Tome Nota: Um giro pela cena cultural conquistense e o que vem por aí!

atlanta

Por Mariana Kaoos

O orgasmo da Bruxa:

cantor ita

Entre lendas e mais lendas, dizem que o Hallowen é um termo de 1975 e que a sua comemoração iniciou-se na Gália e nas ilhas da Grã Bretanha. Ele possui uma origem pagã e outra católica e ambas são interessantíssimas de se pesquisarem, porque elas contam um pouquinho da história da magia, do misticismo, da religiosidade e de como ela influenciou nos modos e costumes dos mais diferentes povos. Tudo bem que ao longo do tempo a tradição comemorativa do dia 31 de outubro foi se modificando. Um dos principais contribuintes para isso foi os Estados Unidos da América que meio que engendraram a data dentro do universo pop e difundiram-na através da cultura de massa (é a partir daí que o “doces ou travessuras” brotam, assim como as abóboras, as teias de aranha e etc).

Estudos a parte, também tivemos aqui em Vitória da Conquista a nossa festa de Hallowen. Na verdade tivemos várias, mas uma em especial foi maravilinda, quente e super bem produzida. Nesse ultimo sábado, 31, rolou A Bruxa Tá Solta e quem assinou a produção foi o Coletivo Orgasmaravalha. Dentre as atrações duas, em especial, mandaram ver e agitaram a festa: o duelo de Paulinha Chernobyl x Rafha e o grupo Elas Cantam The Strokes. Bom, o “Elas Cantam The Strokes” foi uma brincadeira com certo grupo de cantoras da cidade que possuem esse mesmo nome para homenagear artistas nacionais. No caso do cover do The Strokes, o grupo foi composto apenas por homens, dentre eles Pedro Ivo, vocalista e Raoni Botelho, baterista. A galera curtiu a ideia deles e dançou freneticamente durante toda a apresentação dos meninos. Quer dizer, não só na deles, mas em todos os nomes que se apresentaram no evento.

Sabe aqueles filmes de colégio norte americano em que rola um baile de formatura, ou até mesmo o baile de Hallowen e é tudo muito bom e muito bonito? Então, assim que aconteceu com A Bruxa Tá Solta. No entanto, e aqui agora não farei uma crítica e sim uma observação, teria sido tudo ainda mais legal se tivéssemos tido referências brasileiras na festa. Tá bom, mesmo que pasteurizada, essa cultura que vem de fora é ótima e divertida e não há um porquê de não podermos consumi-la.

Quando pensamos em Hallowen a nossa memória nos leva, inclusive, muito mais para a questão das lendas e das tradições norte americanas e, sendo assim, é natural que queiramos trazê-las para as nossas produções. É natural, mas não pode nunca ser óbvio. Não pode nunca ser óbvio porque somos brasileiros e as nossas lendas e as nossas tradições também são riquíssimas em conteúdo e qualidade. Ainda que não a conheçamos por inteiro essas lendas existem e dizem a respeito à nossa constituição, à nossa formação enquanto seres de um determinado local, no caso, filhos do Brasil.

Então foi lindo ver as bruxas, os vampiros, as colegiais e as mais diversas fantasias (eu, inclusive, fui de pirigótica). Assim como foi lindo ver a decoração (e aqui as meninas do coletivo merecem um PARABENS em caps lock pela preocupação com a estrutura da festa) da Bruxa. Foi uma delícia ouvir o cover dos Strokes e os djs de trance e o set mais que foda de Paulinha e Rafha. O pessoal que estava responsável pela bebida no bar também foi extremamente educado e ágil, bem como as meninas que vendiam as fichas. A festa não teve nenhuma briga (pelo menos nada alarmante) e o saldo foi positivíssimo. Contudo, teria sido tudo ainda mais legal se no meio da decoração brotasse um Saci Pererê, ou uma Mula Sem Cabeça. E se no meio da música surgisse algum som genuinamente nosso. E se no meio das fantasias, uma referência a alguma lenda do Brasil. Imagine quão nosso, quão louco e quão fora do comum isso seria?

O canto das flores:

conquista florjpg

Sem sombra de dúvidas a feirinha mais interessante que ocorre anualmente na cidade de Vitória da Conquista é a Feira de Flores de Holambra. Sim, porque é lá que você pode apreciar e levar para casa vários tipos, cores, formatos, tamanhos e encantos de flores e plantas e, com isso, alegrar o seu cotidiano com poesia e delicadeza. Intitulado Conquista Florescendo, o espaço fica até nove de novembro, dia em que é comemorado o aniversário da nossa amada e querida cidade. E daqui até lá, não serão apenas as flores ofertadas no local.

Nesse próximo fim de semana, por exemplo, vai rolar atração musical sim. Vai rolar atração musical das boas. Vai rolar atração musical das boas e de qualidade e quem não for vai perder. No sábado, sete de novembro, quem vai se apresentar por lá, a partir das 19 horas é a banda country The Outsiders. Quem chega na sequência para mandar um som bacana é o On The Rocks. A entrada é franca e o evento está localizado ali, na Pracinha do Gil. Vamos todos?

