O segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) apresentou uma prova mais fácil e cansativa, segundo os candidatos. Para os professores, no entanto, o exame ficou dentro do esperado. As abstenções no domingo foram de 25% – a menor desde 2009 (37,37%), quando o Enem passou a ter caráter de seleção para as universidades.
Redação
No segundo dia de prova, os candidatos foram surpreendidos com um tema de redação completamente inesperado. Apesar de não ter feito parte do plano de aula de muitos cursinhos, “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira” agradou os estudantes, que consideraram o tema: fácil.
“A prova não estava difícil, estava até mais fácil que a do ano passado, mas teve algumas perguntas complicadas. O tema da redação não tinha passado pela minha cabeça”, contou a administradora Airan Silva, 25 anos. A ideia foi compartilhada por outros candidatos ouvidos pelo CORREIO ontem à tarde.
No entanto, para os professores a facilidade pode ser, na verdade, uma pegadinha. “Quando o tema é difícil existe a escassez de ideias, mas quando é fácil existe o excesso e a dificuldade de saber hierarquizá-las, ou seja, muita coisa para dizer em pouco espaço e pouco tempo”, explicou o professor de linguagens, João Albuquerque Filho, do Sistema Ari de Sá.
Sobre as questões de múltipla escolha, o professor considerou a prova mais difícil que a de 2014. Segundo ele, a diversidade de textos literários, musicais, publicitários, de dança e artes plásticas exigiu mais conhecimentos dos candidatos.
Matemática
Os cálculos foram apontados pelos estudantes como a principal dificuldade. De acordo com alunos e professores, a prova de matemática deste ano exigiu mais interpretações de gráficos. Temas espinhosos como geometria e probabilidade também assustaram os candidatos.
“Eu estudei, mas estava difícil. Comecei pela redação e respondi a prova de linguagens primeiro. Deixei matemática para depois”, contou o estudante de administração André Jacson Santos.
Para o professor de matemática Ademar Teledônia, o Exame exigiu mais do candidato. “A prova estava mais difícil que a de 2014 porque exigiu mais interpretação e um nível de raciocínio mais apurado dos alunos”, disse.
Essa foi a terceira vez que o contador Jailson Santos, 49, fez o Enem. Ele considerou a prova razoável. “Muito texto e pouco tempo, como sempre. Teve umas questões difíceis, mas a verdade é que a prova estava fácil, ou pelo menos razoável, para quem estudou”, afirmou.
De acordo com o MEC, este ano, o número de participantes do Enem foi menor que em 2014. No ano passado, foram 8,7 milhões de inscrições, contra 7,7 milhões em 2015. Na Bahia, 580 mil estudantes se inscreveram para fazer as provas. No total, cerca de 830 mil candidatos não conseguiram acessar o cartão online para confirmar a participação.
