primeira experiência com bebida, e 31,7% deles responderam que a primeira dose veio antes dos 13 anos.

O ajudante de pedreiro Carlos André Ribeiro Dias,34, por exemplo, começou a beber desde a adolescência, mas o início de uma luta contra o álcool – que dura até hoje – começou aos seus 15 anos, após a morte de seu pai. A mãe, dona Antônia Ribeiro, conta que sabia da bebida do filho, mas não imaginava quais seriam os limites alcançados pela dependência do filho. “Depois que o pai dele morreu, ele – Carlos André – entrou em depressão, e para se livrar disso e também da timidez, ele começou a beber, e eu não imaginei que poderia chegar onde chegou”, conta.

Depois de várias tentativas de vencer o vício, eles souberam, por indicação, do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), um serviço específico para o cuidado, atenção integral e continuada às pessoas com necessidades em decorrência do uso de álcool e outras drogas. Em média, o tratamento dura dois anos, seja de forma isolada ou em grupo, e os usuários têm acesso a profissionais como enfermeiro, nutricionista, educador físico, pedagogo, médico, psicólogo, farmacêutico e até preparador físico. O serviço é aberto a todo e gratuito. Para ser cadastrado no serviço, basta o RG e o cartão do SUS. Segundo Ellen Freitas, enfermeira, o usuário pode procurar o serviço a partir do momento em que percebe que o hábito de beber está causando prejuízos físicos, mas também psicológicos e sociais.

No Caps AD, já foram atendidas mais de 4 mil pessoas ao longo dos 13 anos do serviço, e cerca de 80% dos cadastrados estão tratando a dependência alcoólica. Mas, ainda no primeiro trimestre do ano, os dependentes que são convidados os ambientes familiar ou social a experimentar novamente a bebida poderão ter um serviço 24 horas, com leitos masculinos e femininos. Então, o usuário poderá vir a qualquer dia e hora para receber atendimento. Carlos André será um dos atendidos pelo serviço, e ele convida a quem tiver o seu mesmo problema a vir e conhecer os serviços do Caps AD: “Pode vir, pois o serviço é muito bom, eu estou vencendo o vício com a ajuda deles (…) hoje eu estou em 80% para me curar, falta pouco. E eu vou vencer isso com fé em Deus…”.



Saúde, Vitória da Conquista

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