Conquista: Diploma Loreta Valadares será entregue na quarta-feira em homenagem ao dia da mulher 

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Loreta

Na próxima quarta-feira (11), às 8h30, a Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), vai realizar sessão especial em comemoração ao Dia da Mulher, com a entrega do Diploma Mulher Cidadã Loreta Valadares, criado por meio do Projeto de Resolução 41/2005 e tem como finalidade homenagear mulheres que se destacaram na defesa dos direitos femininos em Vitória da Conquista.

Loreta Valadares    

A homenagem leva o nome de Loreta Valadares, ex-presa política, por ter lutado contra a ditadura militar, nos anos 1960. Mesmo com sequelas da prisão e da tortura, que comprometeram profundamente sua saúde, ela  não deixou de prosseguir na aguerrida militância comunista. Nos anos de 1980, foi professora de Ciência Política da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia.

Loreta Kiefer Valadares nasceu em Porto Alegre (RS), em 1943, e, aos seis anos, com a transferência de emprego de seu pai, Curt Kiefer – judeu-alemão fugitivo da perseguição nazista-, mudou-se para Salvador (BA). Em 1961 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia interrompendo o curso, contudo, alguns meses depois, para um estágio nos Estados Unidos. Desencantada com a situação social encontrada na América, retorna ao Brasil, em 1962, ingressando no recém criado Movimento Estudantil de Ação Popular (AP).

A mudança para São Paulo, onde a AP desejava criar bases sólidas, ocorreu em 1966, mesmo ano em que se diplomou. No ano seguinte, 1967, com Carlos Valadares – de quem se tornaria esposa em 1968-, rumou para Contagem- onde atuou junto ao operariado-e, de lá para Mata da Jaíba, também em Minas Gerais, atuando junto aos camponeses/as.

Desse período, a terrível lembrança de uma noite na qual foi levada ao pátio do 12º Regimento da Infantaria, por seus algozes, para que assistisse ao cruel espancamento do marido, amarrado pelas mãos e pés.

Libertada em maio de 1970, retorna a São Paulo e retoma contato com a AP, seguindo para Recife, descobrindo, em meados de 1971, ser portadora de um sério problema cardíaco- que lhe reduzia em 40% a capacidade cardiocirculatória-, agravado pelas condições as quais fora submetida no cárcere. Retornando a capital paulista para tratamento, foi no ano seguinte, 1972, condenada a três anos de prisão e, durante cinco anos experimentou a cassação dos direitos políticos.

Loreta que se tornou mais conhecida, após a publicação do livro As Moças de Minas, de Luiz Manfredinni, em 1989, onde ela está incluída. Também empresta seu nome, desde 2005, ao Centro de Referência Loreta Valadares – Prevenção e Atenção a Mulheres em Situação de Violência (CRLV), primeiro do estado e conquista do movimento de mulheres, que funciona na cidade de Salvador.

Loreta faleceu aos 61 anos, em 2004, na Bahia.



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