Certos momentos traduzem à perfeição o que a Prefeitura de Vitória da Conquista pretendia quando criou o Festival da Juventude, em 2011. Um deles pôde ser presenciado no início da noite de domingo, 3, quando se apresentavam simultaneamente, no Centro Glauber Rocha – Educação e Cultura, manifestações de dois segmentos bem representativos da diversidade que permeia o público jovem: a capoeira e o hip hop.
Num canto, formou-se uma roda de capoeira, da qual participavam grupos com atuação em Vitória da Conquista. No total, cinco grupos estiveram presentes: Arte e Movimento Capoeira, Memória de Bimba, Movimento Cultural Consciência Negra, Viva Conquista e Pelourinho. Eles se dividem entre a tradição regional, fundada pelo Mestre Bimba, e a contemporânea, que, reúne características da capoeira regional e também da Angola, disseminada pelo Mestre Pastinha.
“Este ano, achei que o Festival da Juventude foi voltado mais para o jovem negro, o povo da periferia. Acho isso muito importante. E a capoeira é um esporte de afirmação, de resistência”, afirmou Lázaro Vieira, o mestre “Dendê”, fundador do grupo Arte e Movimento Capoeira. “Agradecemos ao Governo Municipal por essa grande iniciativa”, acrescentou.
‘Todos nós ganhamos’ – Enquanto os capoeiristas se apresentavam ao som do berimbau, outro tipo de ritmo ditava a movimentação no palco principal do Centro Glauber Rocha. O som eletrônico do DJ embalava a “Batalha de Sangue”, última etapa da Batalha dos MC’s, em que os rappers se enfrentavam diretamente, em duelos bilaterais, escolhendo livremente o tema que abordavam em seus versos. Ao final, venceu Miro MC, que já havia saído vitorioso na “Batalha do Conhecimento”, etapa realizada nas duas noites anteriores.