Alerta e perigo em Conquista!

Os moradores da comunidade quilombola de Barreiro do Rio Pardo, na região do distrito de Inhobim, foram informados pela Defesa Civil Municipal e pelo Corpo de Bombeiros sobre o risco de alagamento, por causa da cheia do Rio Pardo, que passa ao lado da localidade. Foi constatado um aumento de 1,5 metro no nível da água, a ponto de deixar submersa uma ponte recém-construída pela população.

Essa situação foi apresentada aos moradores durante visita feita ontem (21), quando os técnicos falaram das dificuldades enfrentadas em 2021 e dos riscos que devem ser evitados. “O Governo Municipal não quer que ocorra a mesma situação. Por isso, estamos atuando de forma preventiva, antes que se torne uma situação mais complexa”, diz Gabriel.

Alguns moradores se mostraram resistentes a deixar suas casas; Prefeitura está pronta para transferi-los para um abrigo provisório, caso seja necessário

Barco e abrigo

A equipe da Defesa Civil já estabeleceu contatos com as secretarias municipais de Educação (Smed) e de Desenvolvimento Social (Semdes), para o caso de ser necessário providenciar a retirada das famílias de suas casas e transferi-las para um abrigo provisório – que, neste caso, poderia ser a Escola Municipal Paulo Setúbal, na sede do distrito de Inhobim. Também já estão garantidos pelo 7º Grupamento de Bombeiros Militares (GBM) uma viatura e um barco a motor para fazer a travessia do Rio Pardo e ter acesso aos ribeirinhos.

Embora alguns moradores tenham se mostrado resistentes a sair de suas casas, a Defesa Civil e o GBM mantiveram o alerta e explicaram sobre os riscos. “Da maneira como estamos, ainda é possível fazer a retirada deles e instalá-los em segurança num abrigo disponibilizado pela Prefeitura”, afirmou o engenheiro da Defesa Civil. “Estamos à disposição. Porém, os Bombeiros não atendem somente a Vitória da Conquista, são 40 municípios. No caso de uma situação de maior urgência, não temos como garantir que eles nos atendam de imediato”, acrescentou.

Barreiro fica a mais de 100 quilômetros de Vitória da Conquista, na região de Inhobim

Monitoramento constante

Segundo a Defesa Civil Municipal, há duas condições específicas que explicam o aumento do nível do rio e a ameaça ao povo do Barreiro: a precipitação pluviométrica na região do Rio Pardo, no trecho baiano, e a grande quantidade de chuva no norte de Minas Gerais, nas proximidades da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Machado Mineiro, situada entre os municípios mineiros de Ninheiras e Águas Vermelhas. “Esta última condição é a que gera maiores complicações para as comunidades ribeirinhas do Rio Pardo”, explica o engenheiro da Defesa Civil, Gabriel Queiroz.

Desde que as chuvas se intensificaram na região, no início de dezembro, a Defesa Civil monitora diariamente o nível do Rio Pardo e a vazão da PCH Machado Mineiro, por meio de boletins fornecidos pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e informações extraídas do pluviômetro mantido pela Agência Nacional de Águas (ANA).

“A partir do momento em que se chegou a um nível mais elevado, abrimos nosso alerta, passamos para o Comitê de Gerenciamento de Crise e ficamos acompanhando de forma mais estreita. E decidimos que, para não repetir o que ocorreu no ano passado, seria preciso tentar retirar a população quando a barragem atingisse 75% de sua capacidade”, informa o engenheiro.

Para chegar à comunidade, é preciso atravessar o Rio Pardo de barco

Ele se refere à operação realizada em dezembro de 2021, quando mais de 50 famílias, que estavam ilhadas em razão dos alagamentos, tiveram de ser resgatadas por um helicóptero do Exército. A aeronave foi viabilizada pela Prefeitura.

Neste momento, a PCH Machado Mineiro, que é administrada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), está com aproximadamente 70% de sua capacidade total. O monitoramento diário continua a ser feito em Vitória da Conquista.



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