União de Mulheres de Vitória da Conquista celebra 40 anos de existência

A União de Mulheres de Vitória da Conquista celebra 40 anos de existência nesse mês de novembro. Sua história se entrelaça com a história do feminismo no Brasil. A partir de 1975 foi retomada a luta pelos direitos das mulheres, uma parte significativa foi incorporada na Constituição Federal de 1988 e em leis específicas como a Lei Maria da Penha de 2006.

As atividades da União de Mulheres de Vitória da Conquista visam chamar a atenção para os desafios que precisam ser enfrentados, além de apresentar propostas, atuando no fortalecimento das mulheres para que possam ser livres, desenvolvendo todo seu potencial pessoal, social, político e econômico.

Uma das ações centrais é a Creche Dinaelza Coqueiro, implantada em 1985, atendendo atualmente 80 crianças, em tempo integral. Oficinas, palestras, manifestos, boletins e abaixo assinados contribuem com a educação popular feminista, na construção coletiva do conhecimento, descobrem para si e para suas comunidades novas possibilidades de acesso à justiça, serviços e políticas que possam efetivamente melhorar suas vidas e das pessoas a sua volta.

Para Lídia Rodrigues, presidenta da União de Mulheres de Vitória da Conquista, ainda é preciso percorrer um longo caminho. “O Brasil precisa avançar mais e mais na democracia, distribuição de renda, saúde e educação de qualidade para todas e todos, combater o machismo e o racismo, garantir direitos sexuais e reprodutivos para todas, todos e todes. Nossa luta ainda vai durar algumas décadas, se formos otimistas. Sonhamos com a superação do capitalismo e com uma nova sociedade mais justa e humanizada. No que pese algumas conquistas em nosso município, é preciso que as políticas públicas beneficiem todos os municípios do país, a União Brasileira de Mulheres – UBM, coordena essa luta nacionalmente, devemos criar núcleos e organizar a mulheres em cada canto para mudar a cara do Brasil, para que seja mais feminina e sem violência”, destacou Lídia.

Ainda demanda muita luta a necessidade urgente de implementação de políticas públicas que garantam mais espaços de poder e decisão para as mulheres e   fortalecimento das existentes.

Toda adversidade perpassou a luta feminista na sociedade Brasileira, ressalta
Maria Otília Soares, Secretaria executiva da União de Mulheres. “A promoção da igualdade de gênero tem sido um desafio ao longo dos 40 anos de funcionamento da União de Mulheres, apesar dos avanços conquistados, fruto de uma luta árdua do movimento feminista, ainda nos deparamos com a pouca visibilidade das mulheres na área da cultura; com a baixa participação na atividade política e com díspares acessos nas atividades econômicas”, conclui Otília.

As conquistas realizadas pelas mulheres sempre foram fruto de muita luta, desde o direito ao voto, aos estudos, ao divórcio, e ao planejamento familiar. São contrapontos em meio a tanta injustiça social e violência.

A luta em defesa dos direitos das mulheres é, de fato, permanente e contínua, embora tenhamos feito progressos significativos ao longo da história, registra Nildma Ribeiro, Diretora de Cultura, lazer e Esporte. “A nossa perspectiva para o futuro nessa pauta é complexa, mas existem algumas tendências e direções que podem ser observadas como a conscientização sobre questões de gênero, mudanças legislativas e políticas, uma vez que muitos países têm adotado legislação para promover a igualdade de gênero e proteger os direitos das mulheres, o debate sobre o empoderamento econômico, educação e conscientização também devem pautar o debate. Espera-se que haja mais esforços na promoção da educação sobre igualdade de gênero desde cedo, para que as futuras gerações cresçam com uma compreensão mais profunda das questões de direitos das mulheres.”, considerou Nildma.



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