Pipoca Moderna: Terceiro sexo, terceiro mundo, terceiro milênio, carne nua!

Por Mariana Kaoos (este texto foi escrito ontem)

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Queridos, é domingo no meu coração. Domingou, meu amor. Hoje decididamente não é dia de ficar de cara emburrada para a vida. O tom. A energia do agora. O primeiro domingo primaveril de 2016 que, de maneira intensa e imprescindível, escancara a complexidade existencial e indica-nos o caminho das boas novas: É preciso pensar! Sair desse lugar cômodo, dessa zona de conforto em que tudo está posto e aceito e começar a questionar o universo que nos circunda. Ler, conversar, andar por aí, ver um filme legal, passar a tarde na livraria, bater um papo com alguém interessante tomando um café no boteco da esquina, tentar compreender aquele filosofo que há tempos vem apertando o seu juízo, ouvir obras fonográficas com a devida atenção que elas merecem, escrever uma poesia, um conto, uma dissertação acadêmica, uma carta para alguém. Produzir. Isso mesmo, a palavra do dia é produção cartesiana (na base do penso, logo existo) de outros conhecimentos, outras sensações, outras palavras. Até porque nenhuma flor, durante a primavera, desabrocha em beleza, profundidade e vida sem as condições necessárias, sem a sua maturação durante o outono/inverno, não é mesmo?!

Bom, iniciando esse domingo de maneira voraz, segue um texto inquietante da nossa queridíssima Nahla Valentina. Já abri espaço para ela aqui algumas outras vezes, mas, para quem não se lembra, vamos lá: Nahla é uma mulher trans, estudante do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual do Sudoeste das Bahia, militante da Marcha Mundial das Mulheres e do Levante Popular da Juventude. Extremamente consciente e perspicaz, Nahla, através de seu blog (https://nahlavalentina.wordpress.com) e das redes sociais, vem postando algumas narrativas, bem como novos olhares e questionamentos, para a questão do gênero, do universo trans e da própria sexualidade, energia sexual, que permeia as inter relações sociais e de poder. Seu último escrito, intitulado Destrinchando o Temido Genitocentrismo, apareceu para mim como uma das reflexões mais pertinentes que li nos últimos tempos. Com a visivel intenção de levar cada vez mais o debate para a população de modo geral e incitar (a esperança é a última que morre!) uma possibilidade de abertura para o dialogo temático, segue aqui, com a devida honra e respeito, o texto de Nahla:

Destrinchando o Temido Genitocentrismo

Nahla Valentina

Ano passado eu escrevi um texto chamado Por que Nossa Sexualidade é Uma Mentira que levantou algumas sobrancelhas e fez alguns não compreenderem o objetivo da reflexão ali presente. Pelos seus incômodos pessoais, alguns me chamaram de “pós-modernista”, o que não teria nada demais se não fosse um título que vejo sendo usado por aí para deslegitimar falas que partem de vivências reais e práticas e torná-las apenas discursos não embasados e futuristas. A desconstrução e reflexão sobre si mesmo sempre é difícil, verdade.

Creio que a afirmação que tenha sido mais incômoda foi: “O que trago com isso é que, na verdade, não somos homens ou mulheres, cis ou trans, hetero, homo, bi ou pansexuais. Somos seres humanos, capazes de nos apaixonarmos por e nos relacionarmos com qualquer outro ser humano. Mas o sistema em que vivemos nos obriga a nos posicionarmos socialmente, tanto no gênero quanto na sexualidade, para criar relações de força e de poder entre nós, definir opressores e oprimidos, pessoas aceitas pela norma e pessoas que são objetos.”

