Conquista: Cerimônia de benção marca a revitalização do Cruzeiro

Um dos principais simbolos religiosos de Vitória da Conquista foi restaurado: o tradicional monumento do Cruzeiro, que existe na cidade desde o ano de 1926.

Para marcar esse ato, uma cerimônia de benção foi realizada pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Josafá, que teve a presença da prefeita Sheila Lemos, os vereadores Luís Carlos Dudé (presidente), Herminio Oliveira, Valdemir Dias e Subtenente Muniz. A revitalização foi assinada pelo escritório AR5 Arquitetura Sacra.

Também participaram da cerimônia os padres Valdo, Gerson e Rafael, além de representantes da comunidade católica.

Durante a cerimônia foi lido um texto que narra a história do Cruzeiro que reproduzimos abaixo:

Esse cruzeiro fora o primeiro símbolo cristão a ser fixado na serra do Periperi. Foi Inaugurado em 15 de agosto de 1926, por ocasião dos festejos de Nossa Senhora das Vitórias. Quando edificado, foi fixada uma cruz de madeira, sendo substituída por uma de cimento na gestão do então Prefeito de Vitória da Conquista, o senhor Raul Ferraz, a base do cruzeiro fora preservada. Foram juízes, os responsáveis pela edificação do Cruzeiro: SinfredoPedral Sampaio – Engenheiro Agrônomo que fez a estrada de ligação de Conquista a Jequié ( com recursos de fazendeiros e munícipes, dentre eles Dona Antônia, senhora rica que fazia parte da alta sociedade conquistense); Durval Costa Pinto, comerciante que posteriormente mudou-se para Jequié e Dona Cândida Silveira Cardoso (natural de Caetité), mulher de forte atuação política na cidade, foi a primeira mulher a ser presidente de um time de futebol, irmã do Dr. CrescêncioSilveira, esposa de Casimiro Gomes Cardoso (Mãe de Yanê Silveira Cardoso).

O conceito de patrimônio, parte do pressuposto de pertencimento. Patrimônio está diretamente ligado a herança; etimologicamente a palavra vem do Latim patrimonium (patri – pai e monium – recebido). Logo, estes conceitos ao serem relacionados ao patrimônio histórico-cultural, nos remetem a um sentimento de identidade e pertencimento. Neste viés queremos tocar o coração de todos os conquistenses e mostrar que ao compasso dos anos esse marco histórico-religioso, que desde 1926 está presente em nossa querida cidade, é sim nossa herança histórica, da qual devemos sentir-nos proprietários.

O austríaco Alois Riegl, historiador da arte, diz em sua publicação de 1905 que: “O objetivo determinante de manter um monumento é fazê-lo sempre presente na consciência das futuras gerações as ações humanas”. Desta forma, nunca esqueceremos dos nomes aqui eternamente gravados que mantiveram e levantaram louvores à devoção de Nossa Senhora das Vitórias. São eles: Durval da Costa Britto, Sifredo Pedral Sampaio e Cândida Silveira Cardoso. Não nos esqueçamos da perseverança do Bispo, aqui homenageado somente com a data de 1961, o fundador da nossa Diocese: Dom Jackson Berenguer Prado.

Em 1918 o também austríaco e historiador da arte, Max Dvorák, publicou o Catecismo da Preservação dos Monumentos, no qual aqui ressaltamos sua célebre colocação: “Tudo o que a arte criou é um produto precioso de desenvolvimento espiritual da humanidade, cuja preservação é de interesse para sociedade em geral e coloca a todos – comunidades e povos, Igreja e Estado, em determinada vigilância”.

Assim, o tão destacado sentimento de pertencimento também nos incumbe da responsabilidade de assim preservá-lo, para que as futuras gerações também possam dele fruir e se enriquecer.



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