Depois de celebrar as obras de artistas como Patativa do Assaré, Sivuca, Luiz Gonzaga e Dominguinhos, este ano, o Forró Pé de Serra do Piripiri dedica espaço à história e ao legado de Humberto Teixeira. O compositor cearense, nascido no município de Iguatu, em 5 de janeiro de 1915, foi parceiro de Luiz Gonzaga em inúmeros sucessos. Juntos, substituíram os instrumentos originais típicos do samba, a exemplo da viola, pandeiro, botijão e rabeca, por acordeom, triângulo e zabumba. Dessa parceria, surgiu o baião, uma revolução na música popular brasileira que, na década de 1940, oscilava entre samba-canção e os ritmos importados. A dupla com Luiz Gonzaga rendeu a Humberto Teixeira inúmeros sucessos, entre eles “Mangaratiba”, “Juazeiro”, “Paraíba”, “Qui nem jiló”, “Xanduzinha”, “Baião”, “Asa branca”, “Lorota boa”, “Assum preto”, “Estrada de Canindé”, “Respeita Januário” e “Meu pé de serra”. Muitas de suas composições foram gravadas por diversos intérpretes, incluindo Carmélia Alves, Odete Amaral, Jamelão, Cyro Monteiro, Ivon Curi, Emilinha Borba, Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Alceu Valença e Gal Costa.
Em 1958, o compositor conseguiu aprovar no Congresso Nacional a Lei nº 3.447, conhecida “Lei Humberto Teixeira”. O instrumento legal previa a formação de caravanas de artistas com o objetivo de divulgar a música brasileira no exterior. A primeira dessas caravanas foi formada no mesmo ano e percorreu diversos países, contando com a participação dos artistas Abel Ferreira, Sivuca, Pernambuco, Dimas, Trio Iraquitã e Maestro Guio de Morais. As caravanas aconteceram até 1964. Com mais de 400 composições gravadas, o artista, falecido em outubro de 1979, tornou-se um compositor reconhecido internacionalmente, com músicas gravadas em diversos idiomas.