O próprio tamanho curto do texto, que era formato e proposta do blog em que está presente, talvez tenha sido responsável por aqueles que não o entenderam terem visto como uma deslegitimação de identidades de gênero e orientações sexuais. Isso seria dizer que eu, mulher trans, estava deslegitimando minha própria identidade, o que não faria sentido nenhum. Bem, aos que leram na época e aos que leram só por agora, ressalto e explico: esse texto parte não de teorias acadêmicas, não de teoria queer ou o que for, até porque não me preocupo tanto em ler essas teorias por agora; esse texto parte de vivências. Parte dos caras no Tinder que me desejaram e, como se mudando um interruptor de direção, deixaram de desejar única e exclusivamente por eu ser uma pessoa trans, entendendo eles com ou sem minha explicação (vocês tem ideia de quantos foram esses na época em que eu usava esse aplicativo? Eu também não porque perdi a conta, foram muitos, dezenas ou mais). Parte das pessoas ao meu redor que são capazes de me enxergar apenas como amiga e não como direcionamento de afetividade ou desejo justamente por saberem que eu sou uma mulher trans.

Aquele texto era uma introdução à reflexão sobre o genitocentrismo, era uma base que, por si só, não é completa, verdade, mas um início sobre esse tópico que tanto faz vozes se ressaltarem em defesa de si mesmos e si mesmas. Resolvo, então, destrinchar aquela reflexão inicial com uma compreensão mais profunda sobre o tão temido genitocentrismo – e talvez um pouco longa, mas necessária.

1)A Atração Pré Limitação Cisnormativa

A frase principal do parágrafo que eu relembrei é a grifada: “Somos seres humanos, capazes de nos apaixonarmos por e nos relacionarmos com qualquer outro ser humano.”

Talvez o título daquele texto seja o que mais choque e, ao se unir com essa frase, entendo porque possa parecer que tenta deslegitimar a sexualidade das pessoas. Mas não é isso. Entender essas duas reflexões e, especialmente, essa frase, parte de compreender como se dá nossa atração. Todas e todos nós, inevitavelmente, acabamos direcionando nosso olhar e nos atraindo por performances específicas, por um conjunto de signos que nos desperta sexualmente e afetivamente e, em nossa sociedade, nós os definimos como “masculino” e “feminino”. Nossa criação cisnormativa e heterossexista nos faz associar masculinidade com ser homem (logo, heteressoxual) e feminilidade com ser mulher (logo, heterossexual), dizendo que o desvio dessa norma, ou seja, a feminilidade em um homem é ser gay e a masculinidade em uma mulher é ser lésbica, quando sabemos muito bem nos últimos anos, pela própria resistência de pessoas LGs em se autoafirmarem, que essa premissa não é verdadeira. Todas e todos nós possuímos em nossa construção de identidade e expressão de gênero níveis variados do que é dito como masculinidade e do que é dito como feminilidade.

Mas essa premissa que nos é ensinada ainda nos afeta uma vez que, ao sermos ensinadas e ensinados esse sistema binário homem x mulher como se fossem apenas essas as possibilidades, quando nosso desejo se direciona, seja pela masculinidade ou feminilidade, automaticamente associamos isso com o ser homem ou ser mulher. Isso também é o que faz, por exemplo, com que a orientação sexual de pessoas bissexuais seja deslegitimada, rechaçada e atacada. É a não compreensão da fluidez e complexidade existente no fluxo e intersecção entre masculinidade e feminilidade no modo como expressamos nosso gênero.

Fica algo para se refletir sobre. Há algumas semanas uma amiga lésbica contou para um grupo sobre como vários homens gays estavam dando em cima dela e ela tinha que lembrá-los que não se atraía por homens. Por que essa atração deles por ela existiu? Como um homem gay poderia se atrair por uma mulher lésbica? Um ponto importante é compreender que ela performa e expressa uma dita masculinidade muito maior do que uma dita feminilidade, o que não a faz deixar de ser mulher nem deixar se reconhecer como tal, mas a traz uma figura que desperta a atração naquele homem que, sendo gay, se atrai por homens – porém, mais que isso, se atrai por masculinidades. E ainda, se ela retribuísse esse desejo por um deles e ambos decidissem seguir em frente com ele, isso não a faria deixar de ser lésbica nem o faria deixar de ser gay, não é verdade? Se você chega a concordar com isso, já parou pra pensar no motivo? Sigamos em frente.

