Imóveis com rachaduras provocam a desocupação de 5 famílias no Bairro Alto Maron

parque logistico

Por Juraci Santana

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Cinco famílias residentes no bairro Alto Maron foram surpreendidas, na última quarta-feira (5), por um vazamento no esgoto da rua. Segundo Edivar Mendes, morador da localidade há mais de 34 anos, a surpresa ocorreu pela manhã. “Essa rachadura começou de uma hora pra outra. Na quarta-feira, o vizinho, o Seu João, estava saindo para o trabalho e ele nos avisou que havia umas rachaduras em seu imóvel. Em frente a essa casa branca aí, o esgoto estava estourado e retornando a água para dentro de casa. Acionamos a Defesa Civil e fomos orientados que dentro de casa nós estávamos correndo risco de morte”, completou.

A ação de interditar os imóveis por parte da Defesa Civil partiu de uma denúncia anônima, segundo a Secretária de Infraestrutura do Município, Débora Rocha: “A coordenação da Defesa Civil esteve no local, interditou a casas, e fizemos notificações a todos os moradores para não entrarem nas casas. Nós tivemos uma evolução muito grande nas rachaduras dos imóveis de ontem pra hoje, já acionamos o CREA, e também já acionamos a Embasa para saber, de fato, o que está acontecendo”.

Segundo os moradores, o problema começou em frente à casa de uma senhora de 92 anos, que teve resistência em sair do imóvel. “Algumas pessoas dizem que o problema ocasiona há muito tempo e a Embasa não apareceu pra resolver, pois o problema estava no esgoto na frente da rua, em frente à casa da senhora”, disse Edivar.

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Os inspetores do CREA, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia, estiveram no local, mas não puderam dizer quais as causas reais para os problemas. Segundo Alexandre Pedral, um dos inspetores do órgão, a desocupação dos imóveis foi uma atitude correta da Prefeitura: “Nós tivemos, aqui, a convite da Prefeitura. Preliminarmente, quando a gente encontra uma situação, nunca é uma única causa, é todo um conjunto de fatores. Pode ser a área de água e esgoto, somado com a casa das partes antigas, e isso fez com que o processo se agravasse. A prefeitura fez o certo em pedir que os moradores desocupassem os imóveis para que não ocorresse algo mais grave e a gente encontre as causas do problema o mais rápido possível”.

Segundo os moradores, a Embasa foi convocada, porém eles ouviram de engenheiros da concessionária que a mesma não teria nenhuma culpa pelos problemas ocorridos. “A Embasa disse que não era responsabilidade deles, então a gente teve que procurar a prefeitura. No laudo deles (Prefeitura), as cinco casas estão condenadas e nós tivemos que sair de casa”, afirmou Edivar Mendes.

Segundo a Secretária de Infraestrutura, a Embasa deu um posicionamento um diferente: “ Ela (Embasa) nos solicitou que indicasse alguns moradores para irem lá (no escritório) para que fossem informados que está acontecendo”.

Ao todo, 34 pessoas foram afetadas pela interdição dos imóveis. São cinco famílias que tiveram que se mudar para outras localidades, e há pessoas morando em residências de parentes e vizinhos. João Batista Lopes, desempregado, é dono de um dos imóveis afetados. O pequeno prédio de um andar precisa de escoras de madeira para não cair. Sem ter como pagar um aluguel, ele necessita da solidariedade de amigos: “Eu não teria nem condições de reformar se fosse possível. Eu sou deficiente, não sou aposentado, tive que ficar na casa de vizinhos. Quero ver o que as autoridades vão fazer.”

A nossa equipe tentou contado com o escritório da Embasa aqui, de Vitória da Conquista, porém não fomos atendidos.



Vitória da Conquista

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