No final da tarde desta quarta-feira, 15, representantes da sociedade civil se reuniram na Câmara Municipal para debater a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus em Vitória da Conquista e apresentar propostas que possam ser encaminhadas à administração municipal, a fim de dar um direcionamento às ações de combate ao vírus sem partidarismo político.
A reunião foi organizada pela Entidade Atividade Massicas, presidida pelo radialista Pedro Massinha, com apoio da Câmara Municipal, OAB, CDL, Uesb, Associação Comercial, Santa Casa, Igreja Católica, Igrejas Evangélicas, União Espírita, Rotary Club, Maçonaria, Conseg, Movimento Pró-Conquista, Coopmac, entre outras. O Executivo Municipal não enviou representante.
O presidente da Câmara, Luciano Gomes, disse que as pessoas estão preocupadas com a questão da saúde, o que é compreensível, porém entende a situação dos empresários, embora a Câmara tenha se posicionado contra a reabertura do comércio, tendo em vista tão somente a segurança das pessoas. Lembrou que a prefeitura criou um comitê de crise sem a participação da sociedade, e que a Casa do Povo exigiu uma reunião com o Executivo para apresentar as demandas e sugestões da Casa e da sociedade. “Já temos sofrimento demais com essa pandemia, nós defendemos os interesses da sociedade, somos contra a partidarização em torno de uma pandemia tão grave como essa, não é momento para discurso político, o momento é de união e sabedoria na tomada das decisões, daí a importância de todos nessa discussão”, salientou, afirmando que todas as sugestões serão levadas para a Comissão Especial e posteriormente para a reunião com o Executivo Municipal que será realizada na manhã desta quinta-feira, 16, às 10h, por videoconferência.
As demais entidades reforçaram a necessidade de políticas públicas sanitárias para garantir a segurança das pessoas e também defenderam a união entre as autoridades políticas. Todos reforçaram a importância das ações de solidariedade aos mais vulneráveis, pois já se observa o aumento do número de pedintes nas ruas. “Essa crise terá efeitos catastróficos na nossa sociedade, daí a importância da união entre todas as pessoas envolvidas na gestão dessa pandemia”, disse o diácono Luciano. As palavras do diácono foram reforçadas pelo presidente da União Espírita, Cleber Flores. Ele disse que o momento não é de antagonismo e sim de equilíbrio entre os poderes.
O médico Joás Meira explicou que a pandemia expôs a fragilidade do sistema de saúde e que quando a crise passar vão sobrar vagas nas UTI’s, mas até lá a população vai enfrentar uma realidade difícil, e que no mínimo 5% da população pode necessitar de UTI. Sua sugestão é para a realização de testes rápidos como forma de identificar quem tem o vírus e como flexibilizar as ações a partir desses diagnósticos, por se tratar de um vírus letal que exige atenção redobrada dos órgãos de saúde e das autoridades políticas até saber exatamente qual é a situação real no município e no país como um todo.
O provedor da Santa Casa disse que um país como Estados Unidos está passando dificuldade, imagine o Brasil que nunca deu a devida atenção às questões de saúde. Ele criticou a ausência de representantes do Executivo Municipal para que pudessem ouvir e dar um direcionamento às sugestões da sociedade. “Estamos aqui para prestar a nossa solidariedade e apoio ao Poder Executivo e aos mais vulneráveis nessa pandemia terrível que assola o nosso país e o mundo inteiro”, afirmou.