Projetos de Pedral – Parte 3 – Meio Ambiente, turismo e lazer

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Por Pedral Sampaio

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Vitória da Conquista é paupérrima em se tratando de atrações turísticas, d’aí ser importante cuidar dessa área. Sempre que amigos ou parentes chegam de outras regiões do país, perguntam sobre locais dignos de visitação. Em geral, lhes é sugerido ir à Praça Tancredo Neves, Poço Escuro, Cristo, Lagoa das Bateias e museu local. Por tudo isso e muito mais do que isso, lhe é dedicada especial atenção como será visto ao longo deste. Assim, indispensável a criação de Parque da Cidade, Mirantes da Caatinga e da Santa Marta, o conjunto Lagoa do Lomanto associada ao Estádio Lomanto Júnior, o Centro Administrativo Municipal e a associação com a Lagoa das Bateias, os bosques distribuídos pela cidade a fora, a arborização das vias públicas e acessos à cidade. Mas outros locais de visitação poderiam ser criados com um pouco de criatividade e boa dose de esforço. Assim, por exemplo, Museu do Caixeiro Viajante, Museu do Artista Conquistense, Museu do Fotógrafo Conquistense, este a incorporar fotos de pessoas do povo e da elite, descrições de usos, costumes, vida social e recreativa do passado, etc.

O PARQUE DA CIDADE.

O Parque da Cidade é o “carro-chefe” dos Projetos em virtude da magnificência da obra que ocupará vinte quilômetros de extensão, inteiramente recoberta por vegetação, liames, folhagens, flores, frutos, aves, adornadas pelo riacho e espelhos d’água. O Parque abrangerá área que se estende da margem direita da Av. Bartolomeu de Gusmão (sentido Itambé-Conquista), onde outrora se localizava o antigo Aguão, até a barra do Riacho Santa Rita, afluente do Rio Verruga, cerca de vinte quilômetros abaixo desta cidade.

A partir do ponto inicial até seu término, densa vegetação típica da Mata Atlântica, a mata ciliar, cobrirá a área ao longo de ambas as margens do Rio Verruga até a barra do afluente citado. A largura das margens ao longo do Rio Verruga, o vale propriamente dito, ditará a largura do Parque da Cidade, podendo ser ela de duzentos, trezentos, quinhentos metros e até dois ou mais quilômetros, visto ser bastante largo o vale na barra do riacho. Pequenas barragens de troncos de madeira barrarão parcialmente o Verruga, dando-se preferência a esse material, a fim de harmonizar o conjunto obra/natureza. Ao lado das barragens, criar-se-ão piscinas rasas, adornadas por pequenos e baixos conjuntos florais em seu entorno, sem cobertura lateral ou de fundo de pedras, muretas, etc.

Todo esse vale outrora coberto por densa floresta foi abrigo de inúmeras espécies animais. Flores multicoloridas, olorosas, orquídeas e bromélias em profusão, entre tantas outras a inebriar o viajor. Ingá, uvaia, angico, açoita-cavalo, pata-de-vaca, pitangueira, araçá e outros, retornarão ao vale. Era a Mata Atlântica (a mata ciliar) a se estender até o Poço Escuro. Vieram pastagens, lavouras, e a mata lhes cedeu lugar, ferida de morte para promover o surgimento de nova vida, a civilização branca.  Pois bem, com a construção do Parque da Cidade, a Mata Atlântica será resgatada, voltando a ocupar seu local de origem. E com ela voltarão os remanescentes de animais e flores e frutos de outrora.E o Parque da Cidade se tornará, através dessas medidas, CORREDOR ECOLÓGICO para passagem ou habitat de parte da antiga fauna. Bastaria isso, o retorno da Mata Atlântica, para justificar a criação do Parque da Cidade. Nesse parque, a família conquistense promoverá encontros e visitação de amigos oriundos de outras plagas, além de indicá-lo aos turistas.

O Parque da Cidade, tal como visualizado, será algo inimaginável, tamanha a beleza do conjunto. Belo, harmonioso, majestático, inigualável. Em nenhuma cidade do Nordeste e mesmo do país há algo semelhante. Tornar-se-á referência nacional e projetará Conquista nacionalmente. Por fim, poderá ser feito aos poucos nos próximos dez, quinze ou mais anos, a começar d’agora. No futuro, o crescimento da cidade em direção à Zona Leste exigirá a abertura de avenidas que imporão passagens pelo Parque, porém futuro plano diretor preverá solução de modo a diminuir agressões à mata.

A LAGOA DO LOMANTO JÚNIOR.

A antiga estação de tratamento de esgotos da Embasa fará parte do rol de pontos turísticos desta cidade, após higienizada e adornada por arbustos e estreitos caminhos de terra nas laterais. Integrada ao Estádio Municipal Lomanto Júnior, formará conjunto belíssimo, já que é um dos mais belos estádios do país graças ao bosque de eucaliptos e espécies floríferas ali existentes. Ao “pé” das arquibancadas, aflora farta água que escoa para a lagoa próxima. Trata-se de mais uma das múltiplas nascentes do Verruga. Graças a ela, será possível embelezar ainda mais o estádio. Utilizando-se energia solar, a água será elevada à parte alta e daí, à semelhança da corrente existente na Praça Tancredo Neves, descerá à esquerda da ladeira de acesso ao campo. Pequenos espelhos d’água interceptarão parcialmente a corrente, para deixá-la fluir livremente em seguida. Na lateral da ladeira, pequenos patamares ajardinados darão maior brilho à obra. Transformado em ponto turístico, o estádio será transformado em local de visitação permanente, vedando-se apenas acesso ao campo e aos vestiários. Legislação municipal específica disciplinará visitação nos dias de jogos.

