Por Paulo Mascena
As mulheres se apaixonam pelo belo e vistoso Antonio porque imaginam que ele seja o ” Amante Ideal “, mas na realidade ele é impotente. Ele casa com Barbára, uma jovem rica, que só descobre a verdade sobre Antonio depois do casamento.
Nós somos 346 mil habitantes, só em Conquista e o Centro é regional. Todos apaixonados e acreditando que o CCCJL fomentaria, produziria e reproduziria cultura.
O belo Antônio, direção de Mauro Bolognini, roteiro de Mauro Bolognini, PierPaolo Pasolini e Gino Visentini, com Marcello Mastroianni, Claudia Cardinale, conta a história de Antonio, que se casa com a mulher que ama e, as custas de muita idealização da figura feminina, que não consegue concretizar a união. Ridicularizado como impotente, ele vive uma tragédia familiar, quando o pai, tentando salvar a honra da família, morre do coração, na cama de uma prostituta.
O Centro de Cultura viveu vinte e tantos anos com apenas uma reforma, numa sociedade onde cultura não é prioridade. Longe disso. Mas cumpriu mais ou nenos a trancos e barrancos seu papel, até ser embargado pela promotoria pública a pedido do CREA.
Antonio só consegue concretizar uma relação quando dissocia, em sua cabeça, o amor e o sexo, mas a essa altura já é tarde e as consequências foram terríveis.
O Centro, por sua vez, pertence a SECULT-Ba, e tem que dar vazão a cultura do sudoeste da Bahia em especial o movimento cultural de Conquista e, ainda, receber as várias culturas que queiram por aqui dar o ar da sua graça. E o Centro foi fechado, ao que parece, por quem só tinha o compromisso de fechar (CREA, promotoria e SECULT-BA).
A Barbara, donzela, esposa de Antonio, mesmo após a revelação, jura amor eterno ao seu marido. Passam-se mais nove meses e nada acontece entre os dois. Barbara revela à sua família e ao bispo que o casamento não foi consumado. Imediatamente a família de Barbara procura o pai de Antonio para tirar satisfação. Porque sua filha ainda estava intacta? O Sr. Alfio Magnano liga para seu filho, critica o seu sogro. mas obtém a informação que eles estavam certos, e logo, fica decepcionado.
O Centro de Cultura há dois anos fechado, fechado o teatro, fechada a concha, fechadas as salas, mas os funcionários vão todos os dias trabalhar… Dois anos fechado para reforma e é uma reforma necessária! Mas muito pouco se fez, quase nada! Porque precisa de dinheiro… E no caso do estado, o cuidador do Centro de Cultura, precisa de vontade politica. E, além disso, autoridades para cobrar a tal vontade politica!
A família Puglisi conseguiu a anulação do casamento para Barbara casar-se com um multimilionário, a empregada da família subitamente sofreu um desmaio e, sua gravidez foi descoberta pela mãe de Antonio. A Sra. Rosaria questionou a moça, quem seria o pai da criança? e chegou a conclusão que era o seu filho. Imediatamente comunicou a seus familiares, que ainda estavam de luto: Antonio engravidou una ragazza.
A SECULT-BA pouco, ou nada, fez para evitar que o Centro fosse fechado. Digo isso porque a reforma que se propõe poderia ser feita com o Centro funcionando, e pouco fez na tal reforma em andamento. Creio que a SECULT-BA acabou achando um erro ter fechado o CCCJL. Andou falando num TAC, mais como fazer isso sem ficar feio?, me pergunto… A Mostra de Cinema foi feita no ano passado, fora do Centro de Cultura, e pagou caro para isso! Então, junta a fome com a vontade de comer! O Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima vai ser reaberto em Outubro, com a Mostra de Cinema, sem reforma consistente alguma. Vai ser reaberto sem que em sua sala principal tenha tirado ou colocado um tijolo sequer!
No pobre estado da Cecilia, onde passa a história do “belo Antonio”, deveria ser dada a prova da consumação do matrimônio, estendendo o lençol sujo de sangue. Era vergonhoso ser virgem após o casamento, pois o sacramento é constituído a partir da união carnal e espiritual.
Na pobre Conquista terra do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima continuaremos, todos nós, por muito tempo, pelo visto, sem penetrar a sala principal do Centro de Cultura.
Centro de cultura Camillo de Jesus Lima e O Belo Antonio: dois meia bocas.
