Em tarde de eclipse solar, primeiro dia do Festival Suíça Bahiana traz shows inéditos e som autoral

Quiseram os astros que o primeiro dia do Festival Suíça Bahiana, na tarde deste sábado (14), na Concha Acústica do Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, coincidisse com o aguardado eclipse solar, a ponto de, a certa altura, vários participantes terem dividido as atenções entre o que ocorria no palco do evento e o fenômeno que se avistava no céu.

O evento, cuja realização envolve o Coletivo Suíça Bahiana e a Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (Sectel), faz parte do calendário oficial de Vitória da Conquista e continua na tarde de domingo (15), com novas atrações.

Nancy Viégas dividiu o palco com os Retrofoguetes

Enquanto a Lua se posicionava entre o Sol e a Terra, bloqueando parte da luz solar, o DJ Bigbross concluía sua apresentação e dava lugar à banda Retrofoguetes, que se apresentou com a cantora Nancy Viégas. Antes deles, já havia subido ao palco a banda Hotel Mambembe, que teve como convidado o cantor Ítalo Silva. A tarde ainda reservou ao público a DJ Tieta e a banda Dona Iracema, que dividiu o palco com Nem Tosco Todo, vocalista da banda Cama de Jornal.

“A gente apresenta para o público shows que ele nunca viu, que estão acontecendo pela primeira vez num festival. E traz, também, grandes artistas nacionais que estão vindo à cidade pela primeira vez”, disse Gilmar Dantas, técnico em Assuntos Culturais da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (Sectel) e responsável pela curadoria do Festival Suíça Bahiana.

Ele cita, como exemplo da multiplicidade de estilos, encontros musicais como o de Gabriela Mello com o Duo Finlândia, formado por um artista cearense e outro argentino. E ainda a apresentação de Supremo, um ás do hip hop, com a cantora Eulá, ex-participante do programa The Voice, da Rede Globo.

“Esse tipo de mistura é a base da sonoridade do Festival Suíça Bahiana, que é um festival de música autoral. É a grande oportunidade que os artistas da cidade têm para mostrar o seu som”, afirmou Gilmar. “A gente busca ser o mais democrático e acessível possível”, argumentou ainda o curador do evento, citando o fato de que todas as atrações estão sendo acompanhadas pela intérprete de Libras Jaqueline França.

Jaqueline França, intérprete de Libras

Além disso, há preocupações ambientais que motivaram, por exemplo, a disponibilização de cardápios em braille, a parceria com o projeto Mãos que Reciclam e a opção por não imprimir qualquer tipo de material de divulgação em papel.

“Acreditamos que o festival tem que ser para todos. Essas ações, e o fato de ser no Centro de Cultura, e de ser gratuito, aumentam a democratização do evento”, defendeu Gilmar.

“Espetáculos na terra e no céu”

Esse aspecto, o da centralidade do local, foi apreciado pelo agricultor Sérgio Trindade, que foi ao evento com a companheira, a cabeleireira Rahama Souza, e os filhos do casal, Benjamim, 8 anos, e Pietro, 6. “O festival é maravilhoso, porque está num lugar excelente. O Centro de Cultura é perto e acessível, a ponto de a gente poder trazer as crianças”, avaliou Sérgio.

A fim de incrementar o programa vespertino, ele e a família foram à Concha Acústica munidos de alguns equipamentos necessários para observar o eclipse solar: filtros de soldador número 14, devidamente emoldurados por papelão, para que as crianças não corressem riscos de se cortar com as bordas do filtro. “Viemos preparados para acompanhar o espetáculo, tanto aqui na terra quanto lá no céu”, comentou Sérgio.

Prestigiando os amigos

Os professores Daniela Mangabeira e Fábio Reis também observaram o fenômeno astronômico enquanto ouviam o som das atrações do Suíça Bahiana. Devidamente equipados com os filtros que protegem as vistas e as lentes dos observadores, eles tentaram captar imagens do eclipse com a câmera do aparelho celular. “Para mim, é muito interessante, porque é a minha primeira vez neste festival. E, ao mesmo tempo em que ele acontece, a gente está registrando o eclipse”, contou Fábio.

Daniela, ao contrário, já é uma velha conhecida do Suíça Bahiana. Lembra-se com carinho da edição de 2014, quando assistiu a um show do cantor Marcelo Jeneci. Agora, nove anos depois, ela quer ver atrações que conhece de perto e outras de alcance nacional. “O fato de ser vespertino está me agradando muito. E eu também vim prestigiar a participação dos meus amigos do Hotel Mambembe. Também quero presenciar os shows de Maglore, hoje, e estou esperando muito para ver Rachel Reis, amanhã”, disse Daniela.

Daniela Mangabeira e Fábio Reis viram os shows e o eclipse solar

Morando em Vitória da Conquista há oito meses, a modelo Maria Flor Soares, 18 anos, também esteve no Suíça Bahiana pela primeira vez. “Estou adorando o festival. É um pessoal super massa, uma galera super tranquila. Eu vim mais por conta de Maglore e Rachel Reis, que vai tocar amanhã”, contou a jovem, que veio da cidade de Piatã, na região da Chapada Diamantina.

Maria Flor Soares

O Festival Suíça Bahiana continua no domingo (15) – desta vez, sem eclipse, mas com as seguintes atrações:

Para acompanhar todas as informações sobre o evento, acesse os perfis do Festival Suíça Bahiana e da Prefeitura de Vitória da Conquista no Instagram.

 



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