Opinião: Em defesa da democracia e das conquistas sociais

´

A democracia brasileira está ameaçada. Forças econômicas poderosas, a grande mídia representada pelos canais de televisão, principalmente a Rede Globo, a imprensa escrita e falada, os partidos políticos conservadores e de direita, os grupos derrotados nas últimas eleições nacionais estão tentando burlar a vontade popular e deslegitimar um governo vitorioso nas urnas.

Aproveitam-se descaradamente da crise financeira capitalista  que assola o mundo para negar o desenvolvimento socio-econômico e o avanço social  que melhorou a qualidade de vida de milhões de brasileiros nos últimos anos. A consolidação democrática, a liberdade de organização, o respeito às lutas  históricas do povo e a formação do governo democrático e popular de  Lula  seguido pela presidenta Dilma, criaram  as condições favoráveis  para que muitas reivindicações populares alcançassem expressivas vitórias. O salário mínimo, apesar de longe das necessidades básicas da família trabalhadora, atingiu patamares nunca antes alcançados nos governos anteriores. As empregadas domésticas, agentes comunitários de Saúde e outras categorias tiveram suas profissões regulamentadas,  as  professoras finalmente conseguiram o seu piso salarial.  A distribuição de renda, que é um dos indicadores das injustiças sociais, melhorou em favor dos mais pobres. O Estado brasileiro assumiu uma feição mais democrática e transparente assimilando formas de participação popular e controle social, principalmente em relação às  políticas públicas e aos programas sociais. Organismos institucionais foram criados para fortalecer as lutas pelos direitos humanos, pela igualdade racial, pelas mulheres, pelos idosos, pelos marginalizados socialmente, pelas crianças e adolescentes e pela livre  existência da preferência sexual. Esse avanço social e democrático, no entanto, não pode fazer diminuir ou substituir a luta direta do povo pelos seus direitos.

Os movimentos sociais não deixarão cair suas bandeiras. Ao contrário, querem a continuidade e o fortalecimento dos programas de agricultura familiar, Fome Zero/aquisição de alimentos, PRONAF, Bolsa-família, Luz para Todos, Água para todos, Cisternas de placas e produção, aguadas e barragens, bancos de sementes, BPC/benefício de prestação continuada, Bancos de sementes, Garantia safra, Minha Casa Minha Vida, Assistência técnica e tantos outros que têm provocado o ódio daqueles que pregam o golpe e o impedimento da Presidenta da República. Da mesma forma, os movimentos sociais entendem que o Governo Federal não pode abandonar a política de desenvolvimento econômico e social, de redução permanente do desemprego, de juros baixos, de ampliação do crédito, e aprofundamento das políticas sociais, fortalecendo as medidas de crescimento econômico com a participação crescente da renda dos trabalhadores.

As forças reacionárias e conservadoras  além de espalhar a descrença, a desconfiança no futuro do Brasil e do seu povo, utilizam a grande campanha contra a corrupção para confundir a população e atribuir ao atual governo  federal a origem de todos os males. Na verdade, nunca se combateu tanto a corrupção. Esquemas que vigoravam há décadas têm caídos e sido revelados a todos.  Os maiores empreiteiros/empresários do país, políticos poderosos, altos funcionários públicos são indiciados, levados aos tribunais e à cadeia. A ação chegou ao Congresso Nacional e certamente até o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha,  responderá pelos seus atos indignos. Aproveitando-se da  situação, os interesses internacionais do mercado petrolífero tentam tornar realidade o seu sonho de sempre: enfraquecer e aniquilar  a Petrobrás.

O Brasil atualmente ocupa um  papel de destaque no cenário continental e mundial, mas para consolidar-se como a grande nação democrática e justa que queremos ainda precisa  mudar substancialmente a sua estrutura latifundiária e redistribuir a enorme riqueza concentrada nas mãos de poucos. Essa enorme tarefa é missão do povo brasileiro. Os primeiros passos foram dados nos Governos Lula e Dilma. A reação que desencadeou foi  terrível. O grande capital, os maiores  empresários, os partidos e o Congresso altamente conservadores, a mídia diuturnamente massacra os corações e as mentes do povo, os interesses econômicos e geopolíticos internacionais retomaram a ofensiva. Estão dispostos a rasgar a constituição e as liberdades democráticas para fazer a história voltar para trás.

Ao povo organizado nos movimentos sociais cabe a tarefa histórica de barrar este  retrocesso neofascista, corrigir os erros e aprofundar o processo de mudanças que o Brasil precisa e merece.

Vitória da Conquista, 08 de agosto de 2015.

MST, MPA, STR, SOOR, MTD, CEDASB, MOV. UNIFICADO DE MORADORES, FIAM, BANCADA DE VEREADORES DO PT, FORUM DAS ASSOCIAÇÕES RURAIS, PT, MOVIMENTO NEGRO E QUILOMBOLA.