Opinião: A crise hídrica em Vitória da Conquista

Por Léo Oliveira

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Uma coisa que reparei nos últimos 20 anos aqui em Conquista. Cada ano que se passou, ficou mais quente. Sabe, aquele friozão que fazia sair fumacinha de transpiração pela boca durante o dia era o máximo! Por isso o apelido da cidade de “Suíça Baiana”. O grande problema é que mais duas coisas sumiram além dos ares semi-europeus. A água também está quase ficando apenas em nossa lembrança. Esta segunda feira (16) a Embasa já avisou sobre o racionamento aqui em Conquista a partir do dia 23. Três dias com água, três dias sem.

Quer dizer, na verdade sempre existe algum racionamento. Basta ver nos noticiários as constantes reclamações de moradores dos bairros mais humildes a qualquer época do ano. Sempre está faltando uma aguinha aqui e ali. Mas agora o líquido seminal ficou sério! A falta de água potável tá que nem a AIDS: não tem classe social para acontecer, basta ser um ser respirante no bacanal da vida social para virar vítima.

Meu Deus! Por que estamos vivendo esta espécie de pragas do Egito? Funciona assim, derrubamos nosso mato para construir no meio urbano, diminuímos a cobertura vegetal e aumentamos o concreto. Somado a isso, vamos aumentando o número de veículos e atividade industrial, gerando uma sauna de poluição, retendo mais do que o normal o calor do sol. E ainda por cima, desmatamos nossas florestas, detonando com as nascentes rareando os rios.

Resultado, os ciclos das águas não se fixam, a chuva fica escassa e nossos reservatórios vão secando até os níveis críticos de hoje. Ou entendemos que o ecologista é algo muito além de um hippie procurando uma sombra de árvore para deitar embaixo e levamos a sério seu alerta sobre nosso planeta ou além de nosso querido frio e da água para beber também terá sumido a nossa inteligência.

Alguém avisa para a esposa de Michel Temer dar o recado para ele: São Paulo, o centro financeiro do país, está passando pelo mesmo problema daqui de Conquista. A falta de água atingirá também a economia do país, a prioridade dele.



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