Participação política: posso exercer esse direito?

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Por Enoque Matos – Professor

Enoque Matos é professor em Vitória da Conquista
Enoque Matos é professor em Vitória da Conquista

Este é um debate que precisa ser enfrentado pelas categorias de trabalhadores, de forma clara, objetiva e sem paixões ou preconceitos. Não nos parece razoável que um espaço que possui em sua essência o debate político, o discurso recorrente seja o da não participação dos filiados de qualquer partido politico nos processos eleitorais, isso inclusive fere o direito constitucional do exercício pleno da cidadania. Entende-se que não há necessidade de ser filiado a um partido político para ser cidadão, por outro lado o exercício pleno da cidadania está caracterizado pelo fato de o indivíduo ser eleitor.

Esse fato assume contornos de cidadania e participação, que só é levado em consideração a cada dois anos, no período destinado ao processo eleitoral dos poderes executivo (prefeitos, governadores e presidente) e legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputadosfederais e senadores), o que nos remete a uma leitura sobre as condições de ser eleitor e ser elegível. O primeiro, aquele que é capaz de eleger (escolher) ou tem esse direito (de eleger); já o segundo, aquele que pode ser alvo de eleição.

Quando nos deparamos com tais possibilidades,observamos várias reações e situações, dentre as quais daremos especial atenção a duas pela sua complexidade e singularidade: ser candidato, no senso comum,é visto hoje como sinônimo de oportunismo, mau-caratismo, corrupção etc.; já ser eleitor é visto como ser comprometido com sua individualidade, que sempre busca eleger candidatos com maior poder financeiro, por acreditar que quem já tem, não vai fazer uso pessoal dos recursos públicos, ou até preferecandidatos indicados por conhecidos, ou como se diz no cotidiano “aquele que me ajudou”. Assim, sente-se honrado com um aperto de mão ou um abraço de campanha, mas não busca conhecer a vida política (quando possui) do candidato, sem falar em outros que votam em quem desponta em primeiro lugar nas pesquisas, por acreditar que não podem “perder o voto”. Há, ainda, os eleitores ideológicos, que votam em um candidato por este representar a ideologia a que pertencem ou por pensar que seja perfeito. Existem também aqueles quenão participam de nada, não constroem nada, e sabem o resultado de tudo, é o famoso “eu já sabia que isso iria acontecer”.

Toda essa trama nos parece um tanto enfadonha, corriqueira etc., mas faz parte do nosso dia-a-dia do processo eleitoral, destacada aqui para chamar a atenção do que deveria ou poderia ser uma participação política.Nesse sentido, propomos um desafio aos eleitores – aqueles que são capazes de eleger (escolher), de fazê-lo com responsabilidade, assumindo sua parcela de responsabilidade pela atual situação em que nos encontramos frente ao processo eleitoral -questionem-se: em quem votei na eleição passada? O queesse político fez mesmo? A propaganda que ele faz condiz com a sua prática? Qual foi a minha participação no processo que deu origem a essa pessoa se tornar candidato? Qual a minha participação política na comunidade, no trabalho, nos espaços que frequento?

Portanto, ELEITOR, exerça o seu direito e assuma as suas responsabilidades.VAMOS ÀS URNAS …



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