Crônica sobre a morte de ‘Corante’: O ‘assassino’ de Padre Bruno

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Por Marcísio Bahia

marO assassinato de um “homem” de 33 anos, no final de semana passada, foi noticiado pelos blogs de Vitória da Conquista com a ênfase de que  “FOI MORTO A TIROS O ASSASSINO DO PADRE BRUNO BALDACCI”. O assassinado da vez  foi Dudu, o “corante” que, apesar das manchetes sensacionalistas, não cumpria pena, e como se deu para notar nas mesmas matérias que condenavam o defunto, desfrutava da liberdade irresponsável, escravo do crack, e imaginemos que, por dívida contraída para manter o vício, deva ter levado os tiros fatais.

Os cabelos e a pele cor de cobre destacavam o Dudu criança, morador do bairro Sumaré, nascido numa família de grande conceito na cidade, com linhagem e sobrenome.

A morte prematura dos pais deixou o jovenzinho “corante” à mercê das armadilhas da vida, detalhes que somente pessoas mais próximas poderiam nos esclarecer, porém, é de domínio público, que ele fazia de tudo para manter acesa a chama do cachimbo, e nesse tudo podemos incluir furtos, roubos e assaltos, apesar do jeito educado, resquício da curta fase que teve excelente formação familiar.

Talvez seja uma perda de tempo escrever este texto, entretanto costumo não me calar quando algo me incomoda e, nesse caso, alguns detalhes ferem a conduta ética e social. E o pior, por pura inocência, omissão ou despreparo, erramos.

Conclusivamente, neste momento, não queremos atirar pedras ou acharmos culpados. Queremos refletir sobre nossa não interferência no processo de resgate do Dudu, moleque que nasceu em nossa vizinhança, com berço e educação para ser algo mais do que “o defunto que assassinou o padre”. Ouvíamos dizer das internações, das prisões, dos escândalos, porém nem a repressão do Estado, nem as pseudo clínicas de tratamento de drogados, mantidas por instituições que são uma droga também, conseguiram conter a sanha de “Corante” pelas drogas, mas bem que todos nós poderemos dedicar um pouco do nosso tempo à reflexão: Quantos Dudus nos cercam mundo afora, e apenas insistimos em não notar, insistimos em não interferir, insistimos em não amá-los como o nosso Mestre nos ensinou?



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