Modelo que aplicou produto usado por Dr. Bumbum diz ter ficado 6 meses internada e gastado R$ 180 mil para se recuperar

A modelo Flávia Assis, 29 anos, que mora em São Paulo, viveu um drama que poderia ter culminado em tragédia como a da bancária Lilian Calixto, morta na segunda-feira (16) após passar por uma cirurgia estética no Rio de Janeiro com o médico Denis César Furtado, conhecido como Dr. Bumbum.

Flávia contou ao G1 que, em março de 2017, foi ao Rio onde uma falsa médica aplicou 200 ml de polimetilmetacrilato (PMMA) em seus glúteos. Essa mesma substância costumava ser usada pelo médico Denis Furtado em suas pacientes.

A suspeita é a de que o PMMA também tenha sido aplicado em Lilian, mas, até o momento, não há confirmação oficial disso. A Polícia prendeu o Dr. Bumbum, a mãe e a namorada dele, e também investiga as causas e eventuais responsabilidades pela morte da bancária.

O PMMA, ou metacril, é um derivado do acrílico reconhecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e usado em implantes definitivos. Ele é composto por microesferas de um material parecido com plástico usado para preenchimento corporal. Segundo os médicos, deve ser usado em pequenas quantidades.

“Eu vi a morte de frente várias vezes. Doía muito. Dois dias depois da aplicação, eu fui para o hospital por causa de uma febre muito alta. E estava expelindo a substância nos glúteos”, disse Flávia, que ficou seis meses internada por causa do procedimento de bioplastia no bumbum.

A modelo afirmou ter gastado R$ 180 mil para se recuperar. Com o tratamento, ela conseguiu expelir os 100 ml injetados em cada nádega. Flávia contou que fez a aplicação no Rio com uma falsa médica que se identificava como Sasha. E que pagou R$ 12 mil pela aplicação de PMMA.

“Eu só descobri depois da aplicação que a Sasha era falsa médica. Quando comecei a ter febre, dois dias depois da aplicação, pedi que ela me desse uma receita de antibióticos e ela me enrolou até me bloquear”, disse Flávia.

Flávia afirmou que chegou a ir a sete hospitais diferentes em São Paulo, onde mora, antes de conseguir atendimento.

Segundo Flávia, como não conseguia tratamento médico, ela foi a uma clínica de estética onde retirou parte do produto com o uso de ventosas.

“No fim, isso ajudou, de acordo com os médicos. Por mais que tenha aberto a pele e me dado cicatrizes, ajudou a expelir o líquido”, relembra ela.

Flávia contou que os dias foram passando e o aspecto da pele foi piorando.



Brasil, Destaques, Saúde

Comentário(s)