Por Luís Fernandes – Taberna da História
Antes de 1927 o Carnaval com os cordões, blocos, pranchas, batucadas e alegorias não era conhecido em Vitória da Conquista, conforme relato de Aníbal Lopes Viana em sua “Revista Histórica de Conquista” (vol. 2, p. 516). Consistia em blocos de cavaleiros, montados, mascarados ou não, em cavalos esquipadores, com as selas enfeitadas, numa disputa para conquistar o primeiro lugar como bom cavaleiro.
Havia a brincadeira do “Entrudo”, que consistia em molhar uma pessoa com água perfumada, alguns colocavam até mesmo tinta na água. Com o decorrer do tempo veio a moda das “laranjinhas”, que eram feitas com parafina ou espermacete derretido, usando-se uma forma de madeira. A laranjinha tinham a forma de uma pequena laranja colorida e que se enchia de água perfumada e era atirada em uma pessoa conhecida durante o tríduo do “Entrudo”. Quando uma moça molhava um rapaz com uma laranjinha era um começo de namoro.
Com o advento do lança-perfume as laranjinhas ficaram fora de moda, sendo substituídas pelo lança-perfume e confetes. Era assim o Carnaval conquistense até a segunda década do século XX. Nesse tempo não havia clubes sociais. Os bailes carnavalescos eram realizados em casas particulares de pessoas amigas, que tinham grandes salas e as vezes nos dois salões do antigo “Paço Municipal”. Os bailes do cordão “Desculpe o Mau Geito” foram realizados nos salões das residências dos senhores Manoel de Andrade Silva e Agrário Silveira, senhores da elite social que deram apoio aos promotores do primeiro carnaval de Conquista.