Por Mariana Kaoos
Vejam só vocês que história legal: no ano de 1810, um rei bávaro, mais conhecido como Ludwig I, ou, num tom abrasileirado, o rei Luis I, iria se casar com a princesa Teresa de Saxe- Hildbughausen. Seria o casamento do ano, com tudo muito pomposo e um rega bofe destinado a milhares de convidados da alta corte. Luisinho, figura risonha e boêmia de toda a Alemanha, tinha como intenção ficar marcado nos anais da história como um dos principais nomes daquele século. Esperto como o quê, resolveu então comemorar seu casamento de uma maneira, um tanto quanto, inusitada. A cerimônia estava marcada para o mês de outubro e, após um sonho revelador, ele virou-se aos seus correligionários e, num tom profético, lhes disse: “Vamos fazer um grande festival de cerveja que, posteriormente, entrará para o calendário mundial. Esse evento será conhecido como OktoberFest e terá duas semanas de duração!”.
Como palavra de rei é ordem para seus fiéis súditos, foi dito e feito. A partir de 1872, entra ano sai ano e o OktoberFest é evento garantido, gabaritado e altamente consumido por turistas, amantes cervejeiros e pela população de Munique, na Alemanha. Bom, você deve estar ai pensando que é tudo muito bacana, tudo muito delícia, mas que se deslocar até outro continente para provar as melhores cervejas produzidas no mundo não é algo tão fácil, não é mesmo? Para minha, para a sua, para a nossa alegria eu vos digo que quem herda aos seus não degenera. Aqui mesmo na nossa queridíssima cidade de Vitória da Conquista, temos um monte de seguidores fiéis de Luis I que, assim como ele, saboreiam os gozos da existência humana através de copos inundados do elixir dos deuses: as cervejas especiais.
Nesse último sábado, 15, nós, do Blog do Rodrigo Ferraz, fomos convidados para um almoço nota 10 lá na cervejaria Mata Branca. Ao som do Mpb Samba Trio, saboreando um baião de dois e tomando um chop pilsen, da cervejaria Fermata, batemos um papo com o ilustríssimo beer sommelier Vinicio Carvalho. Para quem ainda não o conhece, Vinicio, pelo menos para mim, é meu mestre, minha grande referência dentro do universo pratico e teórico das cervejas. Ele passou uma temporada atuando no Café Society e agora está no Mata Branca, assessorando, indicando, contando um pouquinho da história e da importância de cada rótulo de cerveja da casa. Não preciso nem dizer a importância disso, preciso? Ok, vamos lá.
O mercado de cervejas especiais e artesanais tem crescido cada vez mais em todo o mundo. Aqui em Vitória da Conquista não é diferente. Já possuímos quatro produtores de cerveja na cidade e a perspectiva é que esse mercado se expanda cada vez mais. A cultura da cerveja especial não se fundamenta apenas na embriaguez e no álcool. Pelo contrário. Cada cerveja possui um toque, um ingrediente diferente, que harmoniza perfeitamente com os diversos pratos da gastronomia. Sem contar suas histórias que caminham junto com a história e evolução da humanidade ao longo de todos esses séculos. Termos um beer sommelier na cidade é de fundamental importância para quem quer conhecer mais sobre essa misteriosa e sedutora trilha das cervejas e se aventurar por ela. Eu lhes garanto que é quase uma experiência estética. Para a nossa sorte, aqui na cidade não temos apenas um beer sommelier e sim dois. Além de Vinicio, contamos também com Renata Maciel nessa empreitada etílica.