2) A Limitação Cisnormativa

O sistema capitalista constrói a nossa sociedade sob uma disciplinarização das nossas existências que é patriarcal cissexista e heteronormativa (além de racista, classista, entre outras coisas). Compreender o funcionamento de uma sociedade patriarcal e cissexista é entender a divisão binária de gênero que cria relações de poder. Essa divisão acontece em um ciclo de três passos que se torna contraditório:

Primeiro: Os seres humanos são divididos entre homens e mulheres pelo seu genital ao nascer. A priori, ser homem é ter um pênis e ser mulher é ter uma vagina. Essa divisão se faz muito importante para o patriarcado na criação das normas que colocam a mulher no lugar de submissão e inferioridade nas estruturas de poder que privilegiam o homem.

Segundo: A esses homens e mulheres são estabelecidos os papeis de gênero e expressões de gênero que são ditos exclusivos de cada um e não são intercambiáveis. Logo, além de definir que as ditas masculinidades pertencem somente ao homem e as ditas feminilidades pertencem somente à mulher, também se divide o lugar e o papel que cada um ocupa nessa sociedade capitalista (o homem na tarefa de produção e a mulher na tarefa de reprodução – apenas uma introdução sobre a divisão sexual do trabalho, assunto no qual não entrarei muito por merecer uma discussão mais específica e completa, compreendendo as relações de raça e classe). Para que isso se mantenha, cria-se a moral (partindo da ferramenta religiosa), a construção psicológica e comportamental do ser homem e ser mulher na sociedade. Isso é o básico que vai desde o azul x rosa, ao ser forte x ser frágil, calça e camisa x vestido. Toda uma construção de signos e símbolos que são culturais, sociais e políticos.

Terceiro: Essa segunda norma parece admitir que gênero é uma construção social, cultural e política, e é aí que ela se torna contraditória. Ao enxergar a existência de pessoas trans e travestis e precisar negá-las por nós fugirmos da cisnormatividade em que se baseia o primeiro princípio desse ciclo, novamente o cis-tema reafirma que só se é homem ao se ter pênis, testículos, sistema reprodutor “masculino” e cromossomos sexuais XY e só se é mulher ao se ter vagina, sistema reprodutor “feminino” (útero, ovários, etc.) e cromossomos sexuais XX. Isso é negar toda a construção de identidade e expressão que o próprio sistema cissexista e patriarcal cria, negar nossas vivências enquanto sociais, culturais e políticas, além de ter uma visão biológica limitada que não compreende a intersexualidade, ou seja, não compreende que a combinação de cromossomos sexuais é infinita e complexa, gerando diversos sujeitos que não atendem a essa norma e padronização já em caráter biológico. E, claro, o que é mais essencial para o cis-tema, nega e deslegitima a vivência de pessoas trans e travestis, transformando nossas identidades em patologia para nos excluir da sociedade e nos colocar em posição de abjeção.

Compreender esse ciclo furado do sistema patriarcal e cissexista permite entender melhor como direcionamos nossa atração e afetividade. Uma vez que, apesar de todas suas contradições, esse ciclo é considerado verdadeiro, quando nos atraímos por alguém pela suas masculinidades ou feminilidades acreditando que a masculinidade é pertencente apenas do ser homem e a feminilidade é pertencente apenas do ser mulher, também, inconscientemente e de maneira naturalizada, partimos da premissa cisnormativa de que ser homem é ser cisgênero e ter um pênis e ser mulher é ser cisgênero e ter uma vagina.

Ao nos atrairmos por alguém, não pensamos de imediato no que aquela pessoa tem entre as pernas. Analisamos toda a construção de sua identidade, todo o conjunto de signos que ela expressa e performa. O seu corpo (coberto por roupas – ou seja, signos) nos atrai. Mas a compreensão que temos desses signos é de naturalizar o ser homem ao ter pênis e o ser mulher ao ter vagina. Não pensamos de imediato no genital das pessoas por esse conjunto de signos nos fazer ter a convicção de que esse é um raciocínio lógico que tornaria evidente qual genital eles têm.