Mirante da Caatinga

Na serra, quando se sobe para a Baixa do Arroz, uma subida lenta, agradável, reconfortante, graças ao ar puro e à vista maravilhosa, chega-se a um despenhadeiro para a caatinga. Vista linda, encantadora. Aí, o paredão baixa da cota 1.000 para a cota 996.

Nesse ponto – cota 996 – ocupa-se um ou mais hectares e faz-se grande parque. Dali, o visitante terá ampla visão da caatinga. Linda. Nesse lugar – cota 996 – você levanta patamar de quatro metros de altura e terá cota 1.000, ou seja, 1.000 metros acima do nível do mar. Fácil de fazer. O visitante terá a sua frente a caatinga, a imensidão verde a perder de vista nos períodos de inverno com a variegada profusão de cores, flores e frutos, e suave olor; periquito, corrupião, cancã-de-fogo, coleira, pomba fogo-apagou. Enfim, a caatinga e espécies animais a comemorar a estação do alimento farto. Aqui e ali, e lá, bem distante, inúmeros pontinhos brancos revelarão minúsculas casinhas dos catingueiros. Tudo isso e também isso encantará o visitante, mormente aquele das grandes cidades do sudeste ou do sul; nos longos períodos de estiagens, a sequidão cinza a cobrir a vegetação e raras pastagens mostrará aos homens de outras partes do país o cenário soberbamente descrito por Euclides da Cunha, entre outros. Para os visitantes, tudo novidade. Mais um magnífico ponto turístico. Sim, a caatinga, seja na seca ou no período chuvoso, pode e deve ser exibida como ponto turístico aos nossos visitantes de outras regiões, pois eles só a conhecem através de fotos e TV.

Mirante da Santa Marta

Construir-se-á o segundo mirante defronte da Santa Marta. Um espetáculo. Mais belo ainda que o da Caatinga, ambos, porém, dignos de constar de qualquer agenda turística. Do que, aliás, Conquista carece, já foi dito. A área pertence à prefeitura. Na parte mais alta daquele local, tendo como referência trecho de areia, será levantado o mirante. Não há necessidade de subir a serra, pois, para o lado do nascente existe estrada que passa pertinho desse mirante. A vista é para a mata. Mata verdejante e fazendas. Um espetáculo.

ARBORIZAÇÃO DA CIDADE

“Nas cidades, a vegetação presente tem numerosos usos e funções no ambiente. Pode-se perceber nas cidades as diferenças entre as regiões arborizadas e aquelas desprovidas de arborização. Os locais arborizados geralmente se apresentam mais agradáveis aos sentidos humanos… a presença de arbustos e árvores no ambiente urbano tendem a melhorar o microclima…(o) sombreamento, embelezamento das cidades, diminuição das poluições atmosférica, sonora e visual  e contribui para a melhoria física e mental do ser humano na cidade” (Plano Estadual de Fomento florestal do IEF/MG, página 100).

Embora considere Vitória da Conquista uma cidade razoavelmente bem arborizada, há possibilidade de criar um “cenário” novo que a distinga da quase totalidade dos municípios brasileiros. Semear o verde fartamente, arborizando o maior número de ruas possível. Onde houver espaço vago, colocar árvores, esforço que será recompensado por melhor qualidade de vida. Logradouros reservados para áreas verdes, salutar exigência para aprovação de loteamentos, devem ser arborizadas. Aliás, mudança na legislação municipal específica pode impor aos próprios loteadores imediata arborização dessas áreas e acompanhar seu crescimento por período determinado, conforme a espécie. Árvores de pequeno, médio e grande porte, a depender do local. Bosques e pequenos bosques por toda a cidade e também às margens das estradas, na passagem pela área urbana (Rio-Bahia, Conquista-Itambé, Conquista-Anagé, Conquista-Barra do Choça).

Mais fáceis de cuidar, exigirão menos atenção que jardins e oferecerão acolhedores pontos de repouso, além de serem belíssimos. Basta escolha adequada dos espécimes a plantar e equipe devidamente preparada para combate a pragas e práticas que ocorrem em Conquista: erva passarinho e o costume em vigor de podar árvores para erradica-la. Não é preciso tanto. Basta localizar raízes dessa trepadeira na junção de ramos e troncos das espécies atacadas e eliminá-las. No alto da Serra do Periperi, nesta cidade, plantar vegetação típica de terrenos arenosos e ou pedregosos. Incentivar moradores a efetuarem plantio de árvores frutíferas em seus quintais. O incentivo poderá ocorrer mediante redução do IPTU, conforme legislação a estabelecer.



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