Por *Edwaldo Alves
É curiosa a tentativa dos noticiários da Rede Globo para provar que as manifestações golpistas do dia 13 de março tiveram um maior número de participantes do que aquelas realizadas no dia 18 de março em defesa das instituições democráticas e do respeito aos resultados eleitorais. Sem me envolver em peripécias aritméticas, sem dúvida, a manifestação do dia 18, pelo menos a realizada em Conquista, foi bem superior em número e com uma composição muito diferente daquela que as forças direitistas e reacionárias tentaram mostrar ao povo conquistense.
Além de contar com uma quantidade maior de participantes foi integrada pelos movimentos sociais que representam e defendem os interesses e valores dos trabalhadores, dos negros, das mulheres, dos trabalhadores rurais, dos jovens, dos homossexuais, das populações periféricas, enfim, dos segmentos sociais que mais sofrem sobre o domínio do capital e da concentração latifundiária. Ao contrário, os protestos pelo impedimento de Dilma e ascensão de Michel Temer e Eduardo Cunha ao poder eram formados por pessoas dispersas influenciadas pelos meios de comunicação e algumas siglas que se intitulavam organizações, saídas não se sabe de onde, sem nenhuma ligação com o processo histórico das lutas populares. Porém, mais importante é a gente observar que além das diferenças fundamentais de caráter social é analisar a incompatibilidade entre o conteúdo das propostas levadas às ruas, que revelam o que cada grupo propõem para superar a crise política que tem agravado e impedido a recuperação e desenvolvimento econômico do Brasil.