3) Enfim, o que é Genitocentrismo?

Compreendendo a atração a partir da limitação cisnormativa, logo vemos onde está a exclusão de pessoas trans e travestis do campo de afetividade.

Isso quer dizer que, no final das contas, não estamos nos atraindo pelos signos e performances destes que expressam ditas masculinidades e/ou ditas feminilidades. Não nos atraímos por pessoas, nos atraímos por genitais ambulantes e, depois, associamos eles aos corpos que estão ligados e o conjunto de signos que esses corpos apresentam.

Quando nós, pessoas trans e travestis, falamos do genitocentrismo e dizemos essas coisas, alguns parecem se sentir atacados diretamente e pessoalmente, afirmando que “é apenas uma questão de gosto”, que o genital faz parte da atração, da sexualidade, do desejo, do ato sexual, etc. Esse também é um ponto utilizado pelas feministas radicais para nos atacar dizendo que nós, mulheres trans e travestis, queremos empurrar garganta e vagina à dentro nossos genitais em nossa reivindicação do nosso lugar no feminismo – que elas dizem não nos pertencer, mas nos pertence sim. Enxergam no pênis um instrumento opressor entre os principais do patriarcado e, negando e deslegitimando nossas identidades, dizem que temos pênis, logo somos homens, logo estupradores (sic). Entendo e reconheço o trauma que se associa a esse genital numa sociedade que é falocêntrica e, ainda mais, genitocêntrica, mas isso é não compreender, primeiro, que quem estupra é o homem, não o pênis por si só. O que torna o homem cis um estuprador não é o ter pênis em si, mas sim o sistema patriarcal que o coloca numa posição de poder, dominador e quer forçar a mulher a se submeter a esse poder e ser dominada. Segundo, e quanto às mulheres trans e travestis que são estupradas, agredidas, violentadas e entram em relacionamentos abusivos? Por que não se lembram disso? Mulheres trans e travestis estão também em uma posição vulnerável em nossa sociedade patriarcal e cissexista justamente por nossas vivências, expressões e performances das ditas feminilidades. Mesmo que nossas identidades nos sejam negadas, ao resistirmos à cisnormatividade, somos inferiorizadas nessas relações de poder. O Brasil é, afinal, o país que mais mata travestis e transexuais no mundo ao mesmo tempo em que é o país no qual mais se procura pornografia na internet com mulheres trans e travestis. Compreender isso é reconhecer que nossas identidades e vivências são excluídas por serem femininas. É compreender que a feminilidade também nos é imposta. Compreender que nossos corpos são objetificados, hipersexualizados e fetichizados.

É necessário entender que falar de genitocentrismo não é querer forçar pessoas cis a se relacionarem com pessoas trans, é, na verdade, questionar o cis-tema que nos faz limitar nossos desejos e afetividades. O problema não está no sujeito em específico que diz não sentir atrações por pessoas trans e que isso é apenas “questão de gosto”, o problema está na norma que nos educa e nos limita a reconhecer como verdadeiras apenas as vivências e os corpos cis, que nega as identidades de pessoas trans e travestis e nos coloca em lugar de exclusão e abjeção, que limita até nossa própria capacidade de explorar nossos corpos sexualmente e nossas zonas erógenas por transformar a estimulação dos genitais no ápice do prazer e da atividade sexual.

4) A Solidão da Mulher Trans

Acho importante lembrar que nossos corpos trans e travestis são sim desejados, mas são também, objetificados, hipersexualizados e fetichizados. Todo esse processo da formação de nossas atrações nos permite enxergar como funciona a solidão da mulher trans e porque somos excluídas da possibilidade de direcionamento de afetividade.