Dia de rock, bebê:

rock

Sabe o que? Tem muita coisa acontecendo na cidade sim! Os grupos estão se movimentando, conversando, agregando pessoas aqui e ali, participando de processos criativos, produzindo, ocupando espaços, marcando presença, mostrando que a cultura em Vitória da Conquista nunca morreu. Talvez o bicho preguiça tenha montado em suas costas por algum tempo e, por conta disso, ela pareceu frágil, indisposta e adormecida. Só que agora é diferente. Com o surgimento de novos coletivos e produtores culturais, a preguiça finalmente largou a cultural local e ela voltou a se sentir bem. Bem e viva.

E é nesse atual estado de luz e de graça que novas propostas estão surgindo, em TODOS os sentidos culturais. Uma delas, segmentada para o público que sabe apreciar e bater cabeça com um bom e velho rock’n’roll. Então é nesse domingo. Nesse domingo a tarde, mais precisamente a partir das 14 horas, que vai rolar muita roda punk, gritaria, guitarras distorcidas e diversão. Sim, porque se tem uma coisa que roqueiro sabe fazer é se divertir.

O nome do evento é Oktober Rock. Na verdade ele será um festival e vai contar com as bandas Grão Bordô, Dost, Social Freak, On The Dores, On The Rocks, Sabbatina, Dona Iracema e Krathera. O ingresso sai num valor de vinte reais e pode ser adquirido em Carranca Tatoo, um estúdio de tatuagem que fica ali, próximo à Praça Guadalajara.

Acho que todo cidadão ou cidadã deve ter possibilidades de felicidade do tamanho de um super Maracanã:

lg

Em tempos de retrocesso dos direitos humanos no cenário da nossa política nacional, em tempos de intolerâncias religiosas, demonstrações públicas de preconceito e difusão da violência contra grupos ditos minoritários, estudar, debater e ocupar as ruas é um grito de protesto e levante contra todo esse descalabro que vemos acontecer diariamente em todos os lugares do Brasil. E é necessário que a gente marque presença sim. É necessário que a gente se una através da dialética e da luta, através da permanência para que possamos, quem sabe, reverter um pouco desse cenário agressor.

Essas próximas duas semanas em Vitória da Conquista serão de extrema importância. De extrema importância porque durante elas será debatido a questão da diversidade LGBT e os caminhos que devem ser trilhados para o confronto e combate direto da homofobia, transfobia, lesbofobia , dentre outros pontos. Na verdade tudo começou ontem, 01, com a Feijoada da Diversidade no Quintal. Já hoje, segunda feira, dois de novembro, rolou o Ato Público Conta LGBTfobia, perto do Cemitério da Saudade.

A programação é vasta e se estende até o domingo do dia 15 de novembro, que culminará no Caruru da Diversidade, às 13 horas, no bairro Vila América. Daqui até lá, contudo, outros espaços serão oferecidos, todos de maneira gratuita. Um deles será a Parada do Orgulho de Ser LGBT. É isso mesmo que você acabou de ler. A Parada será no dia 8, a partir das 14 horas. A concentração mais uma vez fica na Praça Guadalajara (ou Pracinha da Normal) e vai ter programação quente, viu?! Quem inicia a tarde com um pocket show é o talentosíssimo Fillipe Sampaio. Na sequência haverá a Frente de Honra, com a abertura oficial e, por fim, a saída do trio elétrico. Ao que tudo indica o próximo domingo vai ser de bombação, dança e alegria, bem como de luta, palavras de ordem e consciência coletiva.

Mas não vale ir apenas para o dia da Parada Gay, viu? Tem que ocupar, conhecer, a programação completa para que no dia 15, você tenha se tornado uma pessoa mais crítica e consciente da causa. Então clica aqui e já coloque na sua agendinha o local e horário de todos os espaços que serão oferecidos: http://www.pmvc.ba.gov.br/v2/wp-content/uploads/PROGRAMACAODASEMANADADIVERSIDADESEXUAL1.pdf



Cultura, Vitória da Conquista

Comentário(s)


4 responses to “Tome Nota: Um giro pela cena cultural conquistense e o que vem por aí!

  1. Creio que Mariana se equivocou quanto ao Festival de Rock, estive em um no SABADO, com quase as mesmas bandas divulgadas por ela, só que o nome do festival foi: A CONQUISTA DO ROCK

    1. Weesley,

      Sabado passado, dia 31 de outubro, aconteceu a conquista do rock, em comemoração aos dez anos do primeiro evento, com bandas iguais. Nesse proximo domingo, dia 8 de novembro, haverá o Oktober Rock, também no Centro de Cultura, com quase as mesmas bandas. no entanto, são eventos distintos. rs

  2. Esse é o link de uma matéria que fiz segunda passada (26 de outubro), falando do a conquista do rock.

  3. A tá, me perdoe, a proximidade das datas e a coincidência das Bandas acabou me atrapalhando.
    Muito Obrigado!

Comentários fechados