Entendendo o mercado de trabalho que nos expulsa e nos joga para a prostituição, entendendo essa fetichização e entendendo o processo do genitocentrismo, creio que se torne mais evidente como a afetividade nos é negada estruturalmente. Vocês poderão ver por aí diversos relacionamentos muito saudáveis de pessoas trans com pessoas cis, verão alguns de pessoas trans com outras pessoas trans, mas esses ainda são exceções à regra.

Nossa sociedade patriarcal cissexista e genitocêntrica faz o homem enxergar em nós, mulheres trans e travestis, uma ameaça à sua masculinidade e heterossexualidade, justamente por esse cis-tema não reconhecer nossas identidades e vivências como legitimas (“cis-tema” reconhecendo essas estruturas de poder do capitalismo patriarcal e cissexista que cria normas de existência e exclui tudo que desvia dessa norma que o mantém funcionando. Reconhecendo também o cissexismo como uma ferramenta fundamental de exclusão das pessoas trans e travestis no âmbito social, cultural e político, construindo em nossas figuras a ideia de monstruosidade, por isso o uso do termo “cis-tema”). Logo, o homem sente o poder que tem sendo fragilizado, sente-se indo em direção ao mesmo lugar de exclusão social e abjeção que nós ocupamos. Isso que faz com que, para ele, só sejamos boas para o sexo, algo escondido, nas ruas, nos cantos escuros, na esquina, num quarto de motel e não nos veja como dignas ou válidas para direcionar sua afetividade ou assumir um relacionamento publicamente, porque a própria sociedade diz o tempo todo a ele que realmente não servimos pra isso e resistir a essa norma é absurdo e condenável. Assim, vêm os homens casados que nos procuram para satisfazer seus desejos em segredo e são os mesmos a nos matar logo depois.

Desse modo vai funcionar com qualquer pessoa independente de sua orientação sexual. O homem cis gay que não enxerga no homem trans um parceiro sexual ou afetivo por acreditar que o pênis é necessário para que aquela relação aconteça entre dois homens. A mulher cis lésbica que não enxerga na mulher trans uma parceira sexual ou afetiva por acreditar que a vagina é necessária para que aquela relação aconteça entre duas mulheres.

E quem se atrai por nós, afinal? Se o homem gay se atrai por homens, ele não se atrairia por mulheres trans e travestis. Mas, ao mesmo tempo, o homem hétero acha que não seria hétero caso se relacionasse conosco e a mulher lésbica acha que deixaria de ser lésbica. Da mesma maneira, em teoria, a mulher lésbica não deveria se atrair por um homem trans porque se atrai apenas por mulheres, mas o homem gay ou a mulher hétero não se relacionariam.

E os homens heterossexuais que se atraem só por mulheres trans e travestis e não se atraem por mulheres cis (que te digo, existem e são vários)? E o homem gay que se atrai por homens, não se atrai por mulheres cis, mas se atrai também por mulheres trans? E a mulher lésbica que se atrai por mulheres, não se atrai por homens cis, mas se atrai também por homens trans?

Bem, todas essas possibilidades demonstram a diversidade e complexidade de como nossas afetividades e desejos se constroem, indo além da limitação cisnormativa que é seguida pela grande maioria das pessoas. A questão aqui não é apontar dedos para aqueles que a seguem, não é problematizar aqueles casos acima, nem nada nesse sentido, muito menos tentar encaixar essas pessoas em algum rótulo. O que precisamos é refletir melhor sobre o sistema patriarcal cissexista e heteronormativo no qual vivemos e como suas estruturas colocam pessoas trans e travestis nesse lugar de abjeção.

Por fim, retomo esse trecho daquele texto do ano passado: “O que trago com isso é que, na verdade, não somos homens ou mulheres, cis ou trans, hetero, homo, bi ou pansexuais. Somos seres humanos, capazes de nos apaixonarmos por e nos relacionarmos com qualquer outro ser humano.” A provocação que essa frase nos deixa é justamente de questionamento da norma, de resistência, de reafirmação de nossas identidades resistentes e livres de um sistema que procura nos oprimir, excluir e quer nos matar.